“Juntos contra a Fome” 

Os países membros da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa – lançaram, em Maputo, a campanha “Juntos contra a Fome”. Um fenómeno sentido em todo o mundo onde cerca de 842 milhões de pessoas passam fome, ou seja, uma em cada oito pessoas encontra-se em situação de fome crónica. Grupo que, segundo a FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – não tem acesso a alimentos suficientes para ter uma vida saudável e activa. A situação torna-se ainda mais grave quando se trata de crianças. Segundo dados adiantados no lançamento da campanha, uma em cada quatro crianças com menos de cinco anos tem baixa estatura para a sua idade. Igualmente, 165 milhões de crianças estão desnutridas a um ponto que nunca atingirão todo o seu potencial físico e intelectual. 

Esta campanha pretende ajudar a reverter este cenário, pelo menos no seio da CPLP, onde cerca de 28 milhões de pessoas estão afectadas pela fome, materializando assim a Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional. A segurança alimentar e nutricional é a bandeira da presidência moçambicana da organização, e como fez recordar o Primeiro-Ministro Moçambicano, Alberto Vaquina, “Foi tendo em vista erradicar este mal que as Nações Unidas consagraram o direito à alimentação, um direito humano fundamental e a Cimeira do Milénio proclamou o nosso compromisso colectivo de erradicar a pobreza extrema e fome. Foi também neste contexto que aprovamos a Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional da CPLP, que expressa a nossa convicção de que juntos podemos erradicar esta mancha no nosso seio.”

A fome é um tema tido pela CPLP como transversal uma vez que abrange todas as frentes da luta contra a pobreza absoluta. No centro desta batalha está o indivíduo, o cidadão, que representa o capital humano da comunidade. Por isso, o Secretário Executivo da CPLP, Murade Marargy, recordou que “as condições mais básicas de subsistência devem estar asseguradas. Entre estas, consideramos a consagração de condições mínimas de segurança alimentar nutricional como prioritária, numa lógica crescente de afirmação de um direito humano fundamental, o direito a uma alimentação adequada e também como um dos eixos basilares para os processos de desenvolvimento de cada um dos nossos estados.” Para Murargy só se poderá ter uma CPLP virada para o futuro “se tivermos territórios livres da fome, agricultura sem fome e crianças com futuro.” 

Uma batalha abrangente que não deixará de lado os agricultores, num ano dedicado à agricultura familiar. A campanha “Juntos contra 
a Fome” pretende apoiar iniciativas que contribuam para a resolução de problemas específicos dos agricultores familiares da CPLP, 
uma vez que paradoxalmente 80% das pessoas que passam fome em África são agricultores. A FAO apresenta como cenário o facto 
de a agricultura praticada ser ainda rudimentar, o que leva a que os agricultores não consigam sequer alimentar as suas próprias 
famílias. Com o apoio que venham a receber, a iniciativa espera resolver dois problemas simultâneos: o da disponibilidade dos 
alimentos e da pobreza dos próprios agricultores. Segundo Hélder Muteia, representante da FAO