Conceitos básicos

Pasto

Pasto é a cobertura vegetal do solo, utilizado pelos herbívoros domésticos e bravios.

Segundo o (INE), pastagens refere-se a um conjunto de plantas, semeadas ou espontâneas, em geral herbáceas, destinadas a serem comidas pelo gado no local em que vegetam, mas que acessoriamente podem ser cortadas em determinados períodos do ano. Não estão incluídas numa rotação e ocupam o solo por um período superior a 5 anos.

Em suma, pode se dizer que, pasto refere-se ao conjunto de leveduras ou legumes que servem de alimento para animais.

Forragem

Forragem é a designação comum dada à alimentação ou ao revestimento do local onde dorme o animal. Há vários tipos de forragens animais. Podemos definir a forragem animal como sendo o alimento dado ao animal, misturado ou puro, constituído por alfafa, capim-colonial, aveia, centeio, e farelos vegetais, adicionados aos cochos e cocheiras ou simplesmente jogados ao solo. Quando os animais estão confinados para engorda, além de servir de alimento, a forragem animal é colocada no solo para melhor comodidade do animal.

1. 4 –       Breve historial de pastos e foragens

Em 1890 nos Estados Unidos da América, pessoas como Smith (1895), Colville (1898), Nelson (1897) foram ao primeiros a definirem os problemas do pastoreio descontrolado que pode ser resumido em:

  • Reducao da capacidade do pastoreo
  • Substituição de forragem desejável por planta não palatavel
  • Compactação do solo pelo pisoteio do gado
  • Redução da absorção da água de chuva pelo solo
  • Elevadas perdas do solo durante períodos de chuvas torreciais

Pode-se afirmar que a disciplina de pastagens teve o seu início na altura em que se tomou consciência  do uso descontrolado das pastagens devido ao pastoreio excessivo (tragédia dos comuns). Prova disso, são os primeiros estudos sobre pastagens ou maneio de pastagens que tiveram início em 1890 nos Estados Unidos.

Relatos de problemas de pastoreio e estudos científicos nas pastagens de outras partes do mundo antes de 1900 são escassos, portanto, os EUA aparecem como sendo os pioneiros da disciplina de pastagens.

Porém, é importante reconhecer que as Tribos pastorais em África e Ásia apascentavam o seu gado em pastagens há milhares de anos. Antes da interferência dos Europeus nos meados do século XIX, o sistema era mantido, em que os animais e forrageiras estavam em equilíbrio. Em algumas áreas usava-se rotação de pastoreio similar a alguns sistemas sofisticados que são aplicados nos Estados Unidos actualmente.

Embora os Americanos tenham desenvolvido esta ciência, muitas das práticas modernas usadas no maneio de pastagens nos Estados unidos foram aplicadas durante séculos em outras partes do mundo. A evolução desta disciplina seguiu a tendência dos avanços nas áreas de maneio de pastagem e de pastoreio. Na história das pastagens em Moçambique, há que distinguir três períodos: o pré-colonial, o colonial e o pós-colonial.

1. 5 –       Importância das pastagens:

  • Constituem um recurso renovável;
  • Fornecem ao homem produtos de origem vegetal (pastos, madeira) e de origem animal (carne, leite, peles, lã, etc.). As pastagens naturais têm a particularidade de proporcionarem estes produtos a um custo mais baixo, quando comparados com as pastagens cultivadas;
  • Rotação de culturas (exemplo capim Rhodes/Tabaco, no Zimbabwe): neste sistema o capim Rhodes para além de ser uma forrageira aceitável, é usado para reduzir a infestação com nemátodos, beneficiando a cultura de tabaco;
  • Reciclagem de nutrientes, melhorando a fertilidade do solo: neste caso pode se apontar as leguminosas que são muito valiosas como fixadoras do azoto;
  • Protecção do solo (exemplo, gramíneas de época fresca em Alabama, gramíneas tropicais);

Em Alabama e Geórgia (Estados Unidos da América) em sistemas de produção de amendoim a colheita é mecanizada. Este processo deixa o solo desnudado, o que levaria a problemas sérios de erosão. Assim, os agricultores semeiam forrageiras do Inverno como é o caso da azevém (Lolium multiflorum), garantindo, assim, a cobertura do solo e a alimentação animal. Também a cobertura do solo melhora a infiltração da água por minimizar o “run off”. Proporciona espaço recreativo e conferem beleza à paisagem e proporcionam habitat para a fauna bravia; alguns pastos são estabelecidos para promover a reprodução de certas espécies faunísticas bravias, proporcionando o ecoturismo e a caça recreativa.

