Armando Emílio Guebuza, nasceu a 20 de Janeiro de 1943, em Murrupula, Província de Nampula onde, seu pai, Miguel Guebuza, exercia a função de enfermeiro e sua mãe, Marta Bocota Guebuza, doméstica.

Em 1948, seu pai é transferido para Lourenço Marques, nome como era chamada a Cidade de Maputo no período colonial. Aqui, aos seis anos, Armando Guebuza inicia os seus estudos em Xipamanine, no Centro Associativo dos Negros da Colónia de Moçambique.

Frequenta, igualmente, a Igreja da Missão Suíça, onde é integrado nas Patrulhas (Mintlawa), que para além das actividades religiosas, desenvolviam outras que exigiam a participação de todos, irmanados no espírito de sacrifício, ajuda mútua e promoção de uma visão comum.

No ensino secundário, junta-se a outros jovens, membros do Núcleo dos Estudantes Secundários Africanos de Moçambique (NESAM), e que era conhecido por “Núcleo”, uma organização cívica fundada por Eduardo Mondlane em 1949. O Núcleo tinha como actividades principais, a realização de aulas de compensação, educação cívica e cultural e, de uma forma discreta, a mobilização política.

Após a saída do Presidente do Núcleo, Joaquim Alberto Chissano, para Portugal, onde ia prosseguir os seus estudos, foram sucessivamente eleitos dois companheiros para

direcção daquela organização estudantil. Em 1963, Armando Guebuza é eleito Presidente do Núcleo. A sua escolha correspondeu à expectativa, tornando o Núcleo um centro de atracção e de referência para muitos jovens e adolescentes de então. Em 1963, Armando Guebuza junta-se à rede clandestina da FRELIMO, na então Cidade de Lourenço Marques.

A sua experiência na direcção do Núcleo, a sua qualidade de monitor e o seu carisma concorreram para promover e desenvolver o trabalho clandestino no meio estudantil.

Em Março de 1964, Armando Guebuza e outros colegas, decidem abandonar Moçambique para se juntarem à FRELIMO. Para escapar ao controlo da PIDE, a tenebrosa polícia secreta do regime colonial, tiveram que abandonar o comboio em

Mapai para fazer o restante percurso até à fronteira de Chicualacuala, a pé, enfrentando o cansaço, a fome e a sede. Uma vez do outro lado da fronteira rodesiana, ainda exaustos, com fome e sede, caminharam mais 30 Kms antes de retomarem ao comboio.

Depois de Salisbúria, hoje Harare, o grupo que integrava Armando Guebuza já na companhia de outros dois moçambicanos, que a eles se juntaram no comboio a caminho de Salisbúria, retomam a viagem para a Zâmbia. No comboio, são presos pela polícia rodesiana, quando se preparavam para abandonar aquele país, e encarcerados em Victoria Falls. Armando Guebuza e os seus colegas são entregues à PIDE e durante aproximadamente cinco meses são torturados para se lhes extrair confissões.

Entretanto, por alturas da sua libertação são presos os guerrilheiros da Quarta Região que se preparavam para abrir a Frente Sul. Apesar de estarem em liberdade vigiada, Armando Guebuza e os seus camaradas decidem vingar-se da acção da PIDE e reafirmar com actos de coragem que a FRELIMO estava activa. Na noite de 24 e 25 de Dezembro de 1964, espalham panfletos, na região Sul de Moçambique, que continham a fotografia do Presidente Eduardo Mondlane. Esta situação forçou a PIDE a divulgar, um comunicado com a lista dos guerrilheiros detidos dando detalhes de cada um deles. Não obstante as intimidações e chantagens da PIDE, retomam o sonho de se juntarem à FRELIMO. Permanecem alguns meses na Suazilândia, como refugiados. Mais tarde, conseguem atravessar a África do Sul e, na Bechuanalândia, um protectorado Britânico, são novamente detidos e ameaçados com a deportação pelas autoridades britânicas. Graças à intervenção do Dr. Eduardo Mondlane, exigindo a sua incondicional libertação, o grupo é entregue ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e conduzido para a Zâmbia. Dali, mais tarde, o grupo segue para a Tanzânia, conduzido por Mariano Matsinha, então representante da FRELIMO na Zâmbia.

