O estudo da relação entre população e os recursos naturais é um tema que se enquadra na perspectiva ecológica da geografia e que se preocupa fundamentalmente com as relações Homem-ambiente.

A população necessita de recursos naturais para a sua sobrevivência, sejam eles o ar, a água, as rochas, o solo, o suprimento alimentar, a agro biodiversidade, a fauna, a flora e outros.

Nesta perspectiva, constata-se que as famílias economicamente débeis, desesperadas para que a terra produza alimentos suficientes para sobrevivência, desmatam as florestas praticando queimadas descontroladas praticando o extrativismo vegetal e a caça furtiva esquecendo-se de que essas actividades tem impactos adversos a curto, médio e longo prazo para a região em que se fazem sentir os seus efeitos também alcançam áreas muito distantes ocasionando, problemas ambientais globais. Assim, deduz-se que a população é o principal factor por detrás da degradação dos recursos naturais e da sua exaustão.

De acordo com estudos feitos por alguns especialistas constatou-se que a explosão demográfica está a sobrepor-se aos alimentos disponíveis. A título do exemplo, estes afirmam que se, neste momento, todo o peixe, carne e trigo do mundo fossem distribuídos pela população do planeta cada pessoa teria menos para comer do que há cinco anos atrás. Quer dizer que as reservas alimentares mundiais estão a diminuir enquanto a população do planeta não para de aumentar, o que constitui razão para alarme e para se começar a pensar na gestão dos equilíbrios do futuro.

Na mesma perspectiva, um estudo efectuado em 1972 pelo clube de Roma, organizado por Dornella Meadows, e intitulado os Limites do Crescimento apontavam que até aos finais do século XXI a humanidade correria grandes riscos de sobrevivência devido ao acelerado crescimento populacional, o ritmo insustentável da exploração e consumo dos recursos naturais e a crescente industrialização.

É neste contexto que se pode depreender que o forte crescimento da população mundial constituiu um entrave ao desenvolvimento e só o controle da fecundidade pode contribuir para melhorar as condições e a esperança de vida. Assim, é importante ter em conta que, independentemente do tamanho da população, as práticas inadequadas pela necessidade de sobrevivência podem deteriorar substancialmente o meio ambiente. É igualmente imprescindível constatar que as economias desenvolvidas apesar de possuir um menor contingente populacional são as que, através das suas indústrias produzem gazes com efeito de estufa, e comedores do ozono, que demandam produtos extraídos por grandes empresas nas florestas tropicais com benefícios mínimos para a população dos países anfitriões.

Por conseguinte, a extracção de produtos lenhos por parte dos pobres certamente que deteriora o ambiente. As comunidades rurais, pela necessidade de sobrevivência vêm nos recursos naturais uma tábua de salvação, contribuindo assim inconscientemente para a degradação do capital natural.

Paralelamente a isso, deduz-se que o crescimento populacional gera um crescente consumo de recursos naturais, doenças infecciosas, danos a biodiversidade, desmatamentos, redução da pesca, escassez de água, poluição dos mares, desertificação, mudanças climáticas e tantos outros efeitos associados a este fenómeno.