Manutenção da qualidade da água: onde se pratica agricultura a beira dos rios e com recurso a produtos químicos (adubos e pesticidas) a contenção do “run off” evita que produtos químicos atinjam os rios. Por outro lado, algumas espécies forrageiras que consomem altas quantidades de nitrogénio evitam que este atinja o lençol freático, protegendo-o, assim, da contaminação com nitratos.

Contribuem para a preservação de diversidade biológica pelas espécies vegetais e animais que coabitam no ecossistema.

Contribuem para atenuar o efeito de estufa: ao realizarem a fotossíntese as plantas encontradas em pastagens sequestram o carbono atmosférico, através da fixação do CO2, O CO2 faz parte dos chamados gases de estufa que são responsáveis pelo aquecimento global do planeta.

1.2- Tipo de pastos

O conceito tipo de pasto resulta tanto da análise biológica e ecológica, como da sua utilização prática, definido como unidade de vegetação cuja variação é tão pequena permitindo que tenha as mesmas potencialidades de aproveitamento (Rebelo, 1972).

As condições climáticas, especialmente a chuva, característica do solo influencia na composição das espécies vegetais, composição química e na proporção dos hidratos de carbonos solúveis e insolúveis, tornando assim possível classificar as pastagens em doce, amargo e misto.

1.2. 1 –                         Pasto doce

Por definição pasto doce é aquele que permanece palatável e nutritivo durante todo o ano, mesmo quando atinge a fase de maturação e declínio (Timberlake & Jordão).

Localização

O pasto doce é característico para as zonas climáticas áridas com solos pesados, áreas de precipitação baixa, com menos de 700 mm/ano (Kadzere, 1995). Geralmente as espécies doces são menos produtivas em termos de biomassa do que as amargas (Timberlake, 1985). Segundo Rebelo (1972) as pastagens doces ocorrem geralmente em regiões de altitudes baixas e ricos em arbustos.

Características

Estas pastagens são caracterizadas por uma baixa capacidade de carga para bovino por hectare, em virtude de a cobertura graminal ser fraca, durante a estacão de crescimento e ressentem se da apascentação continua A pouca abundância de gramíneas torna difícil o corte de feno, são regiões com tendência para uma invasão de arbustos indesejáveis.

1.2. 2 –                         Pasto amargo ou acre

Por definição pasto amargo ou acre é aquele que fornece material palatávele nutricional apenas durante a época de crescimento. A palatabilidade e o seu valor nutricional decresce com o estágio de crescimento das gramíneas.

Localização

O pasto amargo ocorre em áreas de precipitação elevados, ou com mais de 700 mm /ano (Timberlake, 1985). No caso de Moçambique este tipo de pasto é típico das zonas Centro e Norte.

Características

O pasto amargo mostra altos níveis de produção vegetal, mas o conteúdo de proteína decresce rapidamente na época de floração e não pode suportar a produção de gado ao longo do ano sem alimentação suplementar.

O graminal em pastagem amargo mantém se palatável somente durante a época de crescimento, tornando se grosseira e pouco palatável no fim da época das chuvas. Geralmente, possuem boa cobertura graminosa, quando a mata o permite, suportam pastoreio intenso, há possibilidade da gramínea ser ceifada. O pasto amargo finda a época das chuvas, se tornam grosseiros e pouco palatáveis, não há risco de invasão arbustiva.

1.2. 3 –                         Pasto misto

Apresenta características intermediária entre pasto doce e amargo. Segundo Rebelo (1972 ), ocorrem nas regiões com queda pluviométrica media.

Localização

Ocorrem geralmente em locais com altitudes médias, a pastagem é palatável durante todo o ano.

