O período entre as duas guerras foi caracterizado por reforço das relações comerciais entre as colónias e as metrópoles bem como a integração africana nos conflitos políticos europeus. Com o fim da Iª Guerra Mundial começaram alguns movimentos anticoloniais como a 2º Congresso da III Internacional Comunista da URSS em Julho de 1920 foram aprovadas Resoluções Anti-Coloniais e também ficou decidido a Convocação de um Congresso dos Povos do Oriente que se realizou em Outubro desse mesmo ano. Em 1927 realizou se a Conferência Anti-Imperialista de Bruxelas com a participação de alguns asiáticos e africanos como Ahmed Sukharno, Jawaharlal Nerhu, Lamine Senghor Tiemoko Gavan Kouyaté (os dois últimos representantes de África).

Apesar destas manifestações encontrarem oposição por parte de algumas potências europeias que queriam conservar o domínio das suas colónias mas foi o inicio de um despertar do nacionalismo africano que se desenvolveu mais tarde.

Desenvolvimento do nacionalismo africano

A partir do séc. XIX, alguns africanos conseguiram continuar os seus estudos na Europa e nos EUA, destacaram se na vida publica, empresarial entre outras começaram a desenvolver uma consciência africana e de autodeterminação. Para denunciar e lutar pela sua emancipação recorreram a jornais, revistas e outros movimentos nacionalistas que inspiraram os africanos como aIinterncional Comunista (Komintern), os movimentos Pan-Africanistas onde se destacaram Marcus Garvey e William Du Bois. Destacou se o papel das religiões africanas que se mostraram grandes opositores aos europeus e que procuraram explicar a chegada dos europeus, o tempo de sua duração bem como influenciavam na rejeição ao cristianismo e regresso ao Animismo ao islamismo no norte de África.

A escolarização, a destribalização dos africanos como consequência da urbanização bem como o regresso dos africanos que participaram na IIª Guerra Mundial levou a um processo de consciência de independência com nos seguintes a ganharem maior importância nos debates africanos como “unidade africana, independência, socialismo, cultura africana. É assim que a 25 de Maio de 1963 na Conferência de Adis-Abeba na Etiópia foi criada a Organização da Unidade Africana com os seguintes princípios “igualdade, não ingerência, resolução pacifica dos conflitos e o respeito pelas fronteiras territoriais legadas (deixadas) pela colonização por mais injustas que fossem.

Para o desenvolvimento do Nacionalismo Africanos a ONU teve um papel preponderante onde na sua carta onde defendia a autodeterminação dos povos que ainda se encontravam sob dominação colonial. Os partidos políticos e os movimentos sindicais foram outros dos grandes motores para a luta dos povos africanos rumo a sua independência.

Manifestações nacionalistas em Moçambique

Datam dos ultimo quartel do sec XIX as primeiras posições africanas que se opunham à política colonial portuguesa e desenvolveu se nas povoações do norte do Zambeze, Tete, Quelimane e Ilha de Moçambique onde defendia se a “maior autonomia governativa, eliminação da descriminação contra os africanos em especial quando é para ocuparem cargos na governação, indignação pela presença dominante da colónia inglesa e combate ao trabalho obrigatório para os indígenas”.

Na critica ao sistema colonial se destacaram os seguintes jornais Grémio Africano de Lourenço Marques 1906, o Brado Africano 1917, O Congresso Nacional Africano 1921, a Liga da Mocidade Africana 1930 e o Instituto Negrófilo 1932. Por influência da AALM surgiram várias agremiações em Moçambique : Associação Africana de Inhambane, Grémio Africano de Gaza, Grémio Africano de Quelimane e o Grémio Africano de Manica e Sofala. Nestas organizações destacaram os irmãos Albasine (João e José), entre outros.

Luta de libertação de Moçambique

Os três movimentos que antecederam a FRELIMO

O processo independentista africano influenciou os nacionalistas moçambicanos criaram movimentos independentistas e são os casos da UDENAMO 1960 na Rodesia do Sul (União Democrática Nacional de Moçambique) liderado por por Adelino Guambe, MANU (Mozambique African National Union) em 1961 liderado por Mathews Mmolle e Lourenço Milinga e UNAMI (União Nacional Africana de Moçambique.

Fundação da FRELIMO

A FRELIMO foi à 23 e 28 de Setembro de 1962 em Dar-es-Salaam na Tanzânia, que definiu logo como inimigo o colonialismo português e que a luta armada como a via para alcançar a independência uma vez que as conversações não surtiram efeito.

A luta de Libertação Nacional inicia em Chai a 25 de Setembro de 1964 e que em pouco tempo a FRELIMO já tinha zona libertados em Cabo Delgado. O 2º Congresso da FRELIMO deu se Matchedje no Niassa de 20 a 25 de Julho de 1968 que aprovou a tese de Guerra Prolongada contra o Colonialismo Português. Com a morte de Eduardo Mondlane a 3 de Fevereiro de 1969 através de um livro armadilhado foi nomeado pelo Comité Central da FRELIMO um Conselho Presidencial formado por Samora Machel, Marcelino dos Santos e Urias Simango.

Vitória da FRELIMO e os acordos de Lusaka

Em Abril de 1974 há golpe de estado em Portugal pondo fim ao regime fscista em Portugal, aliado a intensificação da luta de libertação movida pela FRELIMO, levaram ao Estado Colonial Português a aceitar conversações a 5 e 6 de Junho de 1974 e assim a 20 de Setembro de 1974 tomou posse o Governo de transição liderado por moçambicanos  e a 25 de Junho de 1975 no Estádio da Machava foi Proclamada a Independência de Moçambique selando deste modo a vitória da FRELIMO.