Por Tacarindua Augusto Merisse

Perfil Político dos Presidentes da República de Moçambique

Moçambique

Moçambique é um Estado fundado no dia 25 de Junho de 1975 com a conquista da independência nacional do jugo colonial português. Antes da independência, Moçambique viveu 10 anos de guerra de libertação nacional que ocorreu no país, após 477 anos de dominação colonial. Antes da chegada do colono português, em Moçambique haviam reinos e impérios, portanto os moçambicanos não sabiam que eram moçambicanos, como afirma Armando Emílio Guebuza.

Com a independência de 1975, Moçambique deixou de ser província de Portugal e tornou-se um Estado soberano. De 1975 até hoje, Moçambique conheceu dois regimes políticos: monarquia e democracia. Até então, 2021, o Estado moçambicano conheceu 4 Presidente.

Samora Moisés Machel

Foi o primeiro presidente de Moçambique, nascido no dia 29 de Setembro de 1933 na província moçambicana de Gaza. É conhecido como o pai da nação. Governou o país durante 11 anos, isto é, de 1975 até 1986 quando perdeu a vida.

Em termos políticos, Samora era um socialista. Colocava o povo em primeiro lugar. Num dos seus discursos, Samora disse


o dever de cada um de nós, é dar tudo ao povo, sermos os últimos quando se trata de benefícios, primeiros quando se trata de sacrifícios. Isso é o que é servir".

 

Muitos Moçambicanos acreditam que Samora foi o melhor presidente de todos os tempos, na República de Moçambique. Quando o país deparava-se com grandes problemas como a corrupção, aumento da criminalidade, prostituição e conflitos armados, os moçambicanos tem chorado por Samora Machel alegando que se Samora estivesse vivo, todos estes problemas não existiriam. Governou no regime monárquico.

Joaquim Alberto Chissano

Foi o segundo presidente da República de Moçambique. Nasceu em Gaza no dia 22 de Outubro de 1939. Governou o país durante 19 anos, isto é, de 1986 até 2005.

É o segundo presidente mais amado pelo povo moçambicano. Governou Moçambique nos dois regimes: monarquia (de 1986 até 1994) e democracia (de 1995 até 2005).

Conhecido como o fundador da expressão "cabrito come onde está amarrado", Chissano tornou-se o promotor da corrupção em Moçambique.

Chissano é amado por ter trazido a paz entre a FRELIMO e a RENAMO. Naquela altura, os moçambicanos só queriam a paz. Alcançada a paz, os moçambicanos passaram a considerar Chissano como o pai da paz.

A segunda frase mais importante de Joaquim Chissano é "um bom revolucionário é aquele que baseia seu pensamento na realidade", porém é uma frase menos conhecida pelos moçambicanos.

Armando Emílio Guebuza

É o presidente mais polémico de Moçambique. Provavelmente é também o presidente mais famoso de todos os tempos na República de Moçambique. Natural de Nampula, nasceu no dia 20 de janeiro de 1943. Governou o país no regime democrático, durante 10 anos, isto é, de 2005 até 2015. É um presidente 100 % capitalista. Nunca gostou da pobreza.

Foi no tempo de Guebuza que em Moçambique construiu-se maior número de infraestruturas mais importantes do país como a ponte Maputo-Katembe, a estrada circular, a difusão das universidades públicas em todo território nacional, estradas, pontes, descentralização do poder e financiamento de projectos para jovens saírem da pobreza.

Construiu diversos centros de formação técnico e profissional no país. Eliminou as reprovações nas classes sem exame e tornou o ensino gratuito em todo o nível primário. O livro escolar tornou-se gratuito. Construiu o estádio nacional do Zimpeto, campo de treinamento de Matalana e muito mais.

O ensino primário tornou-se cada vez mais obrigatório. Distribuiu grande quantidade de dinheiro nos distritos. Foram 7 milhões por cada distrito para desenvolver projectos de geração de renda. A única mancha do presidente Guebuza é a contração da dívida pública que após a sua saída dificultou a vida de todos moçambicanos, um povo que já tinha habituado viver com tantas oportunidades de negócios.Uma das frases mais importantes de Guebuza é:




os jovens não podem ter medo de serem ricos". Para além desta, existe outra "a melhor forma de resolução dum problema é através do diálogo".

 

É um dos presidentes mais ricos de todos os tempos na República de Moçambique. Nos primeiros 3 anos após a governação de Guebuza, os moçambicanos, incluindo das comunidades rurais, criticaram o seu governo por causa da crise que culminou com a retirada dos parceiros internacionais no apoio ao orçamento geral do Estado. Porém, após 5 anos até hoje, muitos Moçambicanos voltaram a recuperar confiança no Presidente e alguns deles acabam considerando Armando Emílio Guebuza como o melhor presidente de todos os tempos, que Moçambique já viu até então.

Filipe Jacinto Nyusi

Actual presidente de Moçambique. Nasceu em Cabo delgado, no dia 9 de Fevereiro de 1959 anos. É considerado o melhor "goleador" de todos os tempos por ter vencido as eleições presidenciais para o seu segundo mandato com mais de 60% de votos. A sua vitória é considerada esmagadora e asfixiante, uma prova inequívoca de que os moçambicanos amam o actual Presidente.

 

É capitalista e possui discursos emocionantes. Foi eleito presidente da República em 2014 e irá governar o país durante 10 anos (caso a vida e a justiça pouparem-lhe), isto é, até 2024. É o presidente mais mencionado nos jornais internacionais negativamente por causa do seu possível envolvimento no escândalo das dívidas não reveladas.

 

No seu primeiro mandato, Filipe Nhusi foi considerado um dos melhores presidentes de Moçambique, mas nos últimos dias do seu mandato e no princípio do seu segundo mandato, parece que a opinião pública tende a mudar para o lado negativo. Uma das frases de Filipe Nyusi mais conhecida é




todos os moçambicanos cabem no meu coração". A outra é "é contigo que dá certo", relativos ao primeiro e o segundo mandatos, respectivamente. A menos famosa frase é "continuaremos a apostar na preservação da paz como condição indispensável para o desenvolvimento".

 

O seu governo é considerado como o mais desafiado de todos os tempos. Foi no seu governo que ataques da RENAMO e dos terroristas intensificaram-se no país; dívida pública, crise económica, depreciação do metical, retirada do FMI no apoio directo ao orçamento do estado; ciclones; cheias, seca; desemprego; e recentemente, a pandemia do novo coronavírus.