Engels e Lenine desenvolveram mais sistematicamente a noção de Estado como um órgão separado da sociedade. Eles generalizaram isso a todos os tipos de sociedades de classe.

Engels afirmou na Origem da família, da propriedade privada e do Estado que este foi o produto da divisão da sociedade em classes sociais e surgiu "da necessidade de refrear o antagonismo de classe".

Contudo, esta instituição que se retira da sociedade e a ela se opõe não é, "absolutamente, um poder de fora posto à força na sociedade". Ela parece pairar sobre a sociedade mas em todas as ocasiões é "exclusivamente o Estado da classe governante e em todos os casos continua sendo essencialmente uma máquinª para refrear as classes exploradas e oprimidas", ou "o Estado é uma organização da classe dominante para a sua proteção contra a classe dominada". 

Essa máquina (que Engels também chama de "poder público" ou "poder do estado") "consiste não só de pessoal armado, mas também de materiais acessórios, prisões e instituições de repressão de todos os tipos". Finalmente, Engels argumenta que o Estado, essa instituição de governo e repressão, tendo origem histórica nas sociedades de classe, não vai durar para sempre:

"A sociedade que organizar a produção com base numa associação livre e igualitária dos produtores, colocará toda a engrenagem do Estado onde ela pertence: no Museu de Antigüidades, ao lado da roda de fiar e do machado de bronze."

Em Estado e revolução, Lênin, seguindo em grande parte as idéias de Engels citadas, explicitou que o Estado é "um órgão de dominação de classe ( ... ) criado pela classe dominante", um "instrumento para a exploração da classe oprimida", uma "especial força repressiva", sendo a burocracia e o exército permanente "as duas instituições mais características dessa máquina do Estado".