O que foi?
No início dos anos 1950, os Estados asiáticos buscaram uma aliança mais estreita com os países africanos. Em Abril de 1955, Indonésia, Birmânia, Ceilão, Índia e Paquistão promoveram a legendária Conferência de Bandung, na Indonésia. Os 29 países participantes representavam mais de metade da população mundial.
A expressão Terceiro Mundo foi utilizada pela primeira vez pelo economista Francês Alfred Sauvy, em 1952, ele construiu essa expressão observando as desigualdades económicas, sociais e políticas. O “terceiro caminho” designa também uma nova concepção de economia. Não se busca nem o caminho capitalista nem o caminho comunista da economia: a meta é uma mescla dos dois sistemas.
Para os países do Terceiro Mundo, ser não-alinhado significava manter a neutralidade num ambiente de tensão, ou seja, não se envolverem nem pelos países comunistas, controlados por Moscovo, nem pelos países industrializados ocidentais, fortemente orientados pelos Estados Unidos.
E não foi por acaso que exactamente os países não-alinhados, isto é, neutros, tenham sido áreas antes colonizadas pelos europeus e que, após a sua independência, desejavam desligar-se inteiramente do respectivo país colonizador.
Objetivos
Os interesses discutidos estavam, dado a conjuntura da Guerra Fria, totalmente permeados pelos ideais da busca de uma autonomia nacional de forma pacífica e não-alinhada. De tal modo, o contexto de competição entre duas superpotências hegemónicas – Estados Unidos, capitalista e União Soviética, socialista – ressaltava, sobretudo, a dificuldade do Terceiro Mundo em obter um desenvolvimento de modo neutro.
A busca pela paz e a criação de uma nova ordem política e económica internacional, diferente da bipolaridade, respeitando a autodeterminação e a liberdade de perseguir o desenvolvimento e a participação no cenário internacional de maneira independente, além da forte condenação ao colonialismo;
A conquista de autonomia política seguida por uma subordinação a qualquer um dos blocos – seja ele capitalista ou socialista, não fazia sentido para os futuros Não-alinhados, sendo então natural uma aliança para ajuda e reconhecimento mútuo.
Alguns países que participaram na formação do MNA
Costa do Ouro – actualmente Gana, Etiópia, Egipto, Líbia, Libéria e Sudão, Afeganistão, Birmânia, Camboja, Ceilão, República Popular da China, Filipinas, Índia, Indonésia, Japão, Laos, Nepal, Paquistão, República Democrática do Vietnam, Vietnam do Sul, Arábia Saudita, Iémen, Irã, Iraque, Jordânia, Líbano, Sírio e Turquia.
Papel
Movimento dos Não-alinhados (MNA) contribuiu significativamente na forma em que estes passaram a ser reconhecidos pelas nações mais desenvolvidas, aprimorando o reconhecimento de suas identidades nacionais e de seus direitos como Estados perante todo o meio internacional.