Contextualização

Quando alguém nos pergunta se conhecemos a1lguma coisa, nós percebemos perfeitamente o que é que o nosso interlocutor pretende saber. E mais, um pescador sabe em que momento do dia se pode lançar ao mar, sob risco de contrariamente não trazer nenhum pescado. Esse tipo saber designa-se normalmente por conhecimento.

Em outras palavras podemos dizer que, o conhecimento é a apreensão pela mente de alguma realidade.

A palavra “conhecer” se aplicada em dois sentidos distintos: em sentido lato e em sentido restrito. No sentido lato, significa recolher e organizar informações sobre o meio envolvente, tendo em vista a constante adapta de um organismo ao meio e a sua sobrevivência. Já no sentido restrito apenas é aplicável aos seres humanos e pode ser entendido como a construção de representações mentais que o sujito organiza ao longo da vida na sua relação com a realidade, quer interior (pensar, sentir), quer com o mundo exterior (objectos). Como já referimos acima, o conhecimento se difere e ela pode ser:

Níveis de conhecimento

Senso comum

Também é chamado conhecimento popular, é o que resulta quotidiano de ser humano e caracteriza por ser; superficial, sensitivo, subjectiva, assistemático e acrítico. Por exemplo, o conhecimento que os camponeses têm sobre a época de sementeira, sem ter aprendido na escola.

Conhecimento científico

A ciência é um conjunto de conhecimento socialmente adquirido ou produzidos, historicamente acumulados, dotados de universidade e objectividades, que permitem a sua transmissão, e estruturados com métodos, teorias e linguagem própria, que visão compreender e possivelmente orientar a natureza e as actividades humanas. Tem as seguintes características: real, sistemático, verificável, e falível.

a) Importância, limites e perigos dos conhecimentos científicos

Não a duvida alguma de que o avanço tecnologia, resulta do conhecimento e da investigação científica, proporciona melhores condições de vida aos homens, os curativos que outrora aparência impossível tornar se, hoje, comuns. Portanto a tecnologia contribui para melhoria das condições de vida. Todavia, a ciência mostrou ao longo do tempo, que nem sempre pé favorável ao homem. Além dos problemas, a tecnologia pode originar problemas de (na relação dos homens com as maquinas) e de desemprego.

Conhecimento filosófico

Este tipo de conhecimento caracteriza se pela intenção de ampliar incessantemente a compressão da realidade, no sentido de aprender na sua totalidade, é de dar explicações a cerca da existência humana. Existe outros tipos de conhecimento como:

Conhecimento teológico, ou religioso, é o baseado na fé religiosa, acreditando que ela detém a verdade absoluta.

Conhecimento mitológico, narrativo de significação simbólica transmitida de geração em geração considerado verdadeiro autentica dentro de um grupo, tendo geralmente a forma de um relato sobre a origem de um determinado fenómeno etc.

Conhecimento intuitivo, sendo a intuição o acto ou capacidade de pressentir, é o conhecimento imediato de um objecto de ordem material ou espiritual, este tipo de conhecimento e imediato difícil de se fundamentar.

Epistemologia contemporânea

Longa discussão tem sido travada sobre a perspectiva a adoptar para pensar e descrever a evolução das ciências. Trata-se, sobretudo, de determinar a relação de novos conhecimentos com os anteriores: os conhecimentos novos são do mesmo tipo que os anteriores e sua consequência natural (continuísmo). Os novos conhecimentos rompem com os anteriores e exigem perspectivas radicalmente novas (descontinuísmo).

  1. a) O continuísmo

A imagem continuísta é ingénua do desenvolvimento das ciências: o modelo linear e acumulativo Segundo a imagem continuísta e ingénua do desenvolvimento científico, imagem ainda reinante ao nível do senso comum, este é um processo linear e acumulativo:

Linear, porque se desenvolveria sempre na mesma direcção, “para a frente,” isto é, a cientificidade dos conhecimentos seria estabelecida de uma vez por todas, pelo que não haveria necessidade de a eles retornar;

Acumulativo, porque os conhecimentos científicos apenas se acumulam, ou seja, os conhecimentos novos acrescentam-se aos anteriores sem os pôr em questão.

