Vamos tentar explicar o resultado da fixação desse povo na região que hoje constitui Moçambique, mas de uma forma geral ou em todos âmbitos.

A nível socioeconómico e político

A  fixação Bantu na África Austral, a nível social, provocou a propriedade privada e uma nova diferenciação social baseada na riqueza, no prestígio e no poder de cada um; a nível político, foram formadas as unidades políticas consistentes (Reinos e Estados).

A presença dos Bantu em Moçambique reflectiu-se muito mais na agricultura que sedentarizou o homem, favorecendo a criação de relações de produção permanentes e políticas baseadas nos grupos de parentescos consanguíneos, definidos pela via paterna no sul do Zambeze e por via materna, a Norte do Zambeze. Estas constituíam as famílias alargadas, no seio das quais se cristalizavam as relações de produção.

A pesca, a caça e recolecção impunham relações momentâneas e nunca relações sociais de produção os grupos desfaziam-se após a realização de cada campanha e consumada a divisão do produto segundo costumes consuetudinários. O mesmo autor na sua abordagem ainda prolonga afirmando que, a expansão e fixação Bantu em Moçambique trouxe como consequências:

  • o aumento dos agrupamentos;
  • sedentarização e formação de aldeias;
  • divisão social do trabalho;
  • surgimento uma nova actividade, agro-pastoril;
  • inicio da nova fase-neolítica;
  • surgimento da diferenciação social;
  • aperfeiçoamento de novas técnicas e novos instrumentos;
  • diversificação da dieta alimentar e;
  • aparecimento de novas crenças religiosas.

 

Bibliografia

COVANE, L. Da comunidade primitiva ao Feudalismo., Editora Asa, Rio Tinto, 1989;

KI-ZERBO, J. História de África Negra. Volume 1, 4ª Edição, Publicações Américas – Europa, Portugal, 2000.