Nas zonas rurais de Moçambique, a agricultura familiar é constituída essencialmente por pequenas explorações. Este sector concentra cerca de 99% das unidades agrícolas e ocupa mais de 95% da área cultivada do país.
A população vive principalmente de actividades agro-silvo-pecuárias de pequena escala, com uma heterogeneidade de actividades económicas de geração de rendimentos dentro das famílias. Dentro das diferentes actividades a produção de alimentos para o consumo constitui a base principal da estrutura produtiva do sector familiar. O país possui um grande potencial para a médio e longos prazos desenvolver uma agricultura que assegura um crescimento sustentável.
As zonas Norte e Centro de Moçambique possuem um bom potencial agrícola e possuem bacias hidrográficas com regimes de escoamento mais permanentes do que no Sul. Estas zonas são, geralmente, produtoras de excedentes agrícolas. A presença de barragens e sistemas de regadio nesta zona potencia a agricultura regada.
De uma maneira geral a agricultura em Moçambique é caracterizada por apresentar:
Baixo uso de tecnologias melhoradas, incluindo sementes fertilizantes e pesticidas;
Fraca concentração de infra-estruturas de rega nas zonas prioritárias;
Fraco acesso aos mercados de insumos e factores;
Fraco apoio financeiro aos produtores;
Uma dispersão geográfica das zonas de produção de acordo com as zonas agro-ecológicas definidas, o que constitui um factor importante na definição de estratégias diferenciadas;
Baixos volumes de produção por individuo, o que requer uma função de acumulação que pode ser aproveitada através das associações de produtores.
Fonte:
SITOE Tomás A., Agricultura familiar em Moçambique estratégias de desenvolvimento sustentável, S/D.