  1. b) O Descontinuísmo

O desenvolvimento da ciência contém momentos de ruptura que separam nitidamente uma fase da outra, às vezes quase antagonizando-as. Essas rupturas dizem respeito sobretudo aos princípios gerais e não podem considerar-se preparadas por qualquer tipo de antecipação. Quando uma teoria, ou, se quisermos, um complexo de teorias ligadas pelo mesmo “paradigma”, não consegue descrever os novos resultados experimentais, ou quando lhe descobrimos as contradições e as lacunas que se tornam insanáveis, então torna-se necessário inventar novas hipóteses que abrirão caminho a um tipo de investigação à partida imprevisível.

Teoria de Karl Popper

Em Popper (1902-1994), há um certo continuísmo. Ele sublinha que a sucessão das teorias constitui um progresso das ciências em direcção à verdade — a sua meta inalcançável. As teorias refutadas inserem-se nesse movimento de aproximação à verdade. Contra o descontinuísmo radical, afirma que “as nossas teorias são senso comum criticado e esclarecido”. O elemento descontinuísta do pensamento de Popper reside no facto de ele não considerar que o progresso se faça por acumulação de conhecimentos – a relação entre velhas e novas teorias, entre a actualidade da ciência e o seu passado, é crítica. As novas teorias corrigem e/ou substituem as anteriores.

O desenvolvimento da ciência é imprevisível, porque as teorias científicas são livres criações do sujeito: a referência aos antecedentes só pode esclarecer a situação do problema cuja solução exige um acto criativo que não se pode prever a partir dessa situação. Os progressos mais significativos das ciências constituem revoluções intelectuais e científicas. «Segundo Popper, na ciência nós procuramos a verdade — e a verdade não é dada pelos factos, mas pelas teorias que correspondem aos factos.

Teoria de Thomas Kuhn

A reflexão de Kuhn (1922-1996) sobre a natureza da actividade científica articula-se em três conceitos fundamentais: os conceitos de “paradigma”, “ciência normal” e “ciência extraordinária”.

  1. a) Paradigma

Numa determinada época do desenvolvimento da ciência, as investigações científicas são orientadas e estruturadas por um paradigma, isto é, por uma visão do mundo (Weltanschaung), que, sendo geral, inclui não só a teoria científica dominante como também princípios filosóficos, uma determinada concepção metodológica, leis e procedimentos técnicos padronizados para resolver problemas. Assim, o paradigma científico dominante no século XVII, a teoria de Newton, tinha como pressuposto uma representação filosófica da natureza (fundava-se na concepção antiteleológica do mundo natural, concebendo-o como um sistema mecânico regido pelo jogo de forças), apoiava-se nas leis do movimento formuladas pelo próprio Newton, na adopção de uma determinada metodologia (matematização da física) e na opção por determinadas técnicas de observação e de experimentação. A constituição de um paradigma instaura a comunidade dos sábios (para Kuhn, a ciência é obra de comunidades científicas e não de génios isolados) e define não só o meio de solucionar os problemas como também os problemas que convém resolver.

  1. b) A ciência normal ou anomalia

No período da ciência normal, a comunidade científica trabalha a partir do paradigma estabelecido. Procede investigando fenómenos ainda não explicados com o objectivo de os enquadrar na teoria dominante e de resolver pequenas ambiguidades teóricas. No período da ciência normal — cujo desenvolvimento é contínuo — o cientista, uma vez que a sua preocupação essencial é a de, ao resolver problemas, estender o campo de aplicação do paradigma, abstém-se, quanto ao que é fundamental, de criticar este. Reina o acordo geral e a investigação desenvolve-se no interior do paradigma. E quando um facto coloca um problema recalcitrante, que resiste ao enquadramento na teoria consensualmente em vigor é, geralmente, descartado como “anomalia”, para não ameaçar o consenso no interior da comunidade científica.

  1. b) Ciência Extraordinário

E quando um facto coloca um problema recalcitrante, que resiste ao enquadramento na teoria consensualmente em vigor é, geralmente, descartado como “anomalia”, para não ameaçar o consenso no interior da comunidade científica. Contudo, a acumulação de anomalias, isto é, de casos problemáticos que o paradigma não resolve, acaba por dar origem a períodos de crise [um paradigma, dada a sua generalidade e complexidade, é sempre suficientemente impreciso para que se tornem possíveis estas “crises”]: as “anomalias”, ameaçando o paradigma nos seus próprios fundamentos, são momentos críticos pense-se na crise da física determinista desde 1924  porque o consenso dá lugar à divisão, à formação de grupos que procuram outras teorias e outros fundamentos.

