Antes da Primeira Guerra Púnica, Cartago controlava as ilhas da Córsega, Sardenha e Sicília. Cartago, que já tinha uma certa influência na Península Ibérica, tando invado a cidade de Sagunto, que na época era aliada de Roma, em 219 a.C. Além dos interesses comerciais na região, os cartagineses esperavam uma reação romana, que veio quase imediatamente, com a declaração de guerra por parte de Roma.

Mesmo sabendo que enfrentariam as legiões romanas em solo não tão familiar, os cartagineses, comandados pelo general Aníbal Barca, não ficaram esperando o confronto em Sagunto.

Aníbal reuniu cerca de 50 mil homens, 9 mil cavalos e 37 elefantes e partiu rumo a Roma. Mas ao invés de passar pela via que margeava o Mediterrâneo e que seria o caminho mais fácil e rápido para a Península Itálica, ele resolveu atravessar os Alpes.

Os elefantes cartagineses assustavam por onde passavam  e olha que eram elefantes menores do que os que vivem nas savanas africanas  e mesmo enfrentando o frio, as diversas tribos locais e fugindo da perseguição dos soldados romanos, o exército de Aníbal conseguiu chegar no vale do rio Pó, vencendo batalhas em Trébia e Trasimeno.

Quando Quinto Máximo tomou posse como novo Cônsul, resolveu mudar a tática romana e preferiu esperar os avanços de Aníbal. Só que o povo romano estava interessado em ver suas legiões lutando, já que os cartagineses saqueavam e queimavam as terras dos romanos, espalhando uma certa dose de terror por onde passavam.

Após uns meses de relativo desinteresse dos romanos em guerrear, foram empossados como cônsules Caio Varrão e Lúcio Paulo, que organizaram novas legiões e reuniram cerca de 80 mil homens, entre soldados e cavaleiros.

Mas os dois continuaram com as legiões imóveis próximas à Roma. Aníbal tomou a iniciativa de um primeiro movimento e deslocou suas tropas para Canas, um povoado próximo do rio Áufido.

Apesar de ter a inferioridade numérica no campo de batalha, Aníbal posicionou suas tropas de maneira a garantir uma certa superioridade numérica em alguns pontos, mas principalmente na cavalaria, o que ajudou muito a vencer a batalha. Também colocou soldados teoricamente mais fracos no centro da formação, e as legiões romanas foram lutando e gradativamente caindo na armadilha, entrando cada vez mais no meio da formação cartaginesa. Enquanto isso a cavalaria dava a volta pelas legiões e fechava o caminho para uma possível fuga romana do campo de batalha.

Essa tática de fechar o adversário em uma espécie de “pinça” foi usada até pelos soviéticos contra as tropas nazistas em Estalinegrado. Aníbal humilhou os romanos, que tiveram milhares de baixas , estima-se que 45 mil soldados e 7 mil cavaleiros romanos morreram e outros 19 mil legionários foram feitos prisioneiros.

Só que enquanto Aníbal humilhava os romanos, os cartagineses não conseguiram enviar reforços e ainda por cima tiveram que lutar contra o cerco do general Cipião, que atravessou o mar junto com algumas legiões e atacou diretamente a cidade de Cartago. Sem muitas defesas, Cartago solicitou a volta de Aníbal, que acabou derrotado na Batalha de Zama pelo próprio Cipião, já em 202 a.C. Com a derrota, Cartago assinou um acordo de paz com Roma. Mas mesmo esta relativa paz não tinha sossego dentro do próprio Senado Romano.

Consultado em:

LÍVIO, Tito: História de Roma. Editora Paumape. São Paulo, 1989