A Organização de Unidade Africana, fundada em 1963, tinha dois grandes objectivos:
- Lutar contra o colonialismo e o racismo;
- Unir o continente africano.
A luta contra o colonialismo e o racismo foi completamente ganha porque todos dos países africanos estão hoje independentes e todos os regimes racistas foram derrotados.
A unificação do continente, apesar de muitos esforços, não foi completamente atingida. Quando a OUA foi dissolvida, em 2001, muitos países africanos continuavam em guerra e a unidade era ainda deficiente. As seguintes razoes dificultaram a unidade africana:
- Conflitos entre os estados;
- Barreiras culturais e religiosas;
- Dificuldades de comunicação e influência dos conflitos vindos de fora de África.
Dificuldades da unidade Africana
Após as suas independências, sucederam vários conflitos entre os países africanos. Os conflitos foram de natureza diplomática e militar, tendo alguns dados de origem a guerras sangrentas.
Os seguintes exemplos ilustram essa realidade:
- Conflitos sistemáticos entre o Ruanda e o Burundi por motivos étnicos;
- A guerra entre a Somália e os seus vizinhos, o Quénia e a Etiópia, em 1963;
- A guerra que opôs o antigo Zaire (republica Democrática do Congo) ao Congo Brazaville.
Estes e outros conflitos dificultaram a união dos povos africanos.
As barreiras culturais e religiosas
Os países africanos apresentam culturas muito diversificadas, pertencentes aos inúmeros grupos étnicos que compõem o povo africano. Em cada pais, existem varias línguas locais, para alem das línguas trazidas pelos colonizadores. Os países africanos são constituídos por vários grupos étnicos cada um dos quais com as suas características culturais. Para além da diversidade de línguas e étnicas, África apresenta diferentes religiões num mesmo espaço. As religiões católicas, protestante, muçulmana e animista coexistem dentro do mesmo pai, em muitos casos.
Os radicalismos culturais e religiosos terminam muitas vezes em conflitos sangrentos entre Estados como podemos ver a partir dos exemplos que seguem:
Conflito entre tutsis e hutus no Ruand que culminou com o genocídio de 1994, provocando a morte de meio milhão de pessoas;
Conflitos religiosos entre muçulmanos e católicos na Nigéria, Somália e Níger.
Os conflitos que resultam das diferenças culturas e religiosas, são uma das grandes causas de guerras e dificuldade de unir o continente africano.
As dificuldades de comunicação
Os países africanos enfrentam dificuldades na área dos transportes e comunicações, nomeadamente:
A falta e estrada que permitam a ligação entre varias regiões e países;
A falta de um sistema de ligações telefónicas que permita a ligação entre o interior dos países ou entre países africanos diferentes;
A falta de ligações aéreas entre diferentes países ou regiões.
Porem, se entre os países africanos as dificuldades de comunicação eram enormes, o mesmo não acontecia nas ligações entre os países africanos e os antigos países colonizadores da Europa. Para estes países, sempre houve ligações aéreas e por telefone.
Estes problemas continuam, ainda hoje, a dificultar a unidade dos povos africanos. Para lutar contra esta situação, os países africanos, apoiados por países doutros continentes, tem estado a desenvolver a área de comunicações alargando o serviço de telefones, estradas e internet para as zonas rurais.
A influência de conflitos fora do continente africano
A unidade africana foi dificultada também por conflitos estrangeiros. Ate 1991, o mundo encontrava-se dividido em dois blocos políticos rivais: bloco de leste (dirigido pela União Soviética) e era liderado pelos EUA.
Os países africanos eram influenciados por essa situação, sendo que uns seguiram a via socialista e outros a via capitalista. Passaram, pois, também a comungar das rivalidades entre os dois blocos. Entraram em conflito e, muitas vezes, também, desencadearam uma autêntica corrida aos armamentos.