A agricultura no período colonial reflectiu o processo histórico da integração da economia agrícola tradicional no mercado mundial. Os colonizadores colocavam Moçambique ao seu serviço com a introdução de culturas obrigatórios com algodão, matéria-prima necessário às indústrias têxteis da metrópole em franca expansão
A agricultura no período colonial, era exercida pelos colonos e por empresas ou companhias organizados com capital nacional estrangeiro ou misto. De referir que no período colonial era praticada agricultura empresarial e familiar.
A agricultura empresarial era praticada pelos colonos e por empresas ou companhia com investimentos avultados, trata se de uma agricultura mecanizada, com possibilidade de irrigação, o que contribuem para o êxito nas com irregularidade das chuvas.
A agricultura no período colonial manteve-se subdesenvolvida, pois, a grande maioria manteve-se no campo produzindo com a enxada. No entanto, o subdesenvolvimento da agricultura fora planificado para servir os interesses primitivos do capital através da extracção do excedente no campo dos camponeses, sob forma de força de trabalho para a produção de mais-valia, ou sob a forma de produtos dos camponeses comprados a preço baixo.
Desprovendo da capital financeira, a burguesia portuguesa no poder não fez mais do que arrendar vastas parcelas de capitais estrangeiros como forma de manter a sua esmónia e domínio colonial sobre o país. Assim, o Centro e o Norte de Moçambique foram arrendados a companhias estrangeiras com poderes em funções não só económicas, mas também políticos e administrativos. O Sul de Moçambique transformou-se para o capital mineiro na África do Sul.
Durante a primeira fase da colonização também se assistiu-se a uma imigração de colonos portugueses para Moçambique o que nas áreas rurais contribui para a formação dos latifúndios e muitos beneficiaram da política colonial de apropriação das Terras férteis dos camponeses e das instituições do trabalho forçado.
Características da agricultura no período colonial
A agricultura era praticada com base na forca de trabalho da família, havendo em muita regiões a prática da ajuda mútua e o assalariamento sazonal para as actividades que mais necessitava de mão-de- obra. Nas zonas onde existia o gado bovino (principalmente no sul e nos distritos de Angonia e Manica e em algumas zonas da província de Zambeze), o transporte era realizado utilizando atracção animal no caso de agricultores que era simultaneamente criadores. A “imitação” tecnológica a partir das empresas agrícolas teve também importância, e nas zonas com maior densidade de machambas dos colonos que se verificou uma maior adopção de sementes melhoradas de produtos químicos e de mecanização (principalmente através de aluguer de maquinas.
Nas zonas de maior potencial de produção de milho foram introduzidas variedades de sementes mais produtivas, geralmente importado da Rodésia do sul.
Nos colonatos exemplo de Chókwe, os pequenos agricultores estavam ate certo momento limitado administrativamente de salários, trabalhadores, dificultando acumulação e inovação tecnológica. A preparação do solo era basicamente feita com tracção animal, foram introduzidas variedades de arroz pouco exigente em fertilização e portanto também pouco produtivos.
Nas machambas dos colonos existiam grandes variações as que se destinava a produção de vegetais e frutas para abastecimento dos centros urbanos, utilizavam produtos químicos dos solos, sendo acolheita e a operação que exigia mão-de-obra.
Nas zonas produtores de cerais, tabaco e oleaginosas, praticava se tecnologias semelhantes a referidas anteriormente. Nas grandes plantações, tanto de culturas permanentes como dos anuais a principal de forca de trabalho era colheita.
Formas de utilização de Terra no período colonial
Propriedades de ocupação da terra existiam no tempo colonial a possibilidade de obtenção do título sobre o solo, urbano e rústico. Neste momento e desde a nacionalização a terra é propriedade do estado. Relativamente a ocupação da terra para fins através, não existem mudanças fundamentais quanto a distribuição e áreas cultivadas por famílias camponesas. Os pequenos produtos continuam com parcelas de dimensões semelhantes á existentes antes da independência.
As limitações da Terra agrava erosão que se verifica em zonas de elevadas densidade populacional, o conflito na utilização da Terra existiam nalgumas zonas entre agricultura e pecuária.
Moçambique possui uma superfície de 79.938 mil Km2 dos quais cerca de 15.065km2 eram utilizadas para fins agrícolas havendo ainda aproximadamente cerca 52.873km2 não ocupada mas com boas condições de utilização agrícola. Apenas cerca de 10.000km2 não possui característica para utilização agrícola sendo os restantes 2.000km2 ocupado por rios e lagos.
A estrutura da ocupação da terra reflecte o processo de colonização descrito na secção anterior dos cerca de 2 milhões e quatrocentos e seis mil hectares com menos de 10 hectares, 56,6% desta superfície era de parcelas com 2 e 3 hectares. Certo de 90% de parcelas possuía em 1970 3 ou menos hectares. As maiores parcelas localizavam-se nas províncias de Gaza, Inhambane e Niassa com médios província de entre 2 e 2,2 hectares Zambézia e Nampula eram as províncias onde as parcelas e familiares era de menor dimensão respectivamente com 0,9 e 1,2 hectares. As duas últimas províncias foi onde se verificou a semiploletarização do campesinato com fenómenos migratórios regionais geralmente na época de maior de necessidade de mão-de-obra e as províncias do Sul beneficiaram-se da socialização da tracção animal na preparação da terra como consequência de aplicação de transferência de trabalho migratório.
A superfície média por parcela no sector moderno varia entre 134ha no Niassa e 1270ha no Zambeze e segue se as províncias de Lourenço Marques, Inhambane, Nampula com maior superfície média respectivamente com 924.688 e 605ha igualmente existem justificações baseadas nas formas de penetração do capital e do modelo de colonização, as plantações de monoculturas na Zambeze (açúcar, chá, copra e sisal). E em Nampula (algodão e sisal).
Bibliografia
CUNGUARA, Benedito, sector agrário em Moçambique, Maputo, 2011.
MOSCA, João, economia de Moçambique século XX, Lisboa, instituto Piaget 2005.
VALA, Salim crípton. Desenvolvimento rural em Moçambique. Um desafio ao nosso alcance. Moçambique.2009