  1. d) Revolução científica

O momento de crise – que pode ser longo – só encontra o seu termo quando um novo paradigma é adoptado. Como todo o paradigma representa um modo geral de interpretar o mundo e não um simples conjunto de soluções parciais ou regionais, ele corresponde a uma revolução científica e exige uma espécie de conversão mental por parte de quem o adopta. Estabelecido o paradigma, segue-se um novo período de ciência normal. Os cientistas irão aprofundar teoricamente o novo paradigma, resolver os problemas de acordo com ele, i. e., com os novos modos de solução assimilados, evitando pôr em causa esse modelo [por isso, dirá Kuhn, a comunidade científica não é dirigida pelo ideal de verdade]. As revoluções científicas não são muito frequentes: acontecem de vez em quando, o que denota uma certa resistência dos cientistas à mudança.

A que se deve o triunfo de um novo paradigma? «O triunfo de um novo paradigma pode dever-se a uma grande variedade de factores: a sua capacidade para explicar factos polémicos persistentes, a sua utilidade na resolução de problemas e realização de previsões adequadas e, em não menor medida, a aura e o prestígio dos cientistas que inventam uma nova teoria e a defendem. O prestígio pessoal de um cientista”, diz Kuhn “é muitas vezes considerado como sendo o resultado ou a prova de um excepcional engenho e inteligência.

A questão da verdade

A verdade é a correspondência entre o conceito e a realidade, seja ela empírica ou menta empírica. São 4 os principais estados do espírito perante a verdade: a ignorância, a dúvida, a opinião, e a certeza.

A Ignorância é a ausência de todo conhecimento e um enunciado. Para espírito e estado de ignorância, a verdade de um determinado enunciado é como se não existisse; não a juízo. A ignorância pode ser: vencível, dependendo da possibilidade ou impossibilidade de fazê-la desaparecer.

A Dúvida é um estudo de equilíbrio entre a afirmação e negação. No estado de dúvida, o espírito não adere, ou porque os motivos para afirmar e negar se equilibram (duvida positiva), ou não se equilibram, não tem razão alguma nem para afirmar nem para negar. A duvida pode ser metódica consiste suspensão voluntária, fictícia ou real, mas sempre provisório, na aceitação de uma verdade tida por certa, com fim de verificar o seu calor.

Céptica ou sistemático estado defectivo do espírito relativamente a toda verdade; e impossível legitimar as nossas verdades espontâneas que devemos ter sempre como incerta.

A Opinião é a adesão receosa do espírito a afirmação ou negação de um enunciado. O espírito adere, porque razões mais graves pesam para uma parte; no entanto não exclui o temor de o oposto ser verdadeiro.

Certeza refere-se a adesão firme inabalável de espírito de uma verdade conhecida, sem receio de errar. A certeza supõe, pois, a manifestação completa de verdade, isto é da conformidade enunciado com a realidade, emitindo um juízo seguro. Esta manifestação faz se mediante a evidência, que é o motivo e fundamento da certeza como a probabilidade e o motivo da opinião.

Conclusão

Findado o trabalho concluiu-se que, segundo Popper, para que seja verdadeira, urna teoria deve ser provável ou verificave1 em princípio. Em outras palavras, deve ser falsificável, ou seja, deve ser tal que dela sejam extraíveis consequências que possam ser refutadas, isto é, falsificadas pelos fatos.

Concluiu se também que A palavra verdade pode ter vários significados, desde “ser o caso”, “estar de acordo com os fatos ou a realidade”, ou ainda ser fiel às origens ou a um padrão. Usos mais antigos abrangiam o sentido de fidelidade, constância ou sinceridade em actos, palavras e carácter. Assim, “a verdade” pode significar o que é real ou possivelmente real dentro de um sistema de valores. Esta qualificação implica o imaginário, a realidade e a ficção, questões centrais tanto em antropologia cultural, artes, filosofia e a própria razão. Como não há um consenso entre filósofos e académicos, várias teorias e visões acerca da verdade existem e

 

Referencias Bibliográficas

GEQUE, Eduardo & BIRIATE, Manuel, pré-universitário-filosofia 11 Classe. 1ª Edição. Maputo, Longman Moçambique Lda., 2010.