Segundo Capela 1991 apud Mussa (2006), em História é preciso questionar e problematizar. Por exemplo, a história escrita ontem sob regime monopartidário, era uma história prenhe de um discurso ideológico do partido no poder, sob alicerce do marxismo-leninismo, visando a glória e o teiunfo das acções do regime da “revolução Socialista moçambicana que vigorou até 1990.
Era uma história que defendia a criação de um homem novo. Capela fundamenta-se na História moçambicana da autoria do Departamento de História da UEM, que de forma visível regista as suas páginas o seguinte, Esta é uma história de Moçambique. Tem e toma partido, tem e toma posição.
É uma história pecaminosa pelo facto de não investigar de forma pormenorizada temas importantes como a autoridades tradicionais e instituições políticas em Moçambique, a cultura, a religião e a economia de Moçambique, nos seus diversos aspectos e em diferentes partes do país em cada época. As religiões endógenas africanas nos manuais de História de Moçambique, são tratados como religiões m’agico-religiosas ou animistas apoiadas na feitiçaria e na magia.
Em contrapartida, poucos são os moçambicanos que não recorrem a tais religiões para invocação dos espíritos dos antepassados.
Um outro constrangimento da historiografia moçambicana é o de construir um edifício histórico para alojar os heróis da luta de libertação nacional, para desmascarar os colaboradores do colonislismo e motivar as novas gera,cões a aceitarem os princípios ideológocos do Regime Revolucionário insituido depois de 1975.
Os intelectuais que se não identificassem pelos novos ideias na Revolução Moçambicana, eram simplesmente excluidos e ignorados. Foi o caso de Kampa Simango, por exemplo, que em nehuma fase da História de Moçambique se fala deste grande intelectuual.
Ao ler os manuais da História de Moçambique sobre os reinos e império locais, os casos de Báruè, Matola, Fuma, Nhaca, Machaquene, Tembe Mataca e outros no Sul, Norte e Centro, não são estudados com a profundiadde requerida.
Porém, investiu-se e continua a se investir na pesquisa profunda sobre o estado de Gaza. O que estará a motivar esta postura? Terá sido a falta de fontes com credibilidade sobre estas unidades políticas ou é uma lacuna propositada?
Os Sultanatos de Angoche, os Xeicados de Moma, Sancul, Sangage e a Ilha de Moçambique, a penas são tratados como simples epicentos do tráfico de escravos em Moçambique. Em Contrapartida, sabe-se hoje que o comércio de escravos chegou a ser praticado em Inhambane.
Quando se faz a abordagem sobre o papel da Igreja na forma,cão e educação dos moçambicanos, tenta se mostrar e provar que a Igreja católica, em Moçambique apenas apoiou o colonialismo, nada fez pelo homem moçambicano, o que n~ao constitui a verdade, pois não é menos verdade que nas zonas rurais, esta Igreja muito serviu às populações em assistência sanitária e na educação. Por exemplo, aos grandes professores que ensinavam aos indígenas eram formados pela Igreja Católica. Dirigentes da Frelimo, do Governo e mesmo da Renamo e outros partidos políticos moçambicanos, fizeram os seus estudios iniciais sob tutela da Igreja Católica.
Como proposta para suprir estes problemas, talvez fosse uma mais valia que os trabalhos de diplomas de estudantes da UEM, UP e mais e tentar publicá-los. Daí resultaria uma história escrita por nós e para nós.