Começa por volta do ano 476 no século V com a queda do império romano do Ocidente na sequência da tomada de Roma pelos bárbaros. A destruição do Império   Romano do Ocidente marca o fim da Antiguidade esclavagista e o início da Idade Média feudal. A substituição da formas de vida política, económica e social até ai estabelecidas devido a paralisação da actividade comercial, destruição das cidades e fuga das populações das zonas urbanas para as rurais (ruralização).

O ecumenismo grego e romano foram frutos de expansão, daí  o período medieval ser considerado um período de retrocesso devido a regressão da expansão na medida em que as pessoas regressaram ao campo onde encontraram a base da riqueza – a terra. Os contactos entre as pessoas diminuíram, a sociedade tornou-se fechada e conservadora com traços gentílicos de uma sociedade socialmente igualitária do século I na idade media o cristianismo tornou-se uma religião de classes onde o clero ocupa um lugar de destaque na hierarquia social.

Portanto o advento da Idade Média do século  IV V, acompanha a progressiva implantação do cristianismo no mundo ocidental e a instalação do pensamento cristão como forma de pensamento dominante entre a classe intelectual. Esta transformação das estruturas mentais e intelectuais  que vinha do Império romano fez aparecer uma nova concepção historiografia norteada pela concepção cristã do mundo cuja  produção é da responsabilidades dos monges.

Segundo a concepção medieval da história todo o curso da humanidade é regida pela providência divina .

Para Mercea Eliade a história medieval revela-se como nova dimensão da presença de Deus no mundo. Esta concepção tem uma finalidade trans-histórica.

Contrariamente a este pensador, Henri Marrou defende que o cristianismo medieval contribui de dois modos para o desenvolvimento do pensamento histórico:

1° Porque assenta numa concepção de tempo contínuo e irreversível, isto é, os acontecimentos da vida de Jesus são datados e localizados;

2° Transmite uma filosofia de história, ao considerar o papel da providência como motor da evolução.

A historiografia medieval é a aplicação da concepção de Santo Agostinho na sua obra “Cidade de Deus,” ao afirmar que os romanos foram honrados em quase todas as nações. Não têm motivos para se queixar da justiça de Deus supremo e verdadeiro: receberam uma recompensa. Em contra partida os judeus que tinham morto cristo, foram justamente entregues aos romanos para a glória destes. Aqueles que pela sua virtudes procuram obter a gloria terrestre devem vencer aqueles que com seus enormes vícios  mataram e recusaram a verdadeira gloria da cidade eterna.

Portanto, Santo Agostinho defende  fortemente que os acontecimentos são de origem divina e não podem ser concebidos de outro modo.

A partir do século XIII surge na Europa ocidental um novo tipo de historiografia de iniciativa régia  ou senhorial, que tem por centro as respectivas cortes e por autores cronistas ao serviço dos reis ou dos senhores que lhes contratam e lhes encomendam as Crónicas dos seus principados ou reinados.

Tratava-se não de uma transmissão de uma imagem fiel e objectiva dos factos narrados mas de uma imagem conveniente à instituição servida pelo cronista. Até que o próprio colunista era um homem ao serviço do príncipe.

Enquanto esta história palaciana  continuava a assegurar séculos próximos através de Crónicas e Annales , o século XIV vê a emergir a historiografia burguesa fazendo a história das cidades que se tornaram autónomas.

Deste modo, as Crónicas burguesas do século XIV abandonaram sem polemizar a historiografia cristã medieval, encaminhando-se para uma secularização da história, isto é, uma fase em que o homem substitui o deus no desenvolvimento da história da humanidade. Assim, transitava-se da historiografia cristã medieval  para uma historiografia antropocêntrica  ou de renascimento, nos séculos XV e XVI.