1. Métodos de quantificação de pragas

As pragas podem ser quantificadas por métodos directos de avaliação dos sintomas e sinais, como a incidência, severidade, intensidade, e métodos indirectos, como a determinação da população do patógeno, sua distribuição espacial, seus efeitos na produção (danos e/ou perdas), a desfolha causada.

2.1 Métodos directos

A quantificação das pragas é baseada na avaliação dos sinais, através da proporção de tecido doente, sendo realizada pelos seguintes parâmetros:

  • Incidência
  • Severidade
  • Intensidade

A- Incidência:é o método quantitativo mais comum de medição de praga por ser fácil e rápido, sendo obtido pela contagem de plantas doentes ou órgãos doentes, através do número ou percentagem de folhas, folíolos, frutos, ramos atacados, sem levar em consideração a quantidade de praga em cada planta ou órgão individualmente.

Vantagens:facilidade e rapidez de execução; os resultados obtidos são reprodutíveis, independentemente do avaliador; parâmetro satisfatório na fase inicial da epidemia.

Desvantagens:método pouco preciso para doenças foliares, mostrando uma correlação duvidosa com a severidade em fases avançadas da epidemia. Só pode ser usado para doenças que afetam a planta toda (patógenos do solo, causadores de murchas e podridões de raízes) ou quando uma única infecção impede a comercialização (podridões de fruto).

B – Severidade:é um método quantitativo e qualitativo, que procura determinar a percentagem da área de tecido doente (sintomas e/ou sinais visíveis), através da medição directa da área afectada, com medidores de área em computador ou não, chaves descritivas, diagramáticas, medição automática e sensores remotos.

Vantagens:mais preciso expressando o dano real causado pelos patógenos; caracteriza melhor o nível de resistência a um patógeno, expressa com maior fidelidade a intensidade da doença no campo e os danos causados.

Desvantagens:mais trabalhoso e demorado, subjectivo, dependente da acuidade do avaliador e da escala.

C – Intensidade:é um termo mais amplo que pode ser expresso como incidência ou severidade.

Significa o quanto intensa é a doença ou quão doente está a planta.

A incidência é um parâmetro satisfatório para avaliar a intensidade de doenças, como murchas e viroses, pois a correlação é alta entre incidência e severidade, pelo fato da doença afectar a planta toda.

Para maioria das doenças foliares esta correlação é baixa (incidência de 100% de plantas com ferrugem, não reflete a intensidade real no campo, pois apesar de todas as plantas apresentarem pústulas de ferrugem, a quantidade de pústulas por folha pode ser baixa, causando pouco dano). Ao contrário da incidência a intensidade está estreitamente relacionada com a perda de produção.

Numa epidemia de doenças foliares deve-se levar em consideração que, quando a incidência é elevada (maioria das plantas com sintomas), a evolução da doença dá-se quase que exclusivamente pelo aumento do número e tamanho das lesões (severidade).

2.2 Uso da incidência para estimar valores de intensidade de pragas

A incidência é um parâmetro satisfatório para avaliar a intensidade de doenças, como murchas e viroses, pois a correlação é alta entre a incidência e a severidade, pelo fato da doença afectar a planta toda.

Para a maioria das doenças foliares causadas por fungos e bactérias, esta correlação é baixa. Ao contrário da incidência a intensidade está estreitamente relacionada com a perda de produção.

Numa epidemia de doenças foliares deve-se levar em consideração que, quando a incidência é elevada (maioria das plantas com sintomas), a evolução da doença dá-se quase que exclusivamente pelo aumento do número e tamanho das lesões (severidade).

Para a mancha preta do amendoim (Cercosporidiumpersonatum) índices de incidência de 5 a 15% (percentagem de folíolos infectados, com pelo menos uma mancha), indicando baixas intensidades, 0,04 e 0,08 % de área foliar infectada, podem ser utilizados para indicar o início da epidemia e a necessidade da primeira pulverização com fungicida para proteger a cultura, impedindo a progressão rápida da doença. Já para estágios avançados da doença a % de folíolos infectados tem pouca relação com a intensidade da doença.

2.3 Técnica de amostragem

Após a escolha do método de avaliação, a amostragem é uma das etapas fundamentais para que avaliação das doenças seja representativa da população original, devendo ser feita de maneira criteriosa. Em programas de manejo integrado uma estimativa errada da quantidade de doença, causada pela amostragem incorrecta, pode acarretar decisões de controle não adequadas, causando perdas na produção.

A escolha da técnica de amostragem depende da distribuição da doença no campo. As principais técnicas são:

  • Amostragem ao acaso – doenças com distribuição uniforme no campo.
  • Amostragem sistemática – as amostras são colectadas segundo determinados critérios pré-determinados, em função do tipo de distribuição da doença, da finalidade, etc.

2.4 Tipo e tamanho da amostra

O tipo e tamanho da amostra dependem da característica da doença, do objectivo do levantamento

(avaliações em parcelas experimentais, manejo integrado das doenças, caracterização do nível de resistência, etc.) e do modelo de dispersão da doença. Devem-se estabelecer previamente alguns critérios, como:

– Tipo de amostra (folhas, folíolos, ramos, planta inteira, frutos, sementes, etc.)

– Tamanho da amostra (número de folhas, ramos, etc. ou pontos de amostragem)

– Local ou pontos de amostragem (colecta representativa da planta, área experimental ou da cultura, marcação de plantas ou ramos)

– Época de amostragem – estádios de crescimento da cultura, em função da característica de cada doença.

– Número de amostragens durante o ciclo da planta – em função da finalidade, estádio fenológico da planta, curvas de progresso da doença, etc.

2.5 Selecção dos métodos de controlo de pragas

Os métodos devem ser selecionados com base em parâmetros técnicos (eficácia), econômicos, ecotoxicol[ogiscos (presrvem o ambiente e saúde humana) e sociológicos (adaptáveis ao usuário).

2.6 Os principais métodos usados no controle de pragas são:

Métodos culturais: Emprego de práticas agrícolas normalmente utilizadas no cultivo das plantas objectivando o controle de pragas.

Controle biológico: Acção de inimigos naturais na manutenção da densidade das pragas em nível inferior àquele que ocorreria na ausência desses inimigos naturais.

Controle químico: Aplicação de substâncias químicas que causam mortalidade no controle de pragas

Controle por comportamento: Consiste no uso de processos (hormônios, feromônios, atraentes, repelentes e macho estéril) que modifiquem o comportamento da praga de tal forma a reduzir sua população e danos.

Resistência de plantas: Uso de plantas que devidas suas características genéticassofrem menor dano por pragas.

Métodos legislativos: Conjunto de leis e portarias relacionados a adopção de medidas de controle de pragas.

Controle mecânico: Uso de técnicas que possibilitem a eliminação directa das pragas.

Controle físico: Consiste no uso de métodos como fogo, drenagem, inundação, temperatura e radiação eletromagnética no controle de pragas.

Método genético: Consiste no controle de pragas através do uso de esterilização híbrida.

 2.7 Factores favoráveis à ocorrência de pragas

– Descaso pelas medidas de controle

– Plantio de variedades suscetíveis ao ataque das pragas

– Diminuição da diversidade de plantas nos agroecossistemas (o plantio de monoculturas favorecem as populações das espécies fitófagas “especialistas” e diminui as populações dos inimigos naturais das pragas)

– Falta de rotação de culturas nos agroecossistemas.

– Plantio em regiões ou estações favoráveis ao ataque de pragas.

– Adopção de plantio directo (geralmente há um aumento de insectos que atacam o sistema radicular das plantas).

– Adubação desequilibrada (as plantas mal nutridas são mais susceptíveis ao ataque de pragas)

– Uso inadequado de praguicidas (uso de dosagem, produto, época de aplicação e metodologia inadequados).

 2.8 Sistemas de controle de pragas

Sistema tradicional de controle de pragas: Segundo essa filosofia, devem ser adoptadas medidas de controle (geralmente se utiliza o método químico) quando o organismo praga está presente, independentemente de outros factores. Esta filosofia, e o seu uso, se deve entre outros fatos

a falta de informações disponíveis para a maioria dos agroecossistemas e a simplicidade de sua adopção por técnicos e agricultores.

Manejo integrado de pragas (MIP): É uma filosofia decontrole de pragas que procura preservar e incrementar os factores de mortalidade natural, através do uso integrado dos métodos de controle seleccionados com base em parâmetros econômicos, ecológicos e sociológicos.

Componentes do MIP: Os componentes de um programa de MIP são: diagnose (ou avaliação do agroecossistema), tomada de decisão e selecção dos métodos de controle (estratégias e táticas do MIP).

2.9 Índices de tomada de decisão de controlo

Deve-se tomar decisões de controle artificial quando: a população da praga é alta (acima do nível de dado ou do nível de controle) e a população dos inimigos naturais é baixa (abaixo do nível de mão acção).

2.1.1 Selecção dos métodos de controle de pragas

Os métodos devem ser seleccionados com base em parâmetros técnicos (eficácia),

econômicos, ecotoxicol[ogiscos (presrvem o ambiente e saúde humana) e sociológicos (adaptáveis ao usuário). Os principais métodos usados no controle de pragas são:

Métodos culturais: Emprego de práticas agrícolas normalmente utilizadas no cultivo das plantas objectivando o controle de pragas.

Controle biológico: Acção de inimigos naturais na manutenção da densidade das pragas em

nível inferior àquele que ocorreria na ausência desses inimigos naturais.

Controle químico: Aplicação de substâncias químicas que causam mortalidade no controle de pragas

Controle por comportamento: Consiste no uso de processos (hormônios, feromônios, atraentes, repelentes e macho estéril) que modifiquem o comportamento da praga de tal forma a reduzir sua população e danos.

Resistência de plantas: Uso de plantas que devido suas características genéticas sofrem  menor dano por pragas.

Métodos legislativos: Conjunto de leis e portarias relacionados a adoção de medidas de controle de pragas.

Controle mecânico: Uso de técnicas que possibilitem a eliminação direta das pragas.

Controle físico: Consiste no uso de métodos como fogo, drenagem, inundação, temperatura e radiação eletromagnética no controle de pragas.

Método genético: Consiste no controle de pragas através do uso de esterilização híbrida.

 

  1. Constatações

Durante a pesquisa constatou se que as pragas podem ser quantificadas por métodos directos de avaliação dos sintomas e sinais, como a incidência, severidade, intensidade, e métodos indirectos, como a determinação da população do patógeno, sua distribuição espacial, seus efeitos na produção (danos e/ou perdas), a desfolha causada onde falamos de Selecção dos métodos de controle de pragas e por fim mencionamos os factores favoráveis à ocorrência de pragas

 

Referencia

CASTRO, Celso. Evolucionismo cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer. Textos selecionados, apresentação e revisão, Celso Castro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2005. 128p.

COLLEYN, Jean-Paul. Elementos de Antroplogia Social e Cultural. Edições 70, Lisboa, 2005.

CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: Edusc, 2002.

ELIAS, Norbert. O processo civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro, Zahar, 1994.