Deformação das rochas são alterações das rochas pela acção de força de tensão exercida sobre o material rochoso com origem na mobilidade da litosfera e no peso de camadas suprajacentes.
Essas deformações a temperatura ambiente alteram a sua estrutura, volume e simultaneamente volume e forma.
As deformações podem ser elásticas, plásticas e por ruptura (dobras e falhas).
Nas deformações elásticas o material rochoso pode voltar no seu estado inicial, enquanto as plásticas são irreversíveis, ou seja, o material rochoso fica permanentemente deformado.
Deformação por rutura
São irreversíveis e descontínuas.
Se o comportamento da rocha for frágil origina-se uma falha e se for duptil forma-se uma dobra.
Falha
É a deformação descontínua que ocorre quando o limite de plasticidade do material rochoso é ultrapassado, verificando-se a fractura das rochas acompanhada de deslocamento de blocos fracturados um em relação ao outro, resultam de tenções compressivas, destenssivas quando as rochas manifestam comportamento frágil.
Elementos da falha
- Plano de falha: é a superfície. Quando se apresenta polido, chama-se espelho de falha.
- Lábios de falha: são os dois blocos deslocados, um mais encima que o outo.
- Tecto: bloco que se situa acima de plano de falha, o que se situa abaixo chama-se muro.
- Rejecto ou rejeição da falha: menor distância entre os pontos que estavam juntos.
- Linha de falha: interacção do plano de falha com a superfície do terreno.
- Escarpa de falha: superfície elevada produzida pela ruptura
Principais tipos de falha
- Falha inversa: neste tipo de falha, o bloco do teto sobe em relação ao muro.
Esta falha está geralmente associada com poderosas compressões horizontais, comuns onde existe convergência de placas.
Falhas normais: o bloco do teto desce em relação ao muro. Este tipo de falha está geralmente associado com stress tencional ou divergente. A descida dos blocos rochosos, ocasionada por este tipo de falhamento, gera depressões chamadas de graben.
O bloco do muro que permanece elevado em relação ao tecto é chamado de horst.
- Falha de deslizamento/deslizante/desligamento: os blocos sofrem movimentos horizontais e paralelos ao plano der falha,
Dobras
As dobras são estruturas construídas em camadas ou estratos rochosos que foram depositados originalmente na horizontal e depois sofreram uma deformação plástica ou dúctil.
As dobras podem variar muito de tamanho, ou seja, podem apresentar uma extensão de poucos milímetros até centenas de quilômetros.
As dobras podem apresentar duas formas principais:
- Sinclinais: são dobras côncavas. As rochas são dobradas tendendo a formar bacias ou vales, contudo, a expressão final no relevo vai depender da resistência das rochas
- Anticlinais: são dobras convexas. As rochas são dobradas tendendo a formar domos ou morros, contudo, como no caso anterior, a expressão final no relevo vai depender da resistência das rochas à erosão.
Os lados de uma dobra são chamados de flancos ou limbos. As compressões, em geral, produzem uma sequência de sinclinais e anticlinais que apresentam sempre um flanco em comum.
As dobras (sinclinais e anticlinais) podem ser:
- Simétricas: quando o plano axial é aproximadamente vertical e os flancos apresentam a mesma inclinação. Dobras simétricas geralmente ocorrem quando a compressão é relativamente suave;
- Assimétricas: em situações onde a compressão é mais intensa, como próximo aos limites de placas, as forças tectônicas compressivas forçam um flanco a se movimentar mais que o outro, gerando dobras assimétricas. Nestas dobras o plano axial é inclinado;
- Recumbentes: com a continuidade da compressão, o plano axial da dobra assimétrica pode deitar até ficar na horizontal, virtualmente paralelo à superfície da Terra. As dobras recumbentes são tipicamente encontradas em cadeias de montanhas fortemente deformadas como os Apalaches, os Himalaias e os Alpes Europeus
As dobras formam-se no interior da crusta ou manto lenta e gradualmente, emergindo a superfície devido aos movimentos tectónicos e a erosão.
Elementos das dobras
- Flancos ou vertentes da dobra: porções de menor curvatura.
- Charneira: linha que une os pontos de máxima curvatura de uma dobra.
- Núcleo: formado pelas camadas mais internas da dobra.
- Plano ou superfície axial: plano que contem as charnecas dos diferentes estratos dobrados dividindo a dobra em dois flancos sensivelmente iguais.
- Eixo da dobra: interacção do plano axial com a charneira.
Classificam das dobras
As dobras classificam-se segundo a disposição espacial e segundo a idade das rochas que a constituem.
Segundo a disposição espacial, denominam-se antiforma (com a concavidade virada para baixo), sinforma (com a concavidade virada para cima), neutras cuja abertura se orienta lateralmente (com o eixo vertical).
Segundo a idade das rochas que a constituem podem ser rochas anticlinais (quando as rochas mais antigas se encontram no núcleo da antiforma), podem ser sinclinais quando as rochas mais recentes se localizam no núcleo da sentiformas.
O estudo de dobras e falas assume particular interesse geológico porque a sua caracterização contribui por exemplo para a interpretação do relevo, compressão da história geológica de uma área e localização de estrutura geológicas de interesse económico.
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