Características

Estas pastagens estão sujeitas a invasão arbustiva, a cobertura graminosa é maior que a dos pastos doces e menor que a dos pastos amargos, resistem mais ao pastoreio que os pastos doces e menos que os pastos amargos, durante a estacão seca, a necessidade de suplementação não é tão necessária como nos pastos amargos.

1.3. 1 –                         Pastagem

É o processo pelo qual animais se alimentam num pasto ou num campo aberto. Nesse sentido, remete à prática mais comum de alimentar os animais em pastos ou campos.

1.3. 2 –                         Tipos de pastagens

De acordo com Alcântara (1978) existem 3 tipos de pastagens:

  1. a)         Pastagem natural: pastagem onde a vegetação original é composta principalmente de espécies herbáceas e arbustos.
  2. b)         Pastagem nativa: a vegetação nativa espontânea de algum valor forrageiro, que surge após a destruição parcial ou total da vegetação original, como savana, campo cerrado, agreste, caatinga, etc.
  3. c)         Pastagens artificiais ou cultivadas: são pastagens estabelecidas com espécies exóticas ou nativas onde a vegetação original foi excluída.
  4. d)         A pastagem ecológica: é uma estratégica revisitada por autores no sentido de aumentar a sustentabilidade de longo prazo de determinadas áreas diminuindo ao mesmo tempo o impacto ecológico

1.3. 3 –                         Aproveitamento de árvores e arbustos

Em Moçambique, nas áreas mais secas onde as gramíneas são insuficientes para sustentar os herbívoros, as folhas de varias árvores e arbustos são importantes. Em geral o conteúdo proteico e mineral das folhas é superior ao de muitas gramíneas, mas, a digestibilidade é baixa. As espécies mais comuns no centro e norte Moçambique são espécies de miombo (Julbernardia spp. e Brachystegia spp) e podem ser pastadas.

 No sul de Moçambique as principais espécies são Acacia spp., Combretum, Grewie spp. e Colophospermum mopane (Timberlake e Reddy 1986). Nas regiões áridas geralmente os graminais são pouco produtivos, os pastos arbóreos e arbustivos que podem ocorrer são Cumbretum apiculatum, Colophospermum mopane, Acacia álbida, Ziziphus jujuba, Ziziphu mucronata, Grewia bicolor, Cassia petersiana.

Alta cobertura de árvores e arbusto pode ter um grande efeito sobre a produção da pastagem devido à competição pela água e luz solar. Embora a vegetação lenhosa possa ser utilizada pelos herbívoros é geralmente considerada indesejável em pastagens, especialmente quando se formam um pasto denso que reduz a biomassa do pasto.

1.3. 4 –                         Invasão arbustiva

O tipo de vegetação no sul de Moçambique é floresta aberta em solos arenosos ou savanas densas em solos pesados. Ao longo do ano, as savanas densas diminuem devido a herbívoria ou a queimadas originando savanas abertas com uma alta proporção de gramíneas. Nos solos mais pesados, o aumento de arbustos de Dichrostachys cinérea e Acacia nilotica pode ser um problema sério, resultando em florestas impenetráveis com uma cobertura de ervas bastante pequenas. Em Moçambique a invasão arbustiva é limitante a produção de gado.

1.3. 5 –                         Densidade de árvores e cobertura de arbustos

Alta cobertura de árvores e arbusto pode ter um grande efeito sobre a produção da pastagem devido à competição pela água e luz solar. Embora a vegetação lenhosa possa ser utilizada pelos herbívoros é geralmente considerada indesejável em pastagens, especialmente quando se formam um pasto denso que reduz a biomassa do pasto.

1.3. 6 –                         Produção e qualidade da pastagem

frequência com que as pastagens são desfolhadas durante o consumo ou o pastoreio prevê o efeito sobre a produção e qualidade da forragem disponível. Um aumento na produção da matéria seca (MS) tem sido relatado na pastagem natural com o estágio de crescimento de gramíneas até 90 dias.

Estágio de crescimento da forragem é identificado como o factor mais importante que afecta a composição química, o valor nutritivo das pastagens e o consumo voluntário (Minson et al., 1993). Os valores químicos alimentares da pastagem, geralmente são maiores durante a fase de desenvolvimento vegetativo ou início da floração e decresce rapidamente após a frutificação ou floração afectando assim o consumo voluntário. O estágio de crescimento afecta a parede celular e o conteúdo celular.

