No século XV, mercadores europeus tornaram-se muito ricos e poderosos, passando assim a dominar a economia e até os senhores feudais. Para manterem a sua riqueza foi preciso abrir novos mercados onde pudessem vender seus produtos e comprar matérias-primas. Para abrir novos mercados era preciso sair da Europa para a África e Ásia.
Este processo de viagens e descobertas foi graças a descoberta da Bússola (que permitir de maneira precisa orientar tanto no mar assim como na terra); a Imprensa (que permitiu espalhar os conhecimentos que até então eram reservados a um pequeno número de indivíduos; e o Astrolábio (para observar os astros) e o uso da Pólvora. Estes instrumentos técnicos permitiram aos povos europeus navegar nos mares até então desconhecidos, viajar para as terras longínquas e conhecer outros povos e produtos.
Os europeus começaram então a enviar navegadores para que fossem em busca de novos mercados. Essas expedições começaram na Costa Ocidental Africana e foram tão lucrativas que pouco a pouco o rei de Portugal ficou impressionado e interessado nelas, a ponto de custear as despesas. Do Ocidente de África traziam o ouro e especiarias que vinham da Índia. O seu transporte por terra, da Índia para a Europa, tornava essas mercadorias muitíssimo caras.
Depois de obter a certeza de que podia se chegar à Índia de barco, o rei de Portugal enviou, então, uma frota comandada por Vasco da Gama encarregada de fazer a primeira viagem de exploração. Foi assim que Vasco da Gama aportou na Ilha de Moçambique, em 1948, tendo aportado antes em Inhambane, através do rio Inharrime.
No regresso da Índia, Vasco da Gama passou por Quelimane e Sofala. Em Sofala ouviu falar de um reino do interior, rico em ouro e, lá encontrou também mercadores árabes que vinham trocar os seus produtos por ouro e ferro, vindos do interior do Estado Mwenwmutapa.
O objectivo da viagem dos portugueses era descobrir e controlar o caminho marítimo para a Índia, mas também aproveitar para explorar os povos de África. Assim, na costa oriental, os portugueses tentaram apodera-se do mercado árabe. Daí que se afirma que a entrada dos portugueses no Oceano Índico foi desastrosa para os árabes. Estes perderam o seu papel de intermediários no comércio entre a índia e os países europeus. Os portugueses arruinaram o império marítimo dos árabes na costa oriental de África.
A luta entre portugueses e árabes
Quando Vasco da Gama chegou à Ilha de Moçambique, em 1498 disparou os primeiros tiros de canhão contra os árabes, que Ilha tinha fundado um entreposto comercial. Os árabes possuíam o monopólio do comércio na costa oriental de África (desde Cabo Guardafui, na Somália até Sofala, em Moçambique), e não gostaram da presença dos portugueses no Oceano Índico. Assim, o Sultão de Moçambique tentou sabotar a viagem de exploração de Vasco da Gama, o que originou um conflito entre os árabes e os portugueses.
Em 1505, os portugueses enviaram uma grande esquadra que destruiu Kilwa e Mombassa, ao mesmo tempo os portugueses construíram fortalezas, não só em Kilwa e Mombassa, mas também em Sofala e Ilha de Moçambique.
Em 1510, os árabes voltaram a atacar Kilwa, e os portugueses foram obrigados a abandonar a fortaleza, mas fundaram um novo entreposto comercial no estuário do Zambeze, em Angoche e começaram a fazer comércio com o Mwenemutapa. Os portugueses iam de barco até Sena, e daí novas disputas se deram entre portugueses e árabes, sem que ninguém saísse vitorioso.
Em 1530, os portugueses conseguiram expulsar os árabes de Sena e fundaram ai a sua primeira feitoria. Nessa altura, os portugueses tinham conseguido penetrar no interior, via rio Zambeze. Nessa altura as guerras entre as dinastias dos Mwenwmutapa continuavam e os portugueses, que sabiam da existência desses conflitos, quiseram aproveitar-se deles para penetrar no interior em busca do ouro.