Os Fatores do Plano Marshall
A II guerra Mundial provocou muitas destruições, afectando os países directamente envolvidos na guerra. Dentre os quais destacam se as de índole económica, que também repercutiram a outras esferas, querem politicam, sociais e demográficas:
A destruição do tecido económico e social, o que levou ao redobrar de esforços para a recuperação deste, como é o caso do plano Marshall levada a cabo pelos E.U.A para recuperar a economia dos países capitalistas europeus.
A nível político a guerra acabara com a divisão da Europa em dos blocos completamente diferentes: as democracias capitalistas ocidentais, dominadas pelos E.U.A e o bloco dos países socialistas dominada pela U.R.S.S.
A guerra criou também o deslocamento dos centros de poder no mundo, passando dos capitalistas ocidentais para os E.U.A e U.R.S.S. Para além dos dois blocos surgem muitos países recém emancipados do colonialismo que passaram a designar-se de “terceiro mundo”.
Objetivos do Plano Marshall
O “plano Marshall” aplicado para a recuperação económica da Europa assegurava a expansão do capitalismo internacional e a “Doutrina Truman” negava a necessidade de expansão do comunismo russo. Perante esta situação a Rússia não se fez de rogado e impede também o avanço do capitalismo para o leste europeu.
No ponto mais alto destas confrontações foram criadas novos blocos militares rivais: a OTAN (organização do tratado do atlântico norte), das potenciais ocidentais (EUA, Inglaterra, Canadá, França, Bélgica, Holanda, Itália, Dinamarca, Noruega, Islândia, Luxemburgo, Portugal, e mais tarde a Grécia, Turquia e a Republica Federal Alemã) e o Pacto da Varsóvia formado por todos os países socialistas da Europa oriental, à excepção da Checoslováquia.
Destaca seguintes objectivos:
Possibilitar a reconstrução material dos países capitalistas destruídos na Segunda Guerra Mundial;
Recuperar e reorganizar a economia dos países capitalistas, aumentando o vínculo deles com os Estados Unidos, principalmente através das relações comerciais;
Fazer frente aos avanços do socialismo presente, principalmente, no leste europeu e comandado pela extinta União Soviética
O surgimento do plano Marshall: 1945-1953
Em 5 de Junho de 1947, o general George C. Marshall, secretario de Estado norte-americano no governo do presidente Truman, proferiu uma alocução de investidura na Universidade de Harvard, segundo a qual as nações da Europa que apresentassem um pedido unificado e coerente de ajuda, o governo dos EUA, daria uma resposta favorável. Portanto esta foi a origem do chamado plano Marshall.
A iniciativa recebeu o nome do Secretário do Estado dos Estados Unidos, George Marshall.
Deste modo, o Plano Marshall deve ser entendido dentro do contexto histórico da Guerra Fria, pois foi uma forma de fortalecer o capitalismo e a hegemonia dos Estados Unidos. O Plano foi colocado em operação em 1947.
A adesão das nações ao plano Marshall
Cameron (2004, p.412), Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Franca, Grã-Bretanha, da URSS, encontraram se em Páris para discutirem uma resposta europeia ao plano Marshall. Nesse encontro a URSS, recusou a aderir ao plano alegando ser conspiração do imperialismo.
A 12 d Julho de 1947, reunidos em paris, as nações democráticas da Europa Ocidental, as neutrais Suécia e Suíça, a Áustria, o não democrático Portugal, a Grécia e Turquia, criaram o Comité de Cooperação Europeia (CCEE).
O plano de reconstrução foi desenvolvido em um encontro dos Estados europeus participantes em Julho de 1947. A União Soviética e os países da Europa Oriental foram convidados, mas Josef Estaline viu o plano como uma ameaça e não permitiu a participação de nenhum país sob o controle soviético. O plano permaneceu em operação por quatro anos fiscais a partir de Julho de 1947. Durante esse período, algo em torno de 13 bilhões de dólares foram investidos em assistência técnica e económica, isto, equivalente a cerca de 132 bilhões de dólares, em 2006 ajustado pela inflação e entregues para ajudar na recuperação dos países europeus que juntaram-se à Organização europeia para a cooperação e desenvolvimento económico. Quando o plano foi completado, a economia de cada país participante, com a excepção da Alemanha, tinha crescido consideravelmente acima dos níveis pré-guerra. Pelas próximas duas décadas a Europa ocidental iria gozar de prosperidade e crescimento. O Plano Marshall também é visto como um dos primeiros elementos da integração europeia, já que anulou barreiras comerciais e criou instituições para coordenar a economia em nível continental. Uma consequência intencionada foi a adopção sistemática de técnicas administrativas norte-americanas.
Características do plano Marshall
No plano da luta anti- comunista, que travou contra a URSS e os seus aliados da Europa, o governo de Truman deu lugar ao plano Marshall programa económico da Europa capitalista para assim se evitaram revoltas internas de tendência comunista. A nível político-militar, Truman incentivou a criação de uma aliança militar do atlântico, a OTAN (organização do tratado do atlântico norte) com vista a defender o mundo ocidental das possíveis investidas do leste, sobretudo da URSS.
A nível interno, o governo dos democráticos foi guiado pelos mesmos princípios, o anti-sovietismo; qualquer oposição as medidas governamentais era tida como sendo sinal de antiamericanos ou comunismo, e como tal, era o indício da sabotagem e traição nacional.
O senador Joseph Mccarthy destacou-se nesta política ao desencadear uma autêntica caca as bruxas, movendo processos contra aludidos vermelhos, sobre quem recaiam acusações de traição a pátria e aos interesses americanos
O lançamento da bomba atómica em 1945, contra o Japão e a política anexionista manifestada na Ásia, com a guerra da Coreia, manifestam a nível internacional, a tendência dos EUA de protegeremos interesses da burguesia capitalista mundial contra os significativos avanços dos comunistas do leste.
Resultados do Plano Marshall
O Plano Marshall instituído pelos estadunidenses resultou em incrível crescimento económico para os países europeus envolvidos e grande influência, fazendo os beneficiados terem dívidas para depois pagá-las. A produção industrial cresceu 35%, e a produção agrícola havia superado níveis dos anos pré-guerra.
O comunismo, portanto, passou a ser considerado pelos dirigentes da Europa Ocidental como uma ameaça menor, e a popularidade dos partidos ou organizações comunistas na região caiu bastante.
Foram criadas várias instituições, sobretudo a CEE (Comunidade Económica Europeia), formada inicialmente pela Alemanha Ocidental, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França e Itália. Nos anos 60, a Europa Ocidental dava sinais evidentes de recuperação económica. Cresceu o estoque de ouro, a balança comercial tornou-se favorável, aumentaram a renda percapita e os investimentos industriais e agrícolas.
Bibliografia
BURNS, Edward Mcnall; História da Civilização Ocidental: Do Homem das cavernas ate a Bomba Atómica; Editora Globo; volumeII; 2ª edição; P.NHAMPULO, Telésfero; Exames Sem Medo; Moçambique editora 1ª Edição Maputo; 2000;CAMERON, Rondo; História Económica do Mundo. 2ª Edição; Portugal; 2004;PARKER, Geoffrey. Atlas da História do Mundo. 4ª Edição; São Paulo; 1995