Após a fixação bantu assistiu se no actual território moçambicano o surgimento de vários grupos etnolinguísticos bem diversificadas. Apesar dessa diferença, essas línguas apresentam um traço comum: todas são línguas bantu.

Os principais grupos etnolinguísticos de Moçambique são: Cheuas, Chonas e Tsongas.

A norte do planalto Zambeziano encontramos as sociedades matrilineares e contrariamente da região sul que são sociedades patrilineares.

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Sociedades matrilineares

A norte do Zambeze devido ao impacto da mosca Tsé-Tsé, impediu numa primeira fase a prática da pecuária, sobretudo o gado bovino e privilegiando a prática da agricultura, actividades que maioritariamente eram praticadas pelas mulheres, o que teria originado comunidades matrilineares. Estas sociedades desenvolveram-se no norte do Zambeze. Devido a prática da agricultura, conferiu a mulher poderes sobre o homem. Os filhos do casal pertencem ao grupo de parentesco da mãe e só as mulheres é que transmitem o parentesco. Os bens e poderes são herdados por via materna. O casamento na sociedade matrilinear, o homem fixa a sua residência na família da mulher, isto é, o casamento é matrilocal. As funções políticas e jurídicas são desempenhadas pelo Tio materno. Nestas sociedades, pratica se o “Surrurato”, onde quando num casal a mulher morre, o homem era obrigado a casar-se com a irmã da sua defunta mulher.

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Sociedades patrilineares

Estas sociedades desenvolveram-se no sul do Zambeze. Devido a prática da pastorícia, actividade praticada pelo homem, conferiu ao homem poderes sobre a mulher. O estatuto de filho pertence a família do homem. A herança dos bens e poderes é feita por via paterna, do pi para filho. Nessa sociedade o poder passa do pai para o filho. O casal fixa a sua residência na casa do marido, ou por outra, o casamento é patrilocal. Os filhos pertencem a família do marido e se no casal o homem morre, a mulher tem a obrigação de casar-se com o irmão do seu defunto marido.