História da evolução da educação no mundo e em Moçambique

Depois de um longo período de instabilidade política dentro da região de Moçambique, do qual decorreram sérias demandas de reestruturação social e cultural, e o sistema educacional passou a se preocupar com a cultura local ou tradicional, passando a admitir a sistematização dos grupos etnolinguísticos em Moçambique. (Bourdieu, 2010, p.99).

A partir de então, a cultura tradicional de organização familiar passou a ser considerada, destacando a mulher como chefe dos grupos familiares.

Também a respeito da estruturação e composição familiar destes grupos étnicos, aponta que região central de Moçambique, é considerada a área com mais diversidade cultural, fruto das mobilidades sociais originadas pelas guerras durante a formação dos grandes impérios ao sul de África. (Bourdieu, 2010, p.99).

Desde o estado do Zimbabwe e passando pelo Mwene Mutapa, a governação dos chefes estava envolta de enigmas e religiosidade, nas quais a mulher passara a desenvolver papéis determinantes na consolidação e unidade entre os vários povos que compunha a densidade populacional dos estados satélites moçambicanos.

  • A idade antiga, media, clássica moderna e contemporânea
  • Destaques das épocas
    • Educação na idade Antiga

Na antiguidade Grega, esse período é reconhecido como o berço da civilização, tendo como seus principais representantes: Sócrates, Aristóteles e Platão; conhecido hoje como o período arcaico, no decorrer nos (séculos VIII a VI a.c); trouxe grandes mudanças no campo social quanto no político: o aparecimento da Polis, do comércio e das classes sociais e da moeda. (Carvalho, 1998, p.99).

O autor apresenta que Homero teria sido o grande educador da Grécia antiga e finalizando o filósofo Platão que viveu três séculos depois dele, Carvalho, (1998). para Platão, Homero trouxe uma visão interessante sobre a realidade e interpretação para todos os gregos antigos, Ilíada e odisseia eram livros de cabeceira da juventude de Atenas e de várias outras cidades gregas.

Reflectindo sobre esse período, o que mais nos chamou a atenção e o motivo pelo qual uma guerra traria um modelo de educação para Grécia Antiga, sendo de suma relevância voltar na figura de Aquiles.

O mesmo era rei de uma cidade chamada Tersalha, ele argumentava, e fazia exposições de suas ideias, portanto também era o herói no campo da batalha, era um guerreiro que nesse período foi instruído através da famosa Paidéia (Formação integral do ser humano), que remonta ao início da pedagogia, pedagogo e aquele que cuida de crianças, aquele que ensina a Crianças, tornando-se o primeiro modelo de educação na Grécia Antiga. (Bourdieu, 2010, p.99).

Dessa forma, a partir da Paidéia, essa educação tem como princípio a formação de guerreiros instruídos, o do cidadão, completo e virtuoso, um modelo de educar que abranja corpo e mente, ou seja, a formação de Aquiles.

  • Educação contemporânea

Para entender a educação contemporânea é preciso compreender o papel central da revolução política Carvalho, (1998). ocorrida na França no período de 1789 a 1799 e, antes da Revolução Francesa, o impacto da Revolução Protestante e da Contra-Reforma no panorama cultural e educacional da humanidade.

 “A educação não seria a única nem a principal agente responsável pelo desencadeamento da revolução; mas era evidente para eles que sem, a ocorrência de mudanças profundas na mentalidade das pessoas, mudanças provocadas em grande parte por intermédio da educação, a revolução poderia não alcançar o êxito desejado.

Tal posicionamento dos anarquistas em face da educação deriva de um princípio doutrinário básico, o princípio da liberdade tão evocado por seus adeptos.”

A ciência e a cultura entram em um período de extraordinário desenvolvimento e fusão; enquanto a arte e a literatura, libertados pelo romantismo, das sustentações académicas e abertos a um público em um mercado a cada vez mais extenso; viram submetidos ao impacto dos novos meios de comunicação em massas, escritos e audiovisuais, oque provocou uma verdadeira crise de identidade que começa com impressionismo e aos progressos que ainda não se superam.

  • Educação Clássica moderna

Essas mudanças foram primordiais para o surgimento do pensamento filosófico. No período clássico (séculos V e IV a.c.) surge a ideia pedagógica associada à formação do cidadão, as ciências como astronomia, geometria e matemática.

Na idade media a “quarela das mulheres” girava meio a escolástica sobre a maldade ou a bondade interior da mulher no século XVI. A formação intelectual da mulher, na maioria dos casos, é autodidáctica dada a existência dada a existência de centros educativos nos que jovens possam ser instruídos.

Desde o século XVI, as meninas estavam autorizadas a assistir as escolas de primeiras Letras com os meninos, mas na prática isto se aceitava com dificuldade. A irmandade de San Casiano, que agrupava aos maestros se após no final do século XVII, a manter perigos morais e espirituais que suponha a educação mista exige um estabelecimento diferentes para uns com os outros. Araújo (2012, p.108)

O resultado foi que, onde se cumpriu este preceito, as meninas ficavam sem escolarizar, já que a maioria dos povos não tinham recursos suficientes para sufragar dois estabelecimentos de ensino.

  • Educação na idade media

A especulação filosófico-teológica que se desenvolve do séc. IX até o Renascimento é denominada escolástica, assim designada por ter sido dominante nas escolas surgidas durante o Renascimento carolíngio.

A base do currículo educacional medieval, tratou sobre tudo das “Sete Artes Liberais”, distinguidas já por Platão no que chamou de trivium (gramática, retórica e dialéctica) e quadrivium (aritmética, música, geometria e astronomia). As artes liberais eram assim chamadas por compreender não somente o conhecimento, mas uma produção que decorria imediatamente da razão.

Desenvolveu-se então um novo conceito de educação, onde, acreditavam os pensadores desta época, as palavras possuíam em si a possibilidade de resgatar a experiência humana esquecida.

O mais destacado dos escolásticos, Santo Tomás de Aquino (1225-1274), dividia as verdades em duas categorias: crenças cujas veracidades podiam ser provadas com a razão, e crenças cujas as verdades ou falsidades não podiam ser provadas. Considerava que a razão não era inimiga da revelação, e que, quanto mais racional a humanidade se tornava, também se tornava mais cristã. Araújo (2012, p.108)

À partir do século XIV, posturas dogmáticas contrárias à reflexão, obstruem as pesquisas e a livre investigação. Assim, a escolástica sofre um processo de autoritarismo, o “princípio da autoridade”, a aceitação cega das verdades dos textos bíblicos.

  • Importâncias das épocas no avanço da educação

As escolas são instituições imprescindíveis para o desenvolvimento e para o bem-estar das pessoas, das organizações e das sociedades.  “É nas escolas que a grande maioria das crianças e dos jovens aprendem uma diversidade de conhecimentos e competências que dificilmente poderão aprender noutros contextos” (Cerizara, 1990, p.109).

Por isso mesmo elas têm que desempenhar um papel fundamental e insubstituível na consolidação das sociedades democráticas baseadas no conhecimento, na justiça social, na igualdade, na solidariedade e em princípios sociais e éticos irrepreensíveis.

Para muitos milhares de alunos, a escola constitui uma oportunidade única para romper com situações económicas e sociais desfavoráveis e precárias. Certamente por essa razão muitos pais sempre se sacrificaram para que os seus filhos a frequentassem.

Aprender deve constituir o primeiro propósito da vida escolar. Exige esforço por parte dos alunos e o reconhecimento de uma hierarquia – os professores têm conhecimentos que os alunos não têm e que precisam de aprender. Ensinar constitui outro incontornável propósito da escola que exige, da parte dos professores, a mobilização de uma significativa variedade de conhecimentos e competências. (Cerizara, 1990, p.112).

A dinâmica da visão moderna sobre a tecnologia trata-se de uma ferramenta, ou um meio para o uso humano, no qual à tecnologia configura a cultura e a sociedade. Tal dinâmica se reflecte na apropriação da tecnologia nas práticas pedagógicas. Isto se revela nos estudos que abordam a integração das tecnologias à educação.

