Até finais do século XIX, ainda vigorava o modelo Positivista tradicional, não obstante ter sido enriquecido pelo modelo historicista, ao negar o estabelecimento de leis em história e ao valorizar o papel do sujeito na elaboração da história (relatividade e subjectividade).

Mesmo com a emergência das ciências sociais na segunda metade do século XIX, (sociologia, Geografia Humana, Psicologia, etc), a história continuava a “mãe” uma espécie de dona e senhora do conhecimento humano. Até esta fase a história confinava-se pyura e simplesmente nos aspectos institucionais, políticos e culturais, característicoa do movimento positivista.

Este estatuto privilegiado da história, sofre embates e críticas que se aprofundaram nas primeiras décadas do século XX.

Fatores da Crise

1 Emergência das correntes historiográfica, Marx e Engels trazem uma nova concepção  da história ( materialista), onde acentuam o papel das massas e não dos indivíduos, a preferência pelo estudo das economias e sociedades em lugar dos aspectos políticos.

François Simiand, economista e sociólogo, denúncia três ídolos dos historiadores então em vigor:

  • Ídolo político que os leva a dar importância  exagerada aos aspectos políticos, guerras, etc.
  • Ídolo individual ou a história de ordenar as pesquisas em torno de um indivíduo e não dos fenómenos sociais,
  • Ídolo cronológico, o hábito de se perderem no estudo da origem do passado.

2 Evolução científica  – o rápido e extraordinário progresso  sobretudo das ciências naturais revoluciona os quadros do saber estabelecidos. O saber deixa de ser um dado feito, acabado, para se encontrar continuamente em mudança, com os homens, isto é, o saber deixa de ser estático, mas sim susceptível a mudanças.

3 Emergência das Ciências humanas e sociais –  Na segunda metade do século XIX, a história perde a exclusividade do cohecimento com a emergências denovas ciências que vão compartilhar o homem como objecto de estudo. Por exemplo a Sociologia de Durkein que estuda a comparação genética dos grupos sociais; a Geografia Humana de Vidal de la Blanch, luta pela inserção do homem no espaço; a Antropologia que estuda o homem a partir das suas produções e reproduções.

Portanto, a crescente importância destas ciências sociais, colocaram aos historidores três grandes problemas:

A definição e delimitação do conteúdo específico da História;

Reformulação da sua função objectiva nas sociedades hodiernas;

Metodologia.

5 O impacto das Novas Condições históricas resultantes da I e da II guerras Mundiais – Se compararmos  a situação mundial e alargarmos o nosso horizonte para comparar a situação do mundo na década de 50. quatro grandes mudanças se revelaram imediatamente:

Nada se produz doravante numa parte do globo que não tenha nenhuma repercussão nas outras partes;

O progresso da ciência e da técnica, impõe por parte uma nova forma de sociedade e novos pensamentos: Ex, a invenção do computador no Ocidente impôs uma nova vida, forma de pensar, investigar, aos povos do mundo.

Houve queda da preponderância europeia em benefício de outros continentes;

Enquanto no início do século XX, o regime democrático progredia sem encontrar contrastes, 60 anos depois, o comunismo que até 1930 restringia-se ao espaço soviético, estendia-se a 1/3 da população do globo.

Face a este todo cenário, os historiadores tradicionais viram-se obrigados a se redimirem do seu modelo com vista e se adequarem às novas realidades do mundo.

Os Novos Rumos da História do século XX

A partir do Século XX (1929), com a publicação da revista “Annales” por Lucien Febre e Marc Bloch, é combatido o modelo positivista em vigor.

A partir das críticas feitas ao Positivismo, deduzem-se as sehuintes coordenas da História Nova:

1 O alargamento do campo do historiador, isto é, defesa de uma história total, uma história que abarque todos aspectos humanos;

2 Alargamento do conceito de conceito de documento histórico, isto é, o documento histórico é tudo o que exprime o homem;

3 Aparecimento da história problema e a valorização do papel do historiador na construção da história. A investigação histórica deve partir de um problema, não de um documento como dfendiam os positivistas;

4 Alargamento cronológico e geográfico da história –  a história não é só o passado, mas sim o passado para comnpreender o presente e prespectivar o futuro. É  uma história universal, não só e só europeia.

5 Defesa da Interdisciplinaridade, isto é, se a História deve ser total, é imperiosa que ela mantinha um diálogo interdisciplinar com as outras ciências.

6 Com a morte dos dois fundadores da revista Annales, os destinos da Escola Nova ficaram na responsabilidade  de Ferdinand Braudel  que vai introduzir uma nova dimensão do tempo histórico nomeadamente:

  • Tempo curto ou tempo dos acontecimentos, relativoa à questões de guerras;
  • Tempo médio ou tempo das conjunturas, relitivos a variações cíclicas não superiores a um século;
  • Tempo longo ou tempo das estruturas, variações cíclicas de mais de um século.