O impacto das actividades agro-pecuárias
Os problemas ambientais decorrentes de actividades pecuárias podem ser positivas assim como negativas.
Dentre as positivas destacam se as melhorias das condições da vida da população, aumento de renda o emprego e o desenvolvimento local ou regional.
Dos problemas negativos destacam-se: degradação dos solos resultante do desnatamento como um dos importantes problemas ambientais na actualidade, do ponto de vista agrícola ocorre a erosão que é o processo que consiste no desgaste e consequente arrastamento de parte de solos a acção de ventos ou águas, colocando os materiais erodidos em locais onde não podem ser aproveitados para a agricultura
Actividades agro-pecuária desempenham um papel crucial para a Humanidade pois está relacionada com a produção de alimentos. Deste modo, esta actividade gera inúmeros impactos, quer positivos, quer negativos.
De entre os impactos positivos, destacam-se, por exemplo, a melhoria das condições de vida das populações, o aumento do rendimento, o emprego e o desenvolvimento local ou regional. No entanto, existem impactos ambientais negativos decorrentes destas actividades como, por exemplo, a contaminação do solo por químicos agrícolas (herbicidas, fungicidas pesticidas), desmatamento, poluição das águas, compactação dos solos, perda da biodiversidade, desertificação, salinização, erosão, entre outros.
A degradação do solo, resultante do desmatamento, pode ser considerada um dos mais importantes problemas ambientais das actividades agro-pecuárias na actualidade, em resultado de práticas inadequadas das actividades agrícolas e pecuária. Assim, do ponto de vista agrícola, a erosão é o processo que consiste no desgaste e consequente arrastamento de partes do solo por acção do vento ou água, colocando os materiais erodidos em locais onde não podem não podem ser aproveitados pela agricultura. Este processo permite a perda de elementos nutritivos do solo, conduzindo á sua esterilidade. Os processos erosivos podem atingir proporções alarmantes, podendo gerar consequências económicas e sociais, como por exemplo, a destruição do património natural, enormes prejuízos económicos dos cidadãos, da administração pública e das actividades privadas.
A minimização dos problemas decorrentes da erosão passa, necessariamente, pela adopção de medidas de controlo dos agentes causadores da erosão, nomeadamente os que decorrem das actividades humanas, os principais responsáveis por esses processos.
Segundo o programa das Nações Unidas para o meio ambiente (PNUMA), uma outra consequência decorrente do desmatamento é o aquecimento global, uma vez que, removido o manto vegetal, este deixa de cumprir as suas funções de fixador do CO, emitido, cujas consequências repercutem-se sobre os ecossistema, a saúde e a economia. A rizicultura contribui, igualmente, para o aquecimento global pois, como resultado da sua produção, liberta-se o metano, o chamado gás dos pântanos.
De facto, a actividade agro-pecuária conduz á substituição da cobertura vegetal natural de grandes áreas e, se realizado um maneio inadequado do solo, pode originar a degradação deste e dos recursos hídricos associados. A pecuária tem também impactos negativos sobre o ambiente, provocando a destruição das florestas para abertura de pastos e campos para alimentação do gado, tendo diversas implicações, como o comprometimento da biodiversidade e a promoção dos processos erosivos e a desertificação. Mas importância das florestas não se limita á preservação dos recursos hídricos e á absorção de poluentes; as florestas funcionam como acumuladores de poeiras, e de CO2 da atmosfera, contribuindo para a regulação do cima global.
Quando as plantas realizam a fotossíntese, captam da atmosfera CO2, e aproveitam este gás para a síntese de diferentes moléculas orgânicas, incluindo os seus próprios tecidos. A queima de uma
floresta devolve á atmosfera grande parte deste carbano absorvido pelas plantas. Estudos mostram que pelo menos 70% das emissões de gases com efeito de estufa estão relacionadas com o desmatamento e a pecuária.
A pecuária e os gases com efeito de estufa
Os gases com efeito de estufa são, principalmente, o dióxido de carbono, o metano, os clorofluorcarbonetos (CFCs) e os óxidos de nitrogénio. A queima de material orgânico (madeira e combustível fosseis) está relacionada com a emissão de dióxido do carbono.
O nitrogénio oriundo dos resíduos animais é uma fonte importante do oxido nitroso ( N2 O).
As emissões de N2 O dos solos ocorrem principalmente como consequência da desnitrificação a partir do nitrogénio mineral (N). A desnitrificação consiste na redução microbiana do nitrato (NO3) às formas intermedias de N e às formas gasosas (NO,N2O, e N2) que são comumente perdidas para a atmosfera. Estima-se que as emissões atuais globais de N2O pelo homem sejam de cerca de 5,7 milhões de toneladas por ano. As emissões directas por parte dos animais de criação comercial (principalmente bovinos e suínos) foram estimadas em 1,6 de toneladas por ano.
A pecuária é, igualmente, uma das maiores fontes de emissão de gás metano para atmosfera.
O processo de formação do gás ocorre durante o processo digestivo de fermentação entérica de animais ruminantes (bovinos, bubalinos, ovinos, e caprinos), sendo o metano um subproduto deste processo e liberto para a atmosfera através da flatulência, arroto e eructação dos animais.
Com efeito, no processo de fermentação do capim, há emissão de metano pela eructação e pelas fezes e também de óxido nitroso, resultante da decomposição da urina no solo. O metano e o óxido nitroso são gases que têm um alto potencial para aquecer mais a atmosfera terrestre comparativamente com o dióxido de carbono.
Segundo o painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, o sector agro-pecuario emite cerca de 13,5% do total de gases que contribuem para o aquecimento global. Um estudo da FAO afirma, igualmente, que os bovinos geram mais gases de estufa que o sector dos transportes,
sendo a principal causa da degradação do solo e dos recursos hídricos. Para esta entidade, a pecuária é responsável por 9% de todo o CO2 oriundo das actividades humanas e 65% do óxido nitroso, que tem 296 vezes mais potencial de aquecimento global l (GPW na sigla inglesa).
Outra consequência negativa decorrente da pecuária é a erosão dos solos resultante do pisoteio do gado. Quando o número de cabeças de gado é grande e ultrapassa a capacidade de carga dos ecossistemas, ocorre a compactação do solo, em resultado do pisoteio, e a erosão.
Relativamente a esta, o seu combate passa pelo:
Terraceamento, que consiste em fazer cortes, formando degraus nas encostas das montanhas, para quebrar a velocidade do escoamento da água e o processo erosivo. Essa técnica é muito comum em países asiáticos como China, Japão e Tailândia.
Curvas de nível, que consiste em arar o solo e, depois, fazer a sementeira seguindo das cotas altimétricas do terreno. O cultivo seguindo as curvas de nível é feito em terrenos de baixo declive.
Associação de culturas, em que se plantam várias culturas entre uma fileira e outra, especialmente algumas espécies de leguminosos que recobrem o terreno. Essa técnica, alem de evitar a erosão, garante o equilíbrio ecológico.
Educação ambiental, que consiste na sensibilização das comunidades e de todos os profissionais envolvidos nestas actividades, no sentido de tudo fazerem para evitar acções danosas ao meio ambiente.
Substituição ou redução da criação de gado bovinos por outro menos poluente.
Referência bibliográfica
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