A Resistência Nacional Moçambicana, mais conhecida pelo acrônimo RENAMO, é o segundo maior partido político de Moçambique. O seu atual presidente é Afonso Dhlakama. Surgiu como reação ao partido único no poder, a FRELIMO, organizando um movimento armado que durou 16 anos.

Fundação da RENAMO

A RENAMO foi fundada em 1975 após a independência de Moçambique como uma organização política anticomunista, patrocinada pela Organização Central de Inteligência da Rodésia. A formação do partido (ainda como grupo guerrilheiro de direita) se deu sob os auspícios do primeiro-ministro da Rodésia, Ian Smith, que procurava por meio da RENAMO, impedir que o governo da FRELIMO fornecesse refúgio para a União Nacional Africana do Zimbábue, militantes que buscavam derrubar o governo rodesiano.

História da RENAMO

Durante a Guerra Civilmoçambicana da década de 1980, a RENAMO também recebeu o apoio da África do Sul. Nos Estados Unidos, a CIA e os conservadores fizeram lobby para o apoio à RENAMO, no entanto encontrou-se forte resistência por parte do Departamento de Estado, que disse “não reconhecer ou negociar com a RENAMO”. O governo britânico de Margaret Thatcher não enxergava a guerra civil em Moçambique como parte da Guerra Fria, assim a princípio apoiava informalmente a RENAMO.

No entanto quando a FRELIMO tomou a atitude de fechar a fronteira para Rodésia, facto que vinha a calhar com os interesses britânicos que naquele momento se punha contra a colônia rebelde (Rodésia), o governo britânico passou a apoiar a FRELIMO, enquanto que o governo rodesiano apoiou a RENAMO.

Afonso Dhlakama

A RENAMO já concorreu três vezes às eleições multipartidárias, tanto para o parlamento, onde ficou sempre em minoria, como apoiando Dhlakama como candidato à presidência, mas perdeu as eleições. Em relação às eleições municipais, a RENAMO boicotou as primeiras, em 1998, mas concorreu às segundas, em 2003, assegurando o controle de cinco dos 33 municípios.

Nas eleições legislativas de 1º e 2 de Dezembro de 2004, o partido foi o cabeça da colisão eleitoral Renamo-UE, que conquistou 29,7% dos votos e 90 dos 250 assentos. O candidato presidencial dessa aliança, Afonso Dhlakama, recebeu 31,7% dos votos populares. Em Agosto de 2008, a RENAMO preteriu o presidente do Conselho Municipal do principal município controlado pelo Eng. Daviz Simango, para candidato à reeleição nas eleições municipais agendadas para Novembro de 2008. O Eng. Simango decidiu candidatar-se como independente, tendo sido, por isso, expulso do partido. Esta série de eventos levou a tumultos na Beira, à deserção de vários membros desta formação política e à formação de um novo partido político, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM).