Por: Alfredo Sebastião Tivane


De acordo com (DALLARI) A Revolução Inglesa é um processo histórico ocorrido na Inglaterra, Escócia e Irlanda no século XVII. Trata-se um conjunto de guerras civis e mudanças de regime político que marcaram a ascensão da burguesia na Inglaterra.

A Revolução Inglesa do século XVII representou a primeira manifestação de crise do sistema da época moderna, identificado com o absolutismo. O poder monárquico, severamente limitado, cedeu a maior parte de suas prerrogativas ao Parlamento e instaurou-se o regime parlamentarista que permanece até hoje. O processo começou com a Revolução Puritana de 1640 e terminou com a Revolução Gloriosa de 1688.

As duas fazem parte de um mesmo processo revolucionário, daí a denominação de Revolução Inglesa do século XVII e não Revoluções Inglesas. Esse movimento revolucionário criou as condições indispensáveis para a Revolução Industrial do século XVIII, abrindo espaço para o avanço do capitalismo. Deve ser considerada a primeira revolução burguesa da história da Europa, a qual antecipou em 150 anos a Revolução Francesa.

A Revolução Inglesa pode ser dividida em quatro fases principais:

    • A Revolução Puritana e a Guerra Civil, de 1640 a 1649;

 

    • A República de Oliver Cromwell, de 1649 a 1658;

 

    • A Restauração da dinastia Stuart, com os reis Charles II e Jaime II, de 1660 a 1688;

 

    • A Revolução Gloriosa, que encerrou o reinado de Jaime II e instituiu a Monarquia Parlamentarista.



Principais incidentes da revolução gloriosa


Segundo (HILL, Christopher) O parlamento, reaberto em 1688 convocou Guilherme de Orange, príncipe holandês proteste, casado com a filha do rei, Maria Stuart, para assumir o trono. Enquanto Guilherme entrava em Londres, o rei Jaime II se refugiava na franca.

O novo rei jurou a declaração de direitos em 1689. Por esse documento a autoridade real foi drasticamente reduzida tornando se o parlamento o verdadeiro governo do pais. A chamada “Revolução Gloriosa” fazia triunfar a monarquia parlamentar.

Para Entender a Revolução Inglesa

Dinastia Stuart

De a com SILVA (2001) Essa dinastia iniciou-se após a morte da rainha Elisabeth I, em 1603, que ao morrer sem deixar herdeiros, promoveu o início da Dinastia Stuart.

JAIME I, rei da Escócia (1603-1625). Dissolveu o parlamento várias vezes e quis implantar uma monarquia absolutista baseada no direito divino, perseguiu os católicos e seitas menores, sob o pretexto que eles estavam organizando a Conspiração da Pólvora (eliminar o Rei), em 1605. Muitos que ficaram descontentes começaram a ir para a América do Norte. Os atritos entre o Rei e o Parlamento ficaram fortes e intensos, principalmente depois de 1610. Em 1625, houve a morte de Jaime I e seu filho Carlos I, assumiu o poder.

A Volta dos Stuart e a Revolução Gloriosa (1660 -1688)


Carlos II, (1660 – 1685) da família Stuart, é proclamado rei da Inglaterra com poderes limitados. Por isso, estreitou ligações com o rei francês Luís XIV, o que logo manchou sua reputação com o parlamento. Carlos II baixou novos Actos de Navegação favoráveis ao comércio inglês.

Envolveu-se na guerra contra a Holanda. Em 1673, o parlamento aprovou a lei do teste: todo o funcionário público deveria professar o anticatolicismo. Com essas atitudes o parlamento ficou dividido em dois grupos: os Whigs, que eram contra o rei e favoráveis às mudanças revolucionárias além de serem ligados a burguesia, e os Toreis, que eram defensores feudais e ligados à antiga aristocracia feudal.

Resultados imediatos desta revolução param Inglaterra no plano político, económico e social.

Segundo AQUINO (1985) Revolução gloriosa para história da Inglaterra e que ela marca definitivamente a queda do absolutismo nesses pais. Com isso, a Inglaterra confirmou-se como uma monarquia constitucional baseada nos princípios liberais, que foram fundamentais para o a acontecimento de outras revoluções no século seguinte.

A monarquia constitucional parlamentarista da Inglaterra ficou ratificada por meio do Bill of Rights (Declaração dos Direitos), documento que Guilherme de Orange e Maria Stuart tiveram que assinar antes de serem coroados rei e rainha da Inglaterra. Esse documento decretava, por exemplo, que:

Os impostos só podiam ser aumentados mediante aprovação do parlamento;

Os reis estavam proibidos de expropriar propriedades privadas e não poderiam coibir a liberdade de expansão.

As determinações da Bill of Rightsseguiam os interesses da burguesia inglesa, interessada na implementação dos valores liberais como forma de combater as doutrinas e os privilégios oriundos do absolutismo que impediam seu desenvolvimento económico. A implantação de uma monarquia constitucional baseada nos princípios liberais foi fundamentalmente para Inglaterra, pois a nova política económica que foi instalada permitiu que o pais fosse pioneiro da revolução do século seguinte.

A burguesia saiu a ganhar pois o parlamento, contudo estabeleceu directrizes novas para Guilherme e Maria antes de coroa-los. Ambos os reis tiveram que se comprometer a cumprir a chamada declaração de direitos de 1689 (Bill of Rights). A declaração de direitos limitava a acção dos reis, de modo a impedir qualquer retorno do absolutismo.

Os reis passaram a ter o poder restrito, e o poder de decisões político concentrou-se no parlamento, formando-se Assim uma monarquia parlamentarista. Além disso, havia o comprometimento com as liberdades individuais, principalmente com a liberdade de crenças religiosas.