Pressupostos

Segundo o professor catedrático Adelino Torres, (Torres, s.d), a cooperação internacional em África surge da necessidade pontual de problemas que constituem maior entrave para o desenvolvimento do continente. O autor aponta como primeiro problema a dívida externa que muitos países possuem e qua não se mostram capazes de sanar mesmo aplicando as medidas de ajustamento estrutural.

Principais fases evolutivas

1ª Fase – Expansão europeia, 2ª Fase – Período pós-Segunda Guerra Mundial e as independências, 3ª Fase – Período pós-guerra fria, 4ª Fase – Actualidade.

Cooperação com Estados capitalistas

Com os países capitalistas, os Estados africanos estabelecem relações de cooperação desde os meados do século, após a segunda guerra mundial, constituindo-se como áreas prioritárias a política, a económica, a cultural e a tecnológica, dando exemplo a cooperação entre a África e os Estados Unidos de América, Macedo (2013) sustenta que os americanos sempre mostraram uma posição favorável à autodeterminação dos povos africanos desde a celebração da Carta do Atlântico (1941), na qual expressam-se princípios anticolonialistas.

 Cooperação económica

Neste sector, os Estados capitalistas, de forma singular ou com recurso aos organismos internacionais como FMI e Banco Mundial desempenham um papel preponderante para a promoção da economia, injectando verbas em formas de financiamento, doações e investimento directo por meio de empresas multinacionais, embora do tal processo resulte a insustentabilidade da dívida pública e a subgeração de receitas pelo benefício reduzindo a meras taxas de concessão, comprometendo a aparente intenção de ajudar os povos africanos.

Cooperação África – estados socialistas

Com os países socialistas, os Estados africanos mantém desde os finais do século XX, concretamente no período pós-independência, mantém relações políticas, militares e económicas.

Cooperação política e militar

A União Soviética promoveu a insurgência e a revolução africanas por meio de apoio de nível militar direccionado a guerras de nível local. Outro exemplo dado pelo autor é o apoio daquele país, bem como de China e Cuba para a criação e organização da FRELIMO, a partir do qual Moçambique combateu o colonialismo português, assim como a guerrilha da RENAMO.

Cooperação económica

Os países socialistas e a África engajaram-se em uma cooperação económica, técnica e comercial muito ampla após 1960. Desde Lenine, os dirigentes socialistas nunca deixaram de considerar a disposição em oferecerem assistência económica e técnica aos países africanos colonizados ou independentes, visando permitir-lhes o alcance da autonomia.

Os países socialistas, tal como os capitalistas, ajudam os países africanos em forma de empréstimos, mas como taxas de juros muito baixos e cujos projectos financiados passam a pertencer aos beneficiários como uma estratégia de oferecer facilidades de pagamento.

 

Bibliografia

Macedo, J. R. (2013). História da África. São Paulo: Contexto.

Torres, A., (s.d). Desenvolvimento africando e cooperação. Disponível em https://www.repository.utl.pt/bitstream/10400.5/1199/1/Desenvolvimento%20africano%20e%20Coopera%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso aos 14/10/2021.

CARDOSO, FERNANDO JORGE (1991), “SADCC e Interdependência Económica na África Austral: Realidades e Perspectivas”, Estudos Afro-Asiáticos 20, Junho: 61-83.