A Acão do ser humano nos ecossistemas da Terra é actualmente muito intensa. O ser humano, ao intervir nos ecossistemas de uma forma descontrolada, põe em risco a sobrevivência e o desenvolvimento das gerações futuras. Por isso, se quisermos continuar a usar os recursos naturais temos que conservá-los, no sentido de conseguir um desenvolvimento sustentável, isto é, um desenvolvimento que vá ao encontro das necessidades das pessoas no presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazerem as suas necessidades.

No sentido de permitir um desenvolvimento sustentável, o ser humano tem vindo a desenvolver acções que visam a protecção e a conservação da Natureza.

Dessas ações destacam-se algumas, como:

-Criação de áreas protegidas;

-Tratamentos de resíduos sólidos;

-Tratamento de águas residuais;

-Controlo biológico das pragas.

Criação de áreas protegidas:

As áreas protegidas destinam-se à preservação da fauna e da flora selvagens, dos espaços naturais e dos habitats, assim como à protecção dos recursos naturais contra todas as formas de degradação. Em Moçambique, estas zonas designam-se por áreas de protecção ambiental e podem ser classificadas em parques nacionais e reservas naturais.

Os parques nacionais são espaços de grande beleza paisagística onde se preserva o meio ambiente com fins educacionais, científicos, recreativos e culturais.

São exemplo de parques nacionais moçambicanos: Banhine, Zinave, Limpopo, Bazaruto, Gorongosa e Quirimbas. As reservas naturais são áreas criadas para proteger espécies raras da flora e da fauna, ameaçadas e em risco de extinção, como, por exemplo, as Reservas Naturais de Maputo, de Marromeu, do Gilé, do Niassa e do Pomene.

Tratamento de resíduos sólidos:

Resíduos sólidos constituem aquilo a que chamamos lixo. São matérias sólidas sem utilidade, supérfluas ou perigosas, geradas pela actividade humana. Podem ser de vários tipos:

Resíduos provenientes em grande parte do lixo doméstico, como restos de alimentos, folhas, sementes, restos de carne e de ossos;

Resíduos que demoram muito tempo para se degradarem, como plásticos, vidros e matérias de construção.

Resíduos tóxicos, como o lixo radioactivo e o lixo hospitalar.

Em muitos lugares do mundo, os resíduos sólidos ainda são lançados em lixeiras tradicionais, sem qualquer tratamento. Este modo de proceder é extremamente nocivo à saúde do ser humano e ao ambiente em geral.

Para minimizar o impacto da acumulação de resíduos, deve-se proceder a sua recolha e tratamento, de forma a garantir as condições de segurança e melhorar as condições de vida das populações.

As lixeiras tradicionais têm sido substituídas por aterros sanitários. Nestes, o solo é protegido primeiro por uma camada impermeável artificial ou natural, sobre a qual os resíduos vão sendo depositados e cobertos periodicamente com terra até atingirem a capacidade do aterro. As condições de funcionamento do aterro são permanentemente controladas, de modo a garantir que não haja contaminação do ar, do solo ou das águas.

Os resíduos radioactivos e hospitalares precisam de receber tratamento especial, para evitar danos ao ambiente e à saúde das pessoas. Não existe ainda uma solução inteiramente segura para se guardar o lixo radioactivo, sendo este por vezes depositado em contentores selados, à espera que se encontre uma solução definitiva. O lixo hospitalar deve ser incinerado.

Tratamento de águas residuais:

Esgotos ou águas residuais são águas que apresentam as características naturais alteradas, devido à utilização humana e que provêm das casas, das indústrias e de recintos comerciais.

As águas residuais podem ser tratadas em ETAR (Estacão de Tratamento de Águas Residuais) através de processos físicos, químicos e biológicos, antes de serem lançadas para o meio ambiente. Desta forma, não prejudicam os ecossistemas.

Controlo biológico das pragas:

O controlo de pragas na agricultura é muitas vezes feito através da aplicação de insecticidas e pesticidas, que também matam outros animais, como abelhas e outros insectos ecologicamente importantes e contaminam o solo e a água. Além disso, fazem com que as pragas adquiram resistência, exigindo doses mais altas ou produtos mais tóxicos.

Um método não poluente e que acarreta prejuízos mínimos ao meio ambiente é o controlo biológico, técnica utilizada para combater espécies nocivas à agricultura através do uso dos seus inimigos naturais, como insectos predadores ou parasitas que atacam a espécie que esteja a causar danos às plantas.

Através deste método, por exemplo, as plantações de cana-de-açúcar podem ser protegidas de certas espécies de insectos comedores das folhas através do uso de fungos parasitas desses insectos. A forma mais utilizada de controlo biológico é o controlo de pragas de insectos por outros insectos.

A vespa Aphidius colemani é uma vespa parasita que põe um avo afídio, insecto que ataca as culturas. A larva da vespa devora o afídio por dentro, deixando-o imobilizado.