Desde que os psicólogos começaram a preocupar-se com o estudo sistemático do desenvolvimento, acumularam um enorme conhecimento acerca do comportamento humano em todos os níveis etários, começando ainda antes do nascimento. Utilizaram uma grande variedade de métodos de investigação para conhecer as crianças e identificar os processos de desenvolvimento que nos podem dar a explicação para as mudanças de comportamento observadas.

Estes conhecimentos tem aplicação prática na promoção do desenvolvimento dos indivíduos: os psicólogos do desenvolvimento podem intervir nos hospitais, nas creches e nas escolas. Avaliam o nível de desenvolvimento das crianças e promovem a implementação de medidas para apoiar crianças com dificuldades; podem conceber espaços adequados para as crianças, como a concepção de berçários para bebés e creches nas instituições hospitalares, promover a mudança das práticas hospitalares sobre o contacto entre as mães e as crianças; concebem técnicas educativas eficazes para a aprendizagem da leitura. Os psicólogos que se dedicam ao desenvolvimento na vida adulta, dedicam-se ainda a melhoria da qualidade de vida das pessoas de meia idade e dos idosos no trabalho e nas actividades de lazer.

O desenvolvimento humano pode ser definido como sendo:

  1. Conjunto de transformações coordenadas (de natureza física, fisiológica e psicológica) que ocorrem no sentido de uma complexidade e diferenciação crescentes e que se manifestam nos comportamentos de adaptação dos indivíduos.
  2. A sequência das modificações físicas, fisiológicas e psicológicas que se observam no ser humano, que acompanham a idade, desde a concepção.

O desenvolvimento humano deve ser visto sob dois pontos de vista: o desenvolvimento na Filogénese, que pressupõe a origem e evolução da espécie e o desenvolvimento na Ontogénese que estuda a origem e evolução do organismo individualmente (ou seja do nascimento até a velhice).

O conceito de desenvolvimento abrange todas as transformações e processos internos que permitem que a experiência, o conhecimento e o comportamento adquiram uma diferenciação e complexificação crescentes, tal como uma forma hierarquizada de integração, englobando todas as funções. O desenvolvimento é diferente do Crescimento uma vez que o primeiro, descreve as transformações que operam continuamente, desde o nascimento até ao estado adulto (qualidade). O crescimento refere-se a aumentos progressivos da “quantidade” de uma característica, como por exemplo, a altura. Crescimento refere-se de uma maneira geral, a características físicas e não a processos psicológicos, porque estes, com a idade alteram a sua estrutura. É isto que nos leva a que não possamos falar de crescimento da inteligência.

Por outro lado, o desenvolvimento não deve ser confundido com a maturação, já que esta representa as mudanças evolutivas determinadas por processos internos aos organismos. A maturação são as diferenciações estruturais e funcionais do organismo que permitem, na série gradativa dos comportamentos da espécie, a execução plena e eficiente, sem treino anterior.