os Sofistas – Antífones e as leis.
 
Antífones, como um bom sofista e colossal adversário de Sócrates, nega também a preexistência das verdades absolutas sobretudo na política e se dispõe a demonstrar que toda a Lei Convencional é antítese da lei Natureza. A Lei Convencional e a Natureza criam dois mundos totalmente diferentes e que não podem coexistir, porque a Lei Convencional é um resultado das decisões humanas e assim será sempre injusta, pois aos Governantes dará vantagens e aos governados desvantagens, a Lei Convencional reforça a liberdade de uma pequena minoria tirando da massa toda a possibilidade de liberdade. É a lei uma das principais, se não mesmo a única, causa de todas as desigualdades sociais.
 
A lei não é uma necessidade Natural do homem; a lei é sempre um artifício da sociedade, é uma produção humana, nasce do seu desejo e interesses, muitas das vezes, das ambições dos mais fortes. Por isso segue que uma lei justa para alguns não o e necessariamente para outros. E o mais caricato, muitas das leis que hoje são justas não serão necesssariamente justas amanhã. Isso prova que toda lei humana e fraca, contingente, insegura e não tem nenhuma obectividade nem durabilidade. Assim, nunca será justa a sociedade que tem por base a lei convencional, a lei humana. Pois a justiça consiste em viver segundo a lei quer seja em público ou em privado. Mas ninguém pode afirmar que nunca transgrediu a lei seja em público ou em privado, pois a lei convencional não possibilita tal vida.
 
Logo, a verdadeira justiça não vem da lei convencional que é franca e injusta, mas sim da lei Natural, que é uma norma escrita na natureza humana. E como está escrita na natureza humana ela é equitativamente igual a todos. Não dá vantagens ou desvantagens a uma parcela. Quem quiser ser justo que viva segundo a Lei Natural que é igual a todos e em todos os tempos.
 
Bom, a filosofia política de Antífones é de uma evidência que dispensa comentários. Por isso não tiraremos nenhuma implicação supondo que ele mesmo se fez perceber tanto no seu tempo como no nosso. Por isso, aqui damos por fim a partilha sobre os sofistas cujas idéias irritaram de que maneira a Sócrates. É por esse motivo que o mesmo Sócrates nas próximas intervenções também virá aqui se justificar.