Na Tanzânia, Armando Guebuza é submetido aos treinos militares em Bagamoyo. Faz depois parte do grupo de combatentes que abriu o Campo de Preparação Político Militar de Nachingweya.

Em 1966, é transferido de Nachingweya para Dar-es-salam, para exercer as funções de Secretário Particular do Presidente Mondlane, em substituição de Joaquim Chissano que se preparava para ir à formação na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Nesta altura, Armando Guebuza, lecciona Cumulativamente no Instituto Moçambicano.

Mais tarde e ainda nesse mesmo ano de 1966 é nomeado Secretário para a Educação e

Cultura.

Desde 1966, é membro do Comité Central da FRELIMO. Em 1968, é nomeado Inspector das escolas da FRELIMO. Em 1970 é nomeado Comissário Político Nacional.

No Governo de Transição Guebuza ocupa a pasta da Administração Interna. No primeiro

Governo do Moçambique independente é nomeado Ministro do Interior.

Em 1974, Armando Emílio Guebuza, dirige na sua qualidade de Comissário Político, o processo de criação e implantação dos Grupos Dinamizadores.

Em 1977, o Comité Político Permanente da FRELIMO designa Armando Guebuza para dirigir a Comissão de reassentamento das populações vítimas das cheias na Província de Gaza. É em resultado desse esforço, e em colaboração com as autoridades e populações locais, que nascem as aldeias comunais erguidas nas partes altas do Vale do Limpopo, e hoje em franco progresso.

Em 1977, o Comissário Político Nacional, Armando Guebuza é nomeado Vice-Ministro da Defesa Nacional e em 1978 acumula estes cargos com o de Substituto Legal do Governador da Província de Cabo Delgado.

Em 1981, é designado Governador da Província de Sofala, e em 1983, é novamente, nomeado Ministro do Interior.

Em 1984, é nomeado Ministro na Presidência, responsável pela coordenação das áreas da Agricultura, Comércio, Indústria Ligeira e Turismo, assim como a cooperação com a China, Coreia do Norte, Paquistão e Vietname.

Em 1986, assume a pasta dos Transportes e Comunicações e da Presidência do Comité de Ministros dos Transportes e Comunicações da Comunidade para o Desenvolvimento da Africa Austral.

Em 1990, é nomeado chefe da delegação do Governo às conversações de Roma que resultaram na assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992.

Em 1992, é designado Chefe da Delegação do Governo na Comissão de Supervisão e

Implementação do Acordo Geral de Paz para Moçambique.

Armando Guebuza, Tenente-General na Reserva esteve também envolvido no processo de Paz do Burundi sob a égide do falecido Presidente da Tanzânia Julius Nyerere e, mais tarde, do antigo Presidente sul-africano, Nelson Mandela. Armando Guebuza foi responsável da Comissão sobre a natureza do conflito Burundês, problemas do genocídio e exclusão e suas soluções.

Em 2000 ele foi escolhido por consenso pelas partes em conflito no Burundi para presidir à Comissão sobre as Garantias para a Implementação do Acordo resultante das negociações de Paz.

Foi Chefe da bancada da FRELIMO desde o primeiro parlamento multipartidário saído das Eleições Gerais de 1994, até ao VIII Congresso da FRELIMO.

Em 2002, é eleito Secretário Geral da FRELIMO. Em 2004, é eleito Presidente da República.

Em 2005 é eleito Presidente do Partido.

 Em 28 de Outubro de 2009, foi reeleito para um novo mandato, obtendo 75% dos votos.  Guebuza foi também presidente de seu partido.

Armando Emílio Guebuza é casado com Maria da Luz Guebuza, é pai de 4 filhos e tem dois netos.