A semelhança da Suméria, também no Egito imperou o Modo de Produção Asiático, visto que ao longo do rio Nilo surgiu um governo fortemente centralizado para permitir o controle do fluxo das águas.

Fazendo nascer mecanismos políticos para impedir conflitos e construir canais de irrigação em terras cercadas por desertos.

O rio Nilo depositava humos nas suas cheias, tornando o solo extremamente fértil ao longo das margens quando do recuo das águas.

Permitindo gerar um excedente na produção que fez florescer uma civilização extremamente avançada em vários segmentos, incluindo artes, medicina, matemática e engenharia.

Na política, os egípcios deram mais um passo comparativamente aos seus antecessores e contemporâneos, o poder foi unificado nas mãos do faraó, uma figura semidivina, identificado como filho do deus Rá (Sol), compondo mais que uma Cidade-Estado, um Estado primitivo controlador de todo uma região.

Para manter a pureza de sua descendência, os faraós realizavam casamentos endogâmicos, apenas dentro da família, tornando comuns uniões entre pais e filhos ou entre irmãos.

Juntando vários nomos (tribos), governadas por nomarcas, que formaram a nobreza provincial, o faraó construiu em torno de si uma estrutura política que utilizou uma burocracia sofisticada, controlada por funcionários públicos.

No topo da hierarquia administrativa estavam os vizires, auxiliados por sacerdotes e escribas.

Estes últimos eram responsáveis pelos registros escritos de tudo que dizia respeito aos mais diferentes aspectos da vida cotidiana e pós-morte, sendo treinados desde a infância para dominar os segredos da escrita, passados somente de pai para filho.

A sociedade egípcia possuía uma mobilidade social quase nula, não permitindo participação nas decisões políticas, centralizadas no faraó.

Uma das poucas possibilidades de ascender socialmente era oferecida pelo serviço militar e funcionalismo público.

No topo da sociedade estava o faraó e sua família, seguido pela nobreza e altos funcionários; abaixo vinham os sacerdotes.

O estamento médio era composto por escribas, comerciantes e artesãos.

A maior parte da população era formada por camponeses livres, chamados felós, que viviam em comunidades tribais e pagavam impostos para manter a nobreza, prestando serviços compulsórios para o Estado.

Alguns destes eram arrendatários ou assalariados, mas não possuíam a posse das terras, a qual pertencia ao Estado.

Abaixo destes havia ainda escravos, em geral prisioneiros de guerra e seus descendentes, embora não fossem tão numerosos como os felós.

Os camponeses eram obrigados a prestar serviços em obras públicas, chamado de corveia; inicialmente usadas para obras de melhoria das terras agricultáveis e plantações de trigo, cevada, linho, algodão, legumes, frutas, alho e cebola.

Depois a mão-de-obra foi canalizada para construção de grandes templos e suntuosos edifícios funerários.

Os egípcios acreditavam na vida além-túmulo, devendo o corpo do morto ser preservado e suprido de todos os bens e alimentos necessários à sua passagem para terra dos mortos.

Uma crença que originou Mastabas e grandes Pirâmides, estruturas construídas para abrigar os corpos do faraó, seus familiares e a nobreza na vida após-morte.

O gigantismo destas edificações espelhava o poder político de quem mandava ergue-las, ficando como um monumento à dinastia do faraó, emprestando o prestigio do defunto aos seus parentes vivos.