A taxa de natalidade é elevada na população jovem, no qual o potencial reprodutivo é maior. A taxa de natalidade é menor quanto menor for os anos de casamento e classe etária.
Socioeconómicos
A população com baixo nível de vida, regra geral, regista um maior número de filhos, devido, entre vários aspectos ao falso prestígio atribuído a uma numerosa familia ao desconhecimento de métodos anticonceptivos, aceitação e apego aos costumes tradicionais.
Religiosos
Normalmente a religião contribui para o aumento da taxa de natalidade, pois muitas religiões opõem-se a práticas do aborto, ao uso de anticonceptivos e ao planeamento familiar.(Ex: Islão e o cristianismo)
Políticos
O enorme crescimento populacional de alguns países levam os governos a promoverem e divulgarem informações sobre a maneira de controlar os nascimentos, chegando em alguns casos, a legalizar o aborto como forma de redução da taxa de natalidade, como acontece por exemplo no Japão, na Coreia do Sul, na China, chegando este último país a determinar o número de filhos por casal. A Dinamarca, a Suécia, a Nova Zelândia e Austrália, onde a taxa de natalidade é muito baixa, tomaram-se medidas incentivadoras que favorecem o aumento da natalidade, tais como:
- Aumento de período de licença de paro;
- Subsídios à famílias numerosas;
- Acompanhamento gratuito das mulheres durante a gravidez;
- Concessão de crédito de habitação aos casais com mais de dois filhos;
- Criação de infantários públicos;
- Escolaridade gratuita.
Fertilidade
É a capacidade biológica de uma população de produzir nascimentos, essa capacidade biológica não deve ser confundida apenas para indivíduos de sexo feminino, como tem acontecido em muitas sociedades tradicionais porque tanto o indivíduo do sexo masculino como o do sexo feminino pode ser ou não férteis. A taxa de fecundidade total diminuiu lentamente de um nível de cerca de 7,1 filhos por mulher, em 1950, para 5,7 filhos em 2007. Tendo em conta estes dados, o nível de fecundidade de 2007 corresponde a 80% do seu nível máximo, o que representa um declínio em apenas 24% em meio século. Comparando os dois últimos censos, 1997 e 2007, a fecundidade diminuiu em apenas 4%, fruto da diminuição, em 20%, verificada nas áreas urbanas, e um aumento em 3% nas áreas rurais.
Os factores que contribuem para um nível tão elevado de fecundidade podem estar relacionados com questões de natureza sociocultural e/ou económica. Na África Subsaariana as crenças religiosas e práticas culturais valorizam a procriação, ao mesmo tempo que condenam a esterilidade e um número menor de filhos. Neste contexto, um maior número de filhos é vantajoso, porque desde novos eles apoiam a família nos trabalhos domésticos e na machamba (campo agrícola), sendo também uma garantia de sustento na velhice, uma vez que o sistema de segurança social tem uma cobertura muito limitada.
Por outro lado, o baixo nível de desenvolvimento socioeconómico tem sido associado aos baixos níveis de escolarização, sobretudo das mulheres, ao fraco acesso aos serviços de saúde, incluindo saúde sexual e reprodutiva e planeamento familiar, factores responsáveis pelos níveis elevados de fecundidade. De acordo com o censo de 2007, cerca de metade da população de 15 e mais anos de idade era analfabeta, sendo de 33%, entre os homens, e de 63% entre as mulheres.
A percepção de que altos níveis de fecundidade constituem um dos entraves ao desenvolvimento social e económico da maioria dos países em desenvolvimento, sobretudo os da África subsaariana, levou a que, na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, realizada no Cairo, em 1994, os países considerassem a redução do ritmo de crescimento populacional, através da diminuição da fecundidade, como um meio para acelerar o desenvolvimento socioeconómico dos países.
Assim, reconheceram o direito que os casais têm de decidir sobre a sua procriação, devendo, no entanto, esta decisão ser tomada dentro da disponibilidade de uma gama de opções contraceptivas que ajudem as mulheres ou casais a planificar e a evitar os riscos de gravidezes indesejadas.
Em Moçambique, foi aprovada, em 1999, a Política de População. Nela se reconheceu que o nível de fecundidade era mais elevado do que o desejável, e se desenharam estratégias que pudessem conduzir à sua redução, sobretudo aumentando o acesso e disponibilização dos métodos contraceptivos, de forma que todas as mulheres ou casais pudessem realizar os desejos de fecundidade, isto é, de número de filhos.
Note-se, porém, que apesar de a percentagem de mulheres sexualmente activas a usar um método moderno de contracepção ter aumentado de 5,4%, em 1997, para 14,2%, em 2003, esta continua ainda muito baixa para induzir à uma redução significativa no nível de fecundidade. Por outro lado, a demanda insatisfeita de contracepção, de mulheres sexualmente activas, não grávidas, que não pretendiam ter filho e que não usavam nenhum método contraceptivo, também aumentou significativamente, de 6,7% para 18,4%.
Mortalidade
Representa o número total de óbitos ocorridos num determinado período, geralmente num ano.
Taxa de Mortalidade
A taxa de mortalidade é o número de óbitos por cada mil habitantes de um dado pais ou região, avaliado durante um ano. Este resultado è representado em permilagem (‰). A taxa de mortalidade determina-se da seguinte maneira:
Tm= número total de óbitos /população total x 1000.
O mesmo autor reafirma que a mortalidade varia de acordo com as condições de vida das pessoas durante todo o seu percurso da sua vida, sendo principais componentes destes condições de vida: a alimentação, as condições de higiene, o tipo de actividade que realiza, o clima e a capacidade de defesa em relação ao meio físico que nos rodeia
Enquanto nos países desenvolvidos a mortalidade veio decrescer progressivamente desde o século XIX, nos países em via de desenvolvimento a descida é bastante rápida.
- Países cujas taxas de mortalidade são inferiores a 10 ‰ apresentam, duma maneira geral, o alto nível de desenvolvimento e um razoável nível sanitário;
- Países cujas taxas de mortalidade variam entre 10 a 15 ‰. Tem de uma maneira geral, forte percentagem da população em idade madura ou estão num processo de envelhecimento como sucede em alguns países da Europa (Ex: França, Suécia, U.R.S.S);
- Países cujas taxas de mortalidade são superiores a 15‰. Tem em geral, índices de sanidade baixos e a falta de alimentos e de higiene produzem doenças de carência como o escorbuto e doenças contagiosas e parasitárias (Ex: Moçambique, Somália, Etiópia)
Em alguns países de África as taxas de mortalidade são ainda superiores a 20 ‰. As causas dessas mortes são as epidemias, e as doenças do tipo infecciosos (Tuberculose, Meningite, Tifo, Malária), a subalimentação e a desnutrição e por fim a falta de higiene e a ignorância.
Alguns países sobretudo em anos de grandes secas, defrontam-se com o espectro da fome, que resulta em catástrofes. Por exemplo o que têm acontecido na Somália, em Moçambique, em Angola e na Etiópia nos últimos anos, onde se registou uma subida vertiginosa de número de óbitos em consequências da secas e guerras civis.
Bibliografia
ARNALDO, Carlos & Gilberto Mariano Norte. Análise dos Indicadores de Emprego dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio em Moçambique. Relatório preparado para a Organização Internacional do Trabalho, Maputo, 2009.
NAZARETH, J. Manuel. Demografia, a ciência da população, 3ª Ed. Editorial Presença, Lisboa 2009.
TORRES, Adelino. Demografia e desenvolvimento: elementos básicos, Lisboa, 1995.