Portanto, a proposta não é simplesmente trocar o velho pelo novo, mas sim tornar a tecnologia um recurso eficaz, dentro do ambiente escolar. Para isso uma mudança na postura docente se torna essencial pois a escolha de recursos passa pelo professor e a possibilidade de torná-lo significativo também.

Sendo assim, utilizar as tecnologias como ferramentas pedagógicas podem auxiliar o aluno no processo de construção do conhecimento. Para isso a capacitação e inclusão digital do profissional da educação são de suma importância, porque professor é a figura central da mediação do saber. Demo (2008, p.134) ainda ressalta:

 Temos que cuidar do professor, pois todas as mudanças só entram bem na escola se entrarem pelo professor, ele é a figura fundamental. Não há como substituir o professor. Ele é a tecnologia das tecnologias, e deve se portar como tal. (Apud ANDRADE, p.16)

 

  • Relação da didáctica com outras ciências

Para a compreensão da didáctica geral se relaciona com outras ciências, voltando ao conceito da própria ciência.

Segundo Piletti (2004, p.9), A Didáctica é uma disciplina técnica e que tem objecto especifico a técnica de ensino (direcção técnica de aprendizagem, isto quer dizer que a Didáctica é a parte da pedagogia que tem como objecto de ensino em sua relação com a aprendizagem em processos de estímulos, direcção e encaminhamento, no decurso da aprendizagem na formação do homem concentrada no processo de ensino e aprendizagem, que busca a formação e o desenvolvimento instrutivo e formativo de estudantes.

  • Relação com a Sociologia

A sociologia tem como seu objecto de estudo a sociedade, na didáctica, Araújo (2012, p.108) defende que “indica forma de trabalho que permite desenvolver a solidariedade, a licença, a responsabilidade no contexto de inteirações sociais, pois a aprendizagem acontece no contexto socialmente construído oque implica reconhecer o papel dessas relações na educação dos alunos”

  • Relação com a Biologia

A Biologia, dentro da sua área de especificidade, orienta de certa forma o desenvolvimento físico e os índices de fadiga dos alunos, a nutrição (boas praticas de ingestão adequada de alimentos e nutrientes fundamentais para a saúde e para a resistências das doenças).

A herança (processo pelo qual um individuo adquiri características semelhantes a dos progenitores) também tem o seu peso na aprendizagem dos alunos.

  • Relação com a Psicologia

Tendo em consideração que a psicologia é o comportamento e as actividades mentais de todos animais e da Didáctica o ensino e aprendizagem do homem, nota-se que a psicologia fornece fundamentos para alguns aspectos da aprendizagem do aluno.

A selecção dos conteúdos e meios didácticos apropriados na mediação tem a ver com o desenvolvimento psíquico da criança. Essa avaliação (do desenvolvimento psíquico da criança) é fornecida pela psicologia.

A psicologia na educação não se limita na sala de aulas, mas se estende para todos os intervenientes do processo de ensino e aprendizagem, ajudando na elaboração de currículos e na resolução de problemas fora e dentro da sala de aulas.

  • Relação com a Filosofia

Segundo Araújo (2012, p.97), a Filosofia actua nas demais ciências que servem de base a didáctica, coordenando as numa visão que tem por fim explicar o educando com um ser completo que necessita de atendimento adequado e personalizado, de forma que se possam efectuar os propósitos de educação.

  • Estrutura de uma aula

Em geral, qualquer professor  que pretende  preparar sua aula, interroga-se sobre:

O tema da aula: que aspectos devem ser abordados no dado tema;

Os objectivos: que conhecimentos e capacidades devem desenvolver nos alunos;

Como conduzir a minha aula (Método);

Outros aspectos organizativos

Devo ter em conta na minha aula.

Toda essa reflexão, resume-se na estrutura geral de uma aula, que pode apresentar a seguinte estrutura: 

  1. Definição dos objectivos;
  2. Definição dos conteúdos da matéria a ser abordada;
  3. Os métodos a serem aplicados;
  4. Outros aspectos organizativos.

Cabeçalho da estrutura de uma aula

ESCOLA________________________________________________________ ____________ CLASSE _________TURMA__________DATA______________

TEMA DA AULA________________________________________DURAÇÃO _____

OBJECTIVOS_____________________________________________________

  1. O aluno deve possuir conhecimentos sobre:
  2. O aluno deve ser capaz de:

Meios de ensino (aquilo que vai usar na própria aula):

Métodos (o número depende do professor):

 

 

 

Tempo

Funções Didácticas

 

 

 

Conteúdo

 

Actividades

 

Professor

 

Alunos

 

 

Motivação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Assimilação

 

 

 

 

Consolidacao

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Consolidação

 

 

 

 

 

Controle e avaliação

 

 

 

 

           

OBS: O tempo de cada aula vai de acordo com o tempo e o período.

  • Importância da avaliação no PEA

A avaliação é instrumento de medida que indica o nível de alcance dos objectivos previstos na planificação.

Avaliar é acompanhar o desenvolvimento do acto educativo com um conjunto de actividades contínuas, com vista a apreciar a adequação dos diversos momentos do processo ensino-aprendizagem e do nível atingido           pelos            alunos, Relativamente aos diversos objectivos comportamentais.

Não existe uma avaliação mais exequível ao processo de ensino-aprendizagem, antes porém, todas as formas de avaliação complementam-se para a formação integral do aluno.

A avaliação pode mostrar que a planificação não está adequada à turma respectiva, sobretudo a planificação a médio prazo ou a planificação a curto prazo. Isso levará a modificar essa planificação – o que se repercutirá na execução e em novas avaliações. (Carvalho, 1998, p.122).

A avaliação pode também mostrar que, na área da execução, isto é, no decurso das actividades não estão a permitir aos alunos atingirem os objectivos previstos. Isso poderá levar a alterar o plano ou os planos das aulas, levar a alterar as estratégias ou os recursos, levar a alterar o tempo previsto para atingir esses objectivos.

A avaliação intervém, assim, nas outras áreas do processo de ensino-aprendizagem e intervém em todos os momentos desse processo.

 

 

Conclusão

Historicamente, os espaços pré-escolares sempre foram muito femininos e os espaços masculinos não foram enfatizados.

A presença masculina tem sido predominantemente muito baixa nesses espaços, nesse caso, eles costumam aparecer como directores de educação ou porteiros nesses ambientes.

O objectivo deste artigo é sistematizar como era a Educação infantil na Antiguidade, Idade Média e Pós Modernidade e apresentar de forma contextualizada de como se deu a presença do homem na docência, quem foram os mestres/mentores/professores na época.

A cadeira de didáctica geral, generaliza no seu todo compreender de fato quem desenvolvia o ato de educar, com foco na Educação, cenário para os caminhos da profissão docente, os motivos da imigração dos homens (professor) da sala de aula, as principais causas da feminização do magistério, a relação do cuidar e educar.

 

 

Referências Bibliográficas

Aranha, Maria Lúcia de Arruda. (1989). História da Educação. São Paulo. Moderna.

Araújo, Augusto Jorge. (2003). Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro. Sextante.

Bourdieu,Pierre. (2010). A dominação masculina. (7ªed). Rio de Janeiro. Bertrand Brasil.

Cambi, F. 1999. História da Pedagogia. São Paulo, Fundação Editora da UNESP.

Carvalho, Marília Pinto de. (1998). No coração da sala de aula: gênero e trabalho docente nas séries iniciais. São Paulo.

Cerizara, B. Rousseau, (1990). A educação na Infância. São Paulo: Scipione,

Chamon, Magda. (2005). Trajectória da feminização do magistério: ambiguidades e conflitos. Belo Horizonte. Autêntica.

Fernandes, P. (1996). Pesquisas Científicas. São Paulo. Paz e terra.

Piletti. (2012). Educação.Porto. ática.

Ximenex, M. at all (1994). Introdução à Filosofia 10º ano. Texto Editora. Porto.