Por: Leonardo Américo Machava

HISTOLOGIA

Tecido epitelial

Um epitélio ou tecido epitelial é um tecido formado por células justapostas, ou seja, intimamente unidas entre si. Sua principal função é revestir a superfície externa do corpo, os órgãos e as cavidades corporais internas.

 Características:

• • As células são justapostas.

• • Praticamente não possuem substância intercelular.

• • Não possui vasos sanguíneos (É avascularizado).

Obs.: O tecido epitelial por não apresentar vasos sanguíneos recebe nutrientes por difusão a partir de vasos sanguíneos encontrados no tecido conjuntivo subjacente (ex. derme).

Classificação dos tecidos Epiteliais

O tecido epitelial é classificado de acordo com a função que é desempenhada, ou seja, revestimento da superfície externa e interna do organismo e pela produção de secreções. Eles podem ser:

 TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO

Os epitélios de revestimento ou protetores, recobrem as camadas mais superficiais da pele e todas as superfícies internas do corpo, constituem a camada limítrofe entre a matéria viva e o meio ambiente. Isto significa que qualquer substância para entrar ou sair do organismo, precisa necessariamente atravessar o tecido epitelial.

Classificação dos epitélios de revestimento

Os epitélios de revestimento podem ser classificados de acordo com o número de camadas celulares (estratificação) e o formato das células e função

Número de camadas celulares ou estratificação

Levando em conta o número de camadas que constitui o epitélio pode ser:

• • Simples – quando formados por apenas uma camada de células

• • Estratificado- quando formado por duas ou várias camadas de células,são mais resistentes aos traumatismos que os epitélios simples e encontram –se situados onde os orgãos são submetidos as forças de tracção e atrito . Devido a sua espessura a absorção através deles não ocorre facilmente.

Pseudo-estratificado- quando formado por apenas uma camada de células de tamanhos diferentes,que conferem ao epitélio uma aparente estratificação,na verdade trata-se de uma variação do epitélio simples, em corte perpendicular á superfície os núcleos aparecem situados a níveis diferentes,o que dá aparência de o tecido ser constituido por várias camadas de células.

Função

Quanto a função os epitélios podem ser:

Protectores – são geralmente estratificados e queratinizados, como a epiderme dos mamíferos. A queratina é uma proteína que confere resistência e impermeabilização á camada superficial da epiderme, que é morta

Sensoriais- os sensoriais tem células de sustentação e entre elas células de sensórias, como ocorre no epitélio olfactivo.

Ciliados – os epitélios ciliados têm células com superfície livre coberta por grande número de cílios (cerca de 200 a 250 por célula). O batimento coordenado dos cílios garante o deslocamento de substâncias sobre as células.

Secretores ou (glandulares) – os epitélios glândulares ou secretores constituem as glândulas.

Absorção – dentre os epitélios de absorção convém salientarmos o da mucosa intestinal, cujas células tem um grande número de microvilosidades.

Formato celular

Quanto ao formato das células que o compõem, o epitélio de revestimento pode ser:

• • Pavimentoso ou plano – quando as células são achatadas como as peças de cerâmica de um pavimento

Prismático ou colunar – quando as células têm a forma de prismas

• • Cúbico – quando as células têm a forma de um cubo

Figure 3 epitelio cubico

• • De transição – quando constituídos por várias camadas de células dotadas de grande flexibilidade e cujo formato varia conforme a distensão ou contração dos órgãos onde ocorre.

 ESPECIALIZAÇÕES DAS CÉLULAS EPITELIAIS:

Desmossomos: proteína placoglobilinas e desmoplaquina

Junções Adesivas: proteínas actina e miosina

Zonas de Oclusão: proteínas ocludina e claudina

Junções tipo GAP: Proteína conexina

Cílios- estruturas móveis e alongadas, movimentos coordenados (trato respiratório e tuba uterina)

Invaginações- Presentes em epitélios especializados no inter-câmbio de substâncias. Forma os túbulos renais

Microvilosidades- Aumentam a área de superfície celular, facilitando absorção (intestino delgado)

Lâmina Basal

Todos os epitélios são assentados sobre o tecido conjuntivo. Entre o tecido conjuntivo e as células epiteliais existe uma lâmina, chamada lâmina basal.

 Membranas

O tecido epitelial, associado sempre ao tecido conjuntivo pode formar membranas que envolvem os órgãos. Quando essas membranas revestem cavidades fechadas são chamadas de serosas e quando revestem cavidades que se comunicam com o exterior são chamadas de mucosas, como por exemplo a mucosa gástrica, intestinal e a mucosa bucal.

Tecido Epitelial Glandular

Certas células do nosso corpo são capazes de produzir substâncias que serão enviadas para outros locais. Elas podem ser empregadas em outras partes do corpo, sendo neste caso uma secreção, ou podem ser eliminadas do organismo, tratando-se, então de uma excreção. Quem possui essa função são os epitélios glandulares que se originam a partir de células que proliferam do epitélio de revestimento.

Classificação do tecido epitelial glandular

Classificação quanto à presença ou ausência de ducto:

Glândulas exócrinas: porção secretora associada a ductos que se abrem para fora do corpo ou para o interior de cavidades corporais. Ex.: glândulas sebáceas, sudoríparas, mamárias, salivares.

Glândulas endócrinas: porção secretora sem ductos. Sua secreção – os hormônios – é lançada na corrente sanguínea, indo atuar em órgãos ou células-alvo específicos.

Glândulas mistas ou anficrânias: apresenta regiões endócrinas e exócrinas. Ex.: pâncreas.

 Classificação das glândulas exócrinas

Quanto ao modo de eliminação da secreção

Holócrinas: a célula secretora acumula os produtos no citoplasma; em seguida morre e se desintegra, constituindo ela própria, a secreção. Ex.: glândulas sebáceas

Merócrinas: as células secretoras eliminam apenas a secreção, mantendo seu citoplasma intacto. Ex.: glândulas salivares.

Apócrinas: células secretoras perdem uma certa quantidade de citoplasma ao eliminarem sua secreção. Ex.: glândula mamária.

Quanto à forma da porção secretora:

Tubulosa: porção secretora tubular. Ex.: glândula da mucosa estomacal

Acinosa ou alveolar: porção secretora arredondada. Ex.: glândulas sebáceas

Túbulo-acinosa ou túbulo-alveolar: ductos tubulares com porções secretoras arredondadas. Ex.: glândulas mamárias.

Referências bibliográficas

VASCONCELHOS, Sérgio Linhares & GEWANDSNAJDER, Fernando. Biologia do Organismo e Classificação, Fisiologia e Reprodução, 1998.

JUNQUEIRA & CARNEIRO: Histologia Básica. 8ª ed., 2000.

AMABIS, José Mariano & MARTHO Gilberto Rodrigues: Curso Básico dos Seres Vivos. Porto Editora, 1998.