Zambézia é uma província na região centro de Moçambique, ocupa uma área de 103 478 km². No período colonial esta província assistiu a existência de grandes companhias.

A transição do regime feudal dos prazos para o das companhias foi feito o modelo capitalista da formação de empresas. Assim, por exemplo, o arrendatário Baltazar Farinha cria a firma ‘’Farinha e Lopes’’ que rapidamente é substituída por ‘’ Eignema e Pereira’’ e esta por ‘’Eignema, Pereira e Stucky’’, que dá finalmente lugar a ‘’Companhia do Boror’’. Este ‘’Stucky’’ ou Joseph Stucky do Quay, suíçotinha um irmão Georges que, em1899, comandou uma coluna de Sipaios da Boror que submeteu o chefe Congone e, dessa maneira assegurou o controlo do território hoje correspondente aos distritos de Lugenda,Mucuba e Namacurra.

Em 1921, todo o distrito de Quelimane estava dividido em 23 prazos que entretanto, tinham passado a exceção de 3, a propriedade de grandes companhias que, no entanto não eram companhias majestáticas, mas sim ‘’arrendatárias’’ de prazos.

A companhia de Zambézia foi a terceira companhia majestática da colonia portuguesa de Moçambique que abrangia as regiões de Chire, limitecom Niassalândia, Zumbo e Luenha com a fronteira Rodésia de Norte. Esta companhia não tinha privilégios porque era concessionária (ou arrendatária). Foi criada em 1892, a sua área era a maior dascompanhias, nasceu da fusão da sociedade dos fundadores da companhia geral da Zambézia, criada em 1880, com a Central África e Zoutpamberg Exploration Company.

A colonização deste território e de todo o vale do Zambeze, iniciou-se no século XVII pelo aforamento de terrenos a portugueses ou “indo-portugueses” (indianos convertidos ao catolicismo, que adotaram nomes portugueses) comerciantes ou soldados, a troco duma renda anual. A concessão era feita por “prazos”, ou seja, por duas ou três gerações, sendo transmitida à filha mais velha.

 Explorava parte dos territórios da Zambézia e Tete; foi uma dais extensas companhias. Subjugou as companhias já existentes em Quelimane. Ela foi uma máquina de conquista de terras insubmissas do distrito de Tete e depois Quelimane, onde extraía o imposto de capitação (mussoco) e os trabalhadores para os trabalhos agrícolas.

Nos seus primeiros 10-15 anos, a companhia teve actividades repressivas e predatórias. Com o progresso da “pacificação”, as terras altas de Quelimane e Angónia, depressa se revelaram como reservatórios de mão-de-obra importada para a África do Sul e depois para S. Tomé. Quelimane ia conhecer, pelo menos, 5 a 6 novas companhias que iriam desempenhar um papel determinante no plano económico (Compa. de Boror-1898, Empresa Agrícola do Lugela – 1906, Maganja Sociedade do Madal-1904, Sena Sugar Estates – 1920, predecessoras: Companhia do Açúcar -1890 e Sena Sugar Factory – 1910. etc.). É de salientar que a Companhia da Zambézia não tinha privilégios pois era concessionária.

Bibliografia  

ANDRE, Eusébio e VANICELA, Romeu Pinheiro. Introdução ao estudo de história U.C.M. Beira, CED-U.C.M 2007 ;

NEWITT, Malyn. História de Moçambique. Mem-Martins, Publicações Europa-América, 1997.