A psicologia da educação é “uma disciplina-ponte, de natureza aplicada, entre a psicologia e a educação” (Coll, 2004, p. vii) cujo objecto de estudo são os processos de mudança (e.g. desenvolvimento, aprendizagem e socialização) que ocorrem nas pessoas na sequência da sua participação numa ampla gama de situações e atividades educacionais; “trata-se de uma disciplina psicológica e educativa de natureza teórica e aplicada, [cabendo ao psicólogo a tarefa de] observar (diagnóstico), interpretar (prognóstico) e intervir no ato educativo, aos mais diversos níveis da aprendizagem”.

É um acontecimento independente da idade e outras características concretas das pessoas e dos traços específicos das situações e atividades educacionais, não se circunscrevendo às que ocorrem em contexto escolar (Coll et al., 2004). Ao psicólogo que atua em contexto educativo, compete não apenas prevenir e remediar, mas principalmente promover o educando. Ao mesmo tempo deve investigar no sentido de adquirir uma maior compreensão e eficiência do processo ensino-aprendizagem

A Psicologia da Educação deve estruturar-se em torno do processo ensino-aprendizagem que serve de fio condutor para a definir como sistema coerente e organizado de conhecimentos. Contudo, importa também abranger a educação familiar da criança e do adolescente, considerando que o processo ensino-aprendizagem não se limita ao aspecto puramente cognitivista, sendo também afetivo-motivacional, diferencial, desenvolvimental, ultrapassando o contexto escolar.

A psicologia da educação deve limitar-se a uma psicologia geral aplicada aos problemas educativos, ou ser uma tecnologia que se limite a operacionalizar os princípios gerais da Psicologia, ela deve prestar atenção ao contexto histórico e natural no qual as pessoas vivem e aprendem, o qual influência fortemente a conduta humana, especialmente no âmbito da educação.

As tendências desta disciplina no futuro, são por exemplo i) as mudanças nos interesses relativos ao ensino e aprendizagem; ii) a consideração do caráter ativo e único do sujeito que aprende; iii) a interação; iv) uma orientação interpretativa ou ecológica; v) variáveis modificáveis; vi) modelos prescritivo.