Já presente na doutrina de Aristóteles sobre a Tragédia, o conceito de sublime começa a ganhar espaço na discussão estética no século XVI, com a redescoberta de um tratado medieval sobre o tema, e, no século XVII, com sua tradução ao francês.

Mas é especialmente no século seguinte, inicialmente com Burke e Kant, que o sublime assume o sentido do grandioso, do imenso e do avassalador, consolidando-se assim como região estética oposta ao domínio da beleza e da forma.

Kant, de fato, o associa ao informe, esclarecendo, porém, que sublimes são as idéias que certos objetos despertam em nós e não esses próprios objetos.

Já Schopenhauer considerará o sublime apenas como uma modalidade especial do belo: aquela na qual a contemplação estética, para se instalar, tem de vencer o sentimento de terror inspirado pelo objeto contemplado, em virtude da ameaça que representa à vida humana.

O conceito também desempenhará um notável papel na abordagem que os autores clássicos e românticos alemães realizam da Tragédia grega, merecendo destaque especial neste ponto os ensaios de Schiller sobre o sublime no teatro e a estética “dionisíaca” do jovem Nietzsche.

Esta última, como se sabe, inspira-se fortemente nas concepções artísticas do compositor Richard Wagner, o qual, em seus tratados teóricos, aponta a categoria do sublime como a única capaz de dar conta do significado estético da música, desenvolvendo, correspondentemente, uma técnica de composição que rejeita a idéia de forma como princípio estruturante do discurso musical.