Surgimento

O território do Reino Franco, com as expansões desde 481 até 814. O historiador Perry Anderson fez uma análise sobre as invasões germânicas. Ele distingue duas ondas de invasões envolvendo várias tribos germânicas em que a primeira onda fragmentou o Império Ocidental, sua unidade econômica, política e militar, os responsáveis seriam os vândalos, alanos, visigodos e ostrogodos, burgúndios e suevos, porém, nesta primeira invasão não houve a criação de Estados “bárbaros” de longa duração. Segundo Anderson, foi a onda seguinte de invasões germânicas que determinou profundamente e de maneira permanente o último mapa do feudalismo ocidental. E é nesta segunda onda que encontramos os francos, que se estabeleceram quando Clóvis, o rei mais importante da dinastia merovíngia, domina os territórios que eram dos seus primos, os ripuários (francos das margens do Reno) e, em 491, quando submete os turíngios.

A Dinastia Carolíngia ou Carlovíngia é a designação dada ao período do reinado, durante a Idade Média, em grande parte da Europa, dos reis Francos que sucederam a Dinastia Merovíngia. Oficialmente inicia-se no ano 751, Século VIII, com a promulgação, em ofício da Igreja Católica pelo Papa Zacarias, a Pepino, o Breve, como rei dos francos – de 751 a 768 na história esta vem a ser a primeira investidura como soberano por determinação de um pontífice.

Pepino, o Breve, obteve o reconhecimento do papa Zacarias para o destronamento do último rei merovíngio, que se recolheu a um mosteiro. Eleito rei de todos os francos, Pepino foi abençoado solenemente pelo arcebispo Bonifácio, representante do papa.

Antes de morrer, em 768, Pepino dividiu reino entre seus dois filhos: Carlos Magno e Carlomano. Porém, três anos após receber sua parte no reino (771), Carlomano morreu e Carlos Magno tornou-se soberano absoluto do reino franco. Através de diversas guerras, Carlos Magno ampliou os domínios dos francos, apoderando-se de regiões como a Saxônia, Baviera, Lombardia (regiões ao leste da atual Alemanha) e quase toda a Itália. Suas conquistas trouxeram-lhe prestígio e poder. Carlos Magno foi coroado imperador e assim surgiu o Império Carolíngio.

Império Carolíngio

Sob o governo de Carlos Magno, os francos aliaram-se à Igreja católica. A Igreja desejava a proteção de um soberano poderoso e cristão que possibilitasse a expansão do cristianismo. Assim, no dia 25 de dezembro de 800, Carlos Magno recebeu do papa Leão III o título de imperador do Sacro Império Romano Germânico.

A formação desse Império pretendia reviver, através do novo imperador, a autoridade do Império Romano do Ocidente, desaparecido em 476 com as invasões germânicas. Desse modo, Carlos Magno foi coroado como legítimo sucessor dos grandes imperadores romanos.

Em princípio, o Império Bizantino não reconheceu o título concedido a Carlos Magno. Esse reconhecimento apenas aconteceu quando o imperador bizantino Miguel I exigiu, que concessões territoriais da região da Dalmácia e da Ístria passassem para o domínio bizantino.

A Administração do Império Carolíngio

O império Franco não tinha capital fixa. Sua sede dependia do lugar onde se encontrava o imperador e sua corte. De modo geral, Carlos Magno permanecia por maior tempo na cidade de Aix-la-Chapelle.

Procurando dar uma organização mais adequada aos usos e costumes vigentes no império, Carlos Magno baixou normas escritas conhecidas como capitulares.

A Divisão e a Decadência do Império Carolíngio

Ao morrer, em 814, Carlos Magno deixou o poder imperial para seu filho Luís I, o Piedoso. No reinado de Luís I, o Império Carolíngio ainda conseguiu manter sua unidade política, mas após sua morte, em 840, o império foi disputado por seus filhos, numa desgastante guerra civil.

Pelo Tratado de Verdun, assinado em 843, os filhos de Luís I firmaram a paz, estabelecendo a seguinte divisão do Império Franco:

– Carlos II, o Calvo, ficou com a parte ocidental, compreendendo a região da Franca atual;

– Luís, o Germânico, ficou com a parte oriental, compreendendo a região da Alemanha atual;

– Lotário ficou com a parte central, compreendendo regiões que estendiam da Itália até o mar do Norte.

Em cada uma dessas regiões carolíngias foi perdendo o poder, com as sucessivas divisões internas dos reinos. Assim, a unidade política realizada por Carlos Magno não conseguiu sobreviver um século depois de sua morte.

O desmembramento do poder real dos monarcas carolíngios foi acompanhado pela crescente independência e autonomia da nobreza agrária. Houve forte descentralização e fragmentação do poder político, evidenciando a crise interna vivida pelo império.

Renascimento Carolíngio

O Renascimento carolíngio ou Renascença carolíngia foi resultado de uma série de pequenos renascimentos que permitiu uma redescoberta de textos da antiguidade, uma reforma na educação a partir do saber clássico e uma inspiração na arte romana antiga para a produção artística carolíngia

O Renascimento carolíngio foi responsável por um verdadeiro renascimento administrativo e cultural através dos limites do Ocidente continental. O sistema de cunhagem de moedas foi padronizado, e recuperado seu controle central. Em muito próxima coordenação com a Igreja, a monarquia carolíngia patrocinou uma renovação da literatura, filosofia, arte e educação.

O legado deixado pela dita Renascença Carolíngia tem que ser visto com certo cuidado, já que o termo usa emprestado a alusão ao renascimento, porém, com as devidas ressalvas. É certo que Carlos Magno fez uma revolução a dar uma importância para as artes e criar escolas para que a população pudesse ser letrada, a partir do estilo clássico que tinha como base o trivium e o quadrivium.

Esse, então, possibilitou que no futuro algumas dessas escolas se tornassem universidades medievais, dessa base construída por Carlos é que pode ter surgido a filosofia cristã, a escolástica. De certa forma o renascimento instigado por Carlos era situada maioritariamente na igreja já que os monges que atuaram de forma efetiva na tradução de livros para o latim e criação de novas artes, então, se era ligado à igreja é importante pautar que não se aproximavam tanto quanto se parece, já que as obras estavam ligadas fielmente a Deus.