1.3. 7 –                         Factores que afectam a produção e qualidade da pastagem

De acordo com Cook, BI e S. Pau (2013), existem vários factores que afectam a dinâmica das pastagens entre eles a humidade do solo, nutrientes do solo, herbivoria, energia solar, competição entre plantas e fogo. A humidade e nutrientes do solo são as variáveis ambientais chaves que regulam a disponibilidade e abundância de vegetação.

  1. a)Energia solar

A capacidade dos sistemas ecológicos em produzir biomassa pode parecer ilimitada devido ao fluxo contínuo da energia solar. No entanto, a disponibilidade do pasto é limitada pela qualidade e quantidade da radiação solar para realizar a fotossíntese, bem como a ocorrência de factores abióticos tais como a água, a temperatura e as limitações de nutrientes. A variação sazonal na disponibilidade da água, luz e nutrientes limita a disponibilidade do pasto. O máximo crescimento da planta ocorre quando as folhas interceptam 95% da radiação solar.

  1. b)Temperatura

A importância da temperatura na regulação dos processos fisiológicos influencia no

crescimento e desenvolvimento da planta. Temperatura óptima para o crescimento de plantas (aumento da MS) ocorre entre 20oC a 25oC para muitas gramíneas tropicais, e cai drasticamente abaixo de 10oC. O crescimento das gramíneas reduz acima de 25oC e pode parar entre 30oC a 35oC, mesmo com alguma humidade no solo.

Temperaturas altas inibem a fotossíntese em toda a folha, criam défice de água e consequente défice de nutrientes minerais; temperaturas baixas afectam a produtividade da planta, uma vez que retardam o crescimento das gramíneas, através da restrição do movimento da água pelas raízes, temperaturas frias danificam as plantas. Altas temperaturas aumentam a proporção da parede celular e diminui a digestibilidade das folhas e das hastes.

  1. c)Solo e precipitação

O solo e a topografia exercem uma forte influência sobre os padrões de distribuição das pastagens, o crescimento e abundância através da regulação da humidade, o que também afecta a disponibilidade de nutrientes. Como resultado, as espécies cuja adaptação às condições climáticas e ao tipo do solo é maior, torna se dominantes sob certas condições de luz e humidade. Geralmente, a produção da pastagem em ecossistemas é altamente variável devido ao padrão de distribuição da precipitação. A quantidade e distribuição de precipitação, infiltração e evapotranspiração, determinam o regime de humidade do solo de uma região.

O estado dos nutrientes no solo, juntamente com a disponibilidade da humidade influencia a fisionomia geral e produtividade. Esses factores também interagem com as práticas de herbivoria, fogo e gestão do uso da terra. Plantas que conseguem crescer em solos pobres em nutrientes são geralmente menos palatável e de baixo valor nutricional do que as de solos ricos em nutrientes.

  1. d)Água

A planta pode sofrer stress pela falta ou excesso da água. O efeito de stress da água pode reduzir o tamanho da folha e os entrenós, atrofiar as pontas das folhas, suprimir o crescimento das raízes e novos rebentos, atrasar o tempo de floração e frutificação, reduzir o número de sementes, tamanho e viabilidade e interromper o crescimento e desenvolvimento e com um stress severo a planta seca. A falta da água, o crescimento das raízes e folhas é lento. Com o stress da falta água durante o período de crescimento a célula fica sensível ao stress de água em relação a abertura dos estomas.

Stress moderado da humidade pode não afectar a fotossíntese e reduzir o desenvolvimento da superfície da folha. A redução da superfície da folha afecta o rendimento da Matéria Seca. A diminuição do crescimento da folha como consequência do stress de água tem um efeito directo sobre a produtividade de forragem do que outras culturas, porque as folhas muitas vezes compreendem 20 a 75% do rendimento.

FORRAGEM

2.1 –         Competição entre plantas

Ecologistas concordam que a concorrência muitas vezes tem um papel importante em comunidades na estruturação das plantas daí a relação entre plantas individuais. O sucesso competitivo nas comunidades vegetais é uma componente essencial para modelar o papel da competição nas comunidades vegetais. As plantas competem para a luz e os recursos do solo (água e nutrientes minerai).

2.2 –         Conservação de foragem

A conservação de forragem é uma prática fundamental quando se adota o manejo intensivo das pastagens. A manutenção da oferta de forragem de alta qualidade durante todo o ano garante o atendimento do requerimento animal e permite aumentar a eficiência da utilização das pastagens diminuindo o risco de degradação das mesmas em decorrência do superpastejo, muitas vezes registrado durante o período de crescimento restrito das forrageiras de clima tropical.

2.3 –         Silagem e fenação

A ensilagem e a fenação são as principais formas de conservação de forragem empregadas pelos pecuaristas, não podendo ser considerados sistemas antagônicos, e sim complementar, pois o alimento produzido apresenta características distintas.

2.4 –         Ensilagem

Na óptica de (Alcântara e Bufarah, 1985), ensilagem é o, pois envolve o uso de máquinas mais simples, com custo mais baixo, quando comparado à fenação. No processo de ensilagem a forragem é fermentada anerobiamente por bactérias produtoras de ácido lático presentes na forragem. A preservação depende de pH baixo o suficiente para inibir o crescimento de bactérias do género Clostridium e outros microrganismos anaeróbios, e de condições anaeróbias que inibam o desenvolvimento de microrganismos aeróbios tais como: leveduras e fungos.

2.5 –         Fenação 

A fenação e a principal prática de conservação nas regiões onde ocorrem condições apropriadas para a secagem. A forragem é desidratada de tal forma que permanece biologicamente inactiva com respeito a actividade enzimática da planta e dos microrganismos.

O baixo conteúdo de humidade dos fenos permite que este seja transportado e comercializado em função do reduzido peso em relação a unidade de matéria seca. Contudo, ela pode também ser usada em locais de maior precipitação onde a ensilagem é considerada de difícil adoçam devido às características da forragem, alta temperatura ou tradição.

2.6 –         Sistema de conservação

Desidratação da cultura e o tempo de secagem aumentam as perdas por respiração e a chance de ocorrência de chuvas durante a permanência da forragem no campo. Perdas mecânicas também podem ser altas, quando se manuseia a forragem mais seca utilizando ancinhos. De maneira inversa, as perdas no armazenamento geralmente diminuem com o incremento no conteúdo da forragem, particularmente em fenos

2.7 –         Feno

O feno é um dos mais versáteis sistemas de conservação de forragem, pois desde que protegido adequadamente durante o armazenamento, apresenta as seguintes vantagens:

  • Pode ser armazenado por longos períodos com pequenas alterações no valor nutritivo;
  • Várias espécies forrageiras podem ser usadas no processo;
  •  Pode ser produzido e utilizado em grande e pequena escala;
  • Pode ser colhido, armazenado e fornecido aos animais manualmente ou num processo inteiramente mecanizado;
  • Pode atender o requerimento nutricional de diferentes categorias animal.

As operações envolvidas no processo de fenação incluem a implantação da cultura, aplicação de fertilizante, corte, revolvimento da forragem, enleiramento, enfardamento, recolhimento e armazenamento dos fardos. Para a produção de um feno de alto valor nutritivo algumas condições básicas devem ser observadas.

  • Condições climáticas apropriadas para a secagem no período de corte;
  • Colheita da forragem no estádio de desenvolvimento onde é máximo o valor nutritivo;
  • Corte de uma quantidade de forragem que possa ser manuseada com base nos equipamentos e mão-de-obra disponíveis;
  • Avaliação da fertilidade do solo e aplicação de fertilizantes para atender a demanda em relação a produção e qualidade da foragem;
  • Controle de plantas invasoras;
  • Enfardar o feno quando a umidade atingir 18% e armazenar em local apropriado.

2.8 –         Produção de forragem sob pastejo

Sistemas de produção animal a pasto são baseados na manipulação de factores de meio, da planta e do animal, de forma a gerar um equilíbrio dinâmico entre o suprimento de alimento (acúmulo de forragem e forragem conservada) e a demanda por esse alimento (requerimentos individuais x número de animais/área)

Assim, o manejo da pastagem tem por objectivo principal o comprometimento de, ao mesmo tempo, manter área foliar fotossinteticamente activa e permitir que os animais colham grandes quantidades de tecido foliar de alta qualidade antes que esse material entre em senescência. Dentre os principais aspectos do pastejo que afectam o crescimento das plantas forrageiras e a produção de forragem, temos: intensidade de pastejo, frequência de pastejo e selectividade do animal em pastejo.

2.9 –         Importância da forragem

Não é à toa que o pastejo seja considerado o recurso mais barato para fornecer alimento para grande quantidade às vacas, com menor custo de produção possível, menor manejo dos animais, como a mão-de-obra e equipamentos mais acessíveis, e menor ocorrência de riscos possíveis.

A produção final em sistemas de pastejo é o efeito da combinação das eficiências, que se atinge em cada etapa do processo produtivo final. O manejo do pasto é, afinal, o que controla toda a eficiência geral do sistema de produção.

Sendo assim, fica visível que, quanto melhor a qualidade da forragem fornecida, muito mais o produtor vai conseguir tirar de cada hectare da sua propriedade.

2.2.1 –   Relação da disciplina de Pastos e Forragem com outras

Disciplinas Relação
Pastos e Forragem Zoologia Uma vez que é a ciência que se dedica ao estudo dos animais, para criar e pastar o gado é necessário ter conhecimentos do animal, e esses animais são estudados na Zoologia, a sua etologia
Ecologia Estuda a relação dos seres vivos e o meio ambiente e para se fazer a pastagem é necessário ter conhecimentos do habitat que melhor o gado pode desenvolver
Matemática É com esta Ciência que o individuo poderá calcular a quantidade adequada de forragem para a alimentação do seu gado, também calcular o peso, tamanho do seu animal para avaliar o seu desenvolvimento
Química Uma vez que estuda as substâncias e suas transformações, é com ajuda dessa disciplina que individuo poderá conhecer as substâncias usadas na produção de forragem
Botânica Esta ciência dedica-se ao estudo de plantas, através dela o individuo poderá seleccionar as melhores espécies de plantas para a pastagem do seu gado

 

3 – Constatações

Durante o trabalho de pesquisa chegou-se a constatar que, pasto refere-se ao conjunto de leveduras ou legumes que servem de alimento para animais. Quanto aos tipos de pasto pode-se destacar: pasto doce, amargo e misto.

Um outro aspecto de capital importância que percebido é a existência de 3 tipos de pastagens: Pastagem natural onde a vegetação original é composta principalmente de espécies herbáceas e arbustos,Pastagem nativa a vegetação nativa espontânea de algum valor forrageiroPastagens artificiais ou cultivadas são pastagens estabelecidas com espécies exóticas ou nativas onde a vegetação original foi excluída e pastagem ecológica.

Constatou-se também o processo de produção e qualidade da pastagem, os factores que afectam a produção e qualidade da pastagem e por fim que, forragem é a designação comum dada à alimentação ou ao revestimento do local ode dorme o animal.

 

Referências bibliográficas

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CORREIA, D. A. A. Bioquímica nos solos, nas pastagens e forragens, 1981;

ALCÂNTARA, P. B.Plantas forrageiras: gramíneasleguminosas. São Paulo, 2a edição, 1978;

Cook, BI e S. Pau: Uma avaliação global das tendências de longo prazo de esverdeamento e escurecimento em pastagens, usando o conjunto de dados, 2013;

AMORIM, D. Forragicultura e nutrição animal. São Paulo, 1edição, 1971.

BONJARDIM, RODRIGUES e PEREIRA. Avaliação da qualidade dos fenos de gramíneas tropicais armazenados com diferentes níveis de umidade e tratados com amônia. Rev. Soc. Bras. Zoot., Viçosa. v.21. 1992.

TIMBERLAKE, J. R.; REDDY, S. J. Potentil pasture pouctivity an livestock carrying capacity over Mozambique. Maputo: Instituto Nacional de Investigação Agronómica, 1986.