É bem conhecido o facto de que os líquidos que contêm substâncias orgânicas, como um caldo de carne, deterioram com facilidade, porque neles se desenvolvem rapidamente bolores e bactérias da decomposição. Na época de Pasteur, o aparecimento dos microrganismos era creditado. Coube a Pasteur demonstrar que as bactérias que decompõem o líquido provêm do ar, não brotando do líquido espontaneamente.
Louis Pasteur (1822-1895) “Resolveu” a polémica da origem dos microrganismos. Pasteur adicionou caldo nutritivo em um balão de vidro com gargalo alongado. Em seguida aqueceu o gargalo, imprimindo a esse um formato de tubo curvo (pescoço de cisne). Após a modelagem prosseguiu com a fervura do caldo, submetendo-o a uma temperatura até o estado estéril (ausência de microrganismo), porém permitindo que o caldo tivesse contacto com o ar.
Depois da fervura, deixando o balão em repouso por muito tempo, percebeu que o líquido permanecia estéril.
Foi possível devido a dois fatores:
O primeiro foi consequente ao empecilho físico, causado pela sinuosidade do gargalo. O segundo ocasionado pela adesão de partículas de impureza e microrganismos às gotículas de água formadas na superfície interna do gargalo durante a condensação do vapor, emitido pelo aquecimento e resfriado quando em repouso.
Depois de alguns dias, ao verificar a não contaminação, Pasteur quebrou o gargalo, expondo o caldo inerte aos microrganismos suspensos no ar, favorecendo condições adequadas para a proliferação de germes.
Ao expor o caldo aos microrganismos do ar, Pasteur estava fazendo o experimento controle de sua pesquisa. (fim da geração espontânea).
Teoria de Geração espontânea
Até meados do século XIX os cientistas acreditavam que os seres vivos eram gerados espontaneamente do corpo de cadáveres em decomposição; que rãs, cobras e crocodilos eram gerados a partir do lodo dos rios.
Essa interpretação sobre a origem dos seres vivos ficou conhecida como hipótese da geração espontânea ou da abiogênese (a= prefixo de negação, bio = vida, genesis = origem; origem da vida a partir da matéria bruta).
Pesquisadores passaram, então, a contestar a hipótese de geração espontânea, apresentando argumentos favoráveis à outra hipótese, a da biogênese, segundo a qual todos os seres vivos originam-se de outros seres vivos preexistentes.
Ao contrário dos criacionistas, alguns cientistas admitiam que os seres vivos se formavam a partir da matéria não viva.
Segundo Aristóteles, autor desta teoria, e influenciado pela teoria platónica da existência de um mundo das imagens, afirmava que as espécies surgem por geração espontânea, ou seja, existiam diversas fórmulas que dariam origem às diferentes espécies. Isto é, segundo ele, os organismos podem surgir a partir de uma massa inerte segundo um princípio activo. (Por exemplo, nascer um rato da combinação de uma camisa suja e de um pouco de milho).
A geração espontânea permaneceu como ideia principal do surgimento das espécies devido à influência que as crenças religiosas incutiam na civilização ocidental, principalmente. Assim, a geração espontânea tornou-se uma ideia chave para a teoria que surgiria a seguir