Porque muitas das condições a ter em conta para que a integração escolar se desenrole com êxito serão comentadas noutros capítulos do livro, além de que algumas delas representam etapas que actualmente já foram ultrapassadas no nosso país, não nos alongaremos muito sobre o assunto.
Passamos a expor alguns factores dignos de nota, embora correndo o risco de esquecermos algum aspecto importante, dado que são muitos e variados os que se poderiam incluir.
- Antes de generalizar é necessário estabelecer programas e experiências que marquem etapas quanto aos procedimentos mais idóneos para a prática da integração escolar.
- Outro aspecto prioritário consiste em realizar uma campanha de informação e mentalização da opinião pública sobre os fenómenos da integração escolar.
- Uma legislação que garanta e facilite a integração.
- Programas adequados de atendimento precoce e educação infantil.
- Mudança e renovação da escola tradicional, efectuando profundas modificações na organização, estrutura, metodologia, objectivos…
- Redução da proporção professor/alunos por sala. Como indica Renau ( 1984 ), as classes muito numerosas não favorecem a integração porque: a) dificultam o aparecimento e manutenção do sentimento de pertença a um grupo e a formação de vínculos dentro deste; b) a atitude do professor em grupos muito numerosos tende a exigir comportamentos facilmente controláveis e, como tal, homogéneos.
- Um esquema curricular único, aberto e flexível que permita as oportunas adaptações curriculares.
- Supressão de barreiras arquitectónicas e adaptação das escolas regulares às necessidades dos diferentes alunos.
- Dotar as escolas dos recursos humanos, materiais e didácticos que sejam necessários e contar com o apoio das equipas interdisciplinares do sector.
- Uma boa relação entre a escola e a comunidade em que se insere, já que a integração não acaba na escola mas continua fora dela.
- Participação activa dos pais no processo educativo do aluno. É necessária uma maior informação, dirigida tanto aos pais das crianças deficientes como aos pais das outras crianças, que os prepare para uma participação e colaboração positivas (Medrano, 1986).
- Um bom nível de comunicação interna nas escolas. Frequentemente, a hierarquização por um lado e/ou o individualismo exacerbado por outro, não deixam que a comunicação se estabeleça. Esta deve servir de base a um apoio afectivo, proporcionar intercâmbios técnicos e o debate conjunto dos problemas (Renau, 1984).
- A formação e o aperfeiçoamento dos professores e outros profissionais implicados na integração escolar, assim como o empenho de todos para trabalhar em equipa.