Os abipones foram uma nação indígena da região do Gran Chaco, na Argentina. Pertenciam à família linguística guaicurus. Eles deixaram de existir como um grupo étnico independente no início do século XIX. Um pequeno número de sobreviventes está assimilado à sociedade argentina.

Localização

Os abipones originalmente ocuparam a região do Gran Chaco na Argentina, no trecho inferior do rio Bermejo.

Cultura/ Economia

Eram originalmente um povo móvel de caçadores-coletores, pescadores e agricultores em um território de extensão limitada. Em 1641 os abipones já conheciam o cavalo, trazido pelo colonizador espanhol e abandonaram a agricultura para se dedicarem à criação de gado e cavalos.

Nesse tempo, eles ainda viviam ao norte do rio Bermejo. Tornaram-se temidos por seus vizinhos e pelos fazendeiros espanhóis, e até mesmo ameaçavam as principais cidades da região. Foram forçados a estabelecerem-se mais ao sul de seu território original pelos colonizadores espanhóis e por outras tribos nativas, como os tobas. Finalmente concentraram-se no território argentino situado entre Santa Fé e Santiago del Estero, entre o rio Bermejo, a norte, e o rio Salado, a sul.

Antes da introdução do cavalo na região, eles viviam da caça, pesca, colecta de alimentos e apenas uma quantidade limitada de agricultura. Com a cavalo, veio uma mudança regional e, em especial, na maneira de sobreviver dos abipones. Eles se afastaram da agricultura e se tornaram caçadores montados, de gado selvagem, ema, guanaco, cervo e queixada. Os cavalos também facilitaram suas invasão, a fazendas espanholas e até mesmo a cidades.

A partir de 1710 uma forte presença militar espanhola na região começou gradualmente a impor sua autoridade sobre os abipones. Em 1750 criaram-se missões jesuíticas entre eles (principalmente por Martin Dobrizhoffer, que actuou por dezoito anos como missionário no Paraguai), e eles foram cristianizados e forçados a tornarem-se sedentários. As missões tinham constantes atritos com os colonos espanhóis, e muitas vezes eram invadidas pelos tobas e pelos moobobis, outra tribo guerreira.

Por volta de 1768 mais da metade da população dos abipones tinha sucumbido a doenças e seu número não passava de 5.000. A expulsão dos jesuítas pelos espanhóis naquele ano foi fatal para os abipones. Quando eles tentaram retomar o seu antigo estilo de vida, encontraram suas terras tradicionais ocupadas por colonos e outras nações.

 Os tobas e os moobobis, auxiliados pelas doenças, destruíram-nos como uma nação no decorrer de menos de meio século. Os sobreviventes foram assimilados pela população argentina. Eles aprenderam a falar espanhol, e abandonaram seus antigos costumes. Acredita-se que o último falante do abipón morreu no século XIX.

Aparência e costumes

Segundo Martin Dobrizhoffer, que viveu entre eles por um período de sete anos, os abipones eram pessoas de boa aparência, com olhos negros, nariz aquilino (bico da águia), e cabelos pretos e grosso. Possuíam a maioria dos costumes dos guaicurus (Família linguística a que pertencem as línguas faladas por povos indígenas de Mato Grosso e do Paraguai), incluindo o resguardo (Guardar cuidadosamente; defender:).

 Raspavam os cabelos da testa até o alto da cabeça, como uma marca tribal. Os rostos, peitos e braços das mulheres eram tatuadas com figuras negras de formas variadas, e os lábios e as orelhas de ambos os sexos eram perfuradas.

Os homens eram bravos combatentes, e sua arma principal era o arco e a lança. Mesmo as mulheres abipones eram tidas como agressivas e detinham um considerável poder nos ritos religiosos de seu povo. Nas batalhas, os abipones usavam uma armadura feita de pele de anta (Mamífero que atingia até 2m de comprimento por 1m de altura, tinha quatro dedos na mão e três no pé, e pesava até 180 quilos, tinha uma cauda muito curta, um nariz prolongado, Vivia nas matas, nas proximidades de rios ou lagoas, alimentava-se de frutas e folhas,  foi distribuído desde a Colômbia até o Norte da Argentina).

Os abipones eram bons nadadores e cavaleiros. Durante os cinco meses da época de cheias dos rios, viviam em ilhas ou mesmo em abrigos construídos nas árvores.

Os abipones raramente casavam antes dos trinta anos, e eram singularmente castos (Que se abstém de quaisquer relações sexuais.) Com os abipones, quando um homem escolhe uma mulher, ele negocia com os pais o preço dela. Mas frequentemente acontece que a menina quebra, o que foi acordado entre os pais e o noivo, rejeitando a simples menção do casamento. Muitas vezes ela foge e esconde-se, e assim ilude (engana) o noivo.”” O infanticídio (Assassínio de recém-nascido) era sistemático, nunca mais do que duas crianças eram criadas em uma família. As crianças eram amamentadas por dois anos.

 

Fonte:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Abipones;

http://www.scielo.br/pdf/tem/v19n34/15.pdf.