AGRICULTURA E PECUÁRIA

É a parte da geografia que estuda a forma que o homem artificializa o meio para o desenvolvimento de espécies animais e vegetais, tendo em conta os sistemas agrários que enquadram as formas do campo, a divisão das propriedades, a associação das culturas, as técnicas e praticas agrárias.

RELAÇÃO ENTRE AGRICULTURA E PECUARIA

A agricultura e a pecuária são as actividades mais antigas desenvolvidas pelo homem. Foi através do cultivo das plantas e domesticação dos animais que se deu a evolução humana no sentido de estabelecer uma comunidade sedentária e criar meios de subsistência para essas comunidades. Até hoje a agricultura e a pecuária são essenciais para a vida dos homens produzindo matérias-primas para diversas indústrias assim como bens de consumo directo a exemplo de uma grande variedade de frutas, verduras, legumes, cereais e carne de diversos animais. Essas actividades se desenvolveram muito ao longo dos anos, principalmente nos países de primeiro mundo, contando com máquinas para facilitar o trabalho e pesquisas nas áreas de alimentos e até mesmo remédios para animais e para os humanos, descobrindo utilidade para vários tipos de plantas.

EVOLUÇÃO DA AGRICULTURA E PECUARIA

A necessidade de o homem se alimentar esteve sempre ligada na descoberta da agropecuária. A produção, ao consumo e a troca de produtos foi provocando transformações no espaço onde o homem esta inserido. Na antiguidade o excedente da produção rural constituía o tributo pago aos governantes e sacerdotes, habitantes das cidades.

Na idade média, a agricultura manteve-se como a base económica. Nessa altura, o trabalho agrícola cabia aos servos, e o excedente da produção alimentava os senhores feudais e os seus exércitos.

Com a revolução industrial, começa a grande mudança. As relações entre campo e cidade mudou radicalmente, só as cidades podiam oferecer condições necessárias para nascimento da grande indústria que eram a concentração de mão-de-obra e o mercado consumidor, além da possibilidade de uso comum da infra-estrutura necessária ao funcionamento das fábricas.

A urbanização passa a acompanhar a industrialização. Ao mesmo tempo que a agricultura liberta mão-de-obra para actividades urbana-indusriais reponde, também, pela produção de uma qualidade crescente de alimentos para as populações das cidades. Passa a haver menos pessoas a produzir no campo e mais pessoas a consumir nas cidades: isso só foi possível graças ao aumento da produtividade agropecuária.

Nas economias modernas, o mercado urbano determina a produção agrícola. A produção rural, antes auto-suficiente, especializa-se e passa, de um lado, a atender as demandas da cidade e, de outra, a depender das cidades para o abastecimento de maquinarias, insumos e alimentos industrializados. A cidade, antes espaço de consumo e circulação de excedentes da produção agropecuária, torna-se centro de transformação industrial e de redistribuição da totalidade dessa produção.

E o que dizer do fornecimento de alimentos nos últimos tempos. Filipe et all (2007) ao abordar esta questão refere que nas últimas décadas conseguiu-se que a produção dos alimentos fosse suficiente para abastecer as populações de forma aceitável mesmo considerando o crescimento destas. Ainda assim, este s alimentos não foram equitativamente distribuídos, tendo muitos deles deteriorados.

Apoiando-se em relatórios e em Harding, adiante que os primeiros dão conta de (uma revolução verde que leva a redução da população), que as colheitas já não estão a aumentar mesmo com o acréscimo de fertilizantes, pesticidas ou irrigação, Acrescenta, a este propósito, o facto de a terra usada para a agricultura estar a reduzir-se, quer por ser abandonado devido a falta de rentabilidade como, por outro lado, pelo facto de o próprio acréscimo de produção em monocultura ter reduzido a necessidade de terra.

As novas terra usadas na agropecuária tem sido as marginais e caracterizam-se, fundamentalmente, por ser improdutivas. O excesso de utilização dos solos, a solenização. A erosão e as correntes de água resultantes de enchentes que arraste terras são apontadas pelo mesmo como estando na origem das grandes perdas anuais.              

AGRICULTURA

Agricultura é uma actividade económica do sector primário que envolve o conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas.

SISTEMAS AGRARIOS

É um tipo ou modo de produção agrícola em que se observa diversos tipos de cultivos que são praticados, quais são as técnicas utilizadas e como é a relação da agricultura com o espaço geográfico. Os sistemas agrícolas podem ser classificados como agricultura tradicional ou intensiva e agricultura moderna ou extensiva. Essa noção esta ligada ao grau de capitalização e ao índice de produtividade, independentemente da área cultivada.

AGRICULTURA TRADICIONAL

A agricultura tradicional é um tipo de agricultura praticada em minifúndio (ou seja numa pequena propriedade), pratica a poli cultura (ou seja o cultivo de vários produtos no mesmo local).

Este tipo de agricultura utiliza técnicas rudimentares (uso da enxada, da queimada, do arado e da tracção animal), artesanais e ancestrais. Tem como objectivo de produção o auto consumo e subsistência das famílias que a praticam. Tem um baixo rendimento e produtividade agrícolas.

É uma agricultura praticada, basicamente, em África, Ásia e América latina, isto é, na maioria dos países com um desenvolvimento socioeconómico atrasado onde a agricultura ocupa a maior parte da população.

AGRICULTURA ITINERANTE

Consiste em atear fogo na mata, a queimada, para então seguir com o desbocamento e semear a terra. É aplicada em áreas de agricultura descapitalizada. A produção é feita em pequenas e médias propriedades, como também em grandes latifúndios.

Características

• Provoca a destruição das florestas
• Erosão dos solos

• Ma Essa técnica é amplamente conhecida apenas em países em desenvolvimento

• Manuseio por mão-de-obra familiar e uso de técnicas tradicionais e rudimentares

• Realiza-se em pequenas parcelas

• O espaço cultivado não tem limites concretos

• Os trabalhos agrícolas realizam-se em função das chuvas

• Praticada nas florestas

AGRICULTRA SEDENTARIA DE SEQUEIRO

É uma técnica agrícola para cultivar terrenos onde a pluviosidade é escassa. A expressão sequeiro deriva da palavra seco e refere-se a uma plantação em solo firme. O plantio de sequeiro é intensivo e desenvolve-se nos planaltos da África, com pouca rotação de culturas e aproveitamento do estrume. Localiza-se na mesma região que a agricultura itinerante mais um pouco afastado da floresta o que significa que se pratica mais na savana.

AGRICULTURA ÁSIA DAS MONÇÕES

A agricultura da Ásia, das monções – é a forma de agricultura mais comum na região da Ásia, estando muito estável com o clima, ou seja, estas condições naturais nesta zona são um clima bastante quente e húmido, tem uma grande densidade populacional, os fertilizantes aqui usados são os excrementos do homem e dos animais. Aqui pratica-se o cultivo do arroz, este é produzido em sistemas de monocultura através de técnicas simples e a necessidade de obter várias culturas por ano, leva a que o arroz seja semeado em viveiros e depois transplantado para os arrozais, o que faz com que hajam grandes produções por ano. A abundância de água e temperaturas médias elevadas favorece a orizicultura (cultura do arroz). Os terrenos são constituídos por planícies aluviais ou campos alagados separados por diques e canais para a irrigação e drenagem.

AGRICULTURA DE OASIS

É o tipo de agricultura praticada em grandes desertos áridos como o Sahara em África e Arábia na Ásia em zonas onde reaparece a vida animal e vegetal devido a existência da água (lençóis próximo a superfície e rios que atravessam os desertos).

No oásis, geralmente existe palmeiras que captam aguas mais profundas e por isso a população fixa-se densamente onde a agua e captada dos poços muito profundos de modo a atingirem o lençol freático, fontes ou pequenos cursos.

Dos rios que constituem o oásis nos desertos destacam-se o Nilo em África, Tigre e Eufrates na Mesopotâmia, e indo na planície do Sind. Utilizam-se técnicas de irrigação e fertilização; Agricultura e intensiva; Cultiva-se maioritariamente o trigo, algodão. Arroz. E a cana-de-açúcar.

AGRICULTURA MODERNA

É o tipo de agricultura praticada em grandes propriedades altamente capitalizadas, neste tipo de agricultura a produtividade é muito alta devido à selecção de sementes, ao uso intensivo de fertilizantes, ao elevado grau de mecanização agrícola, à utilização de silos de armazenagem, sistemático acompanhamento de todas etapas de produção e comercialização feito por técnicos.

A agricultura moderna surgiu após a primeira fase da Revolução Industrial, situada entre o final do século XVIII e o inicio do século XIX, com base na utilização da energia a vapor e também da electricidade.

Características

Agricultura de mercado – é principalmente nos agricultores bem informados que saibam qual é o modo de cultivo mais adequado de maneira a obter o maior lucro possível. Actualmente os agricultores são empresários e frequentam cursos de formação.

A agricultura mecanizada – é onde todo o processo de produção é feito mecanicamente.

Agricultura científica – utiliza técnicas extremamente sofisticadas como uso de fertilizantes, sistemas de irrigação adequados às culturas, correcção dos solos, atribuindo-lhes produtos químicos para corrigir as suas características, uso de estufas e selecção de sementes.

Agricultura especializada – existente nas regiões de exploração agrícola com produções adaptadas ao clima, relevo e solo com o objectivo de produzir o máximo com menor custo, havendo uma elevada produtividade.

Agricultura ligada à indústria – fornece a esta actividade matérias-primas, ou seja, são indústrias relacionadas com a actividade agrícola, uma vez que, transformam produtos agrícolas ou a conservação destes.

Importância

A agricultura e importante para o crescimento económico de um país. Sempre foi um tópico de grande relevância dentro da teoria económica.

Possui importância fundamental na geração de renda, empregos e principalmente na produção de alimentos.

A pecuária

Pecuária é uma actividade económica do sector primário que envolve a criação de gado.

Tipos de pecuária

Geralmente podemos encontrar dois tipos de pecuária, nomeadamente intensiva e extensiva.

Pecuária intensiva - aquela que é praticada utilizando-se recursos tecnológicos avançados, tais como: gado confinado, reprodução através de inseminação artificial, controle via satélite etc.

Pecuária extensiva - aquela que é desenvolvida em grandes extensões de terras, com gado solto, geralmente sem grandes aplicação de recursos tecnológicos, investimentos financeiros nem recursos veterinários importantes.

Importância da Agropecuária na Economia dos Países

Apesar de inúmeros problemas enfrentados, pelos agricultores assentados nessa área, realizam actividades agropecuárias diversificadas, com relativo grau de importância no abastecimento do comércio local e internacional

Dada a importância da agropecuária, seja na ocupação de mão-de-obra rural, ou na produção de alimentos, é necessário aumentar ainda mais o aporte de investimentos. Há muito tempo a agropecuária desempenha um papel de grande importância no cenário das economias dos países, além disso, foi uma das primeiras actividades económicas a serem desenvolvidas.

Principais problemas ambientais derivados a actividade agropecuária e suas consequências

Dentre os principais impactos ambientais negativos da pecuária, pode-se destacar:

Ø  A eliminação e/ou redução da fauna e flora nativas, como consequência do desmatamento de áreas para o cultivo de pastagens;

Ø  O aumento da degradação e perdas de nutrientes dos solos, em especial devido ao pisoteio intensivo e à utilização do fogo;

Ø  A contaminação dos produtos de origem animal, devido ao uso inadequado de produtos veterinários para o tratamento de enfermidades dos animais e de agros tóxicos e fertilizantes químicos nas pastagens;

Ø  A redução na capacidade de infiltração da água no solo devido à compactação;

Ø  A degradação da vegetação e compactação dos solos, especialmente expressiva no caso de super pastoreio;

Ø  A contaminação das fontes de água e assoreamento dos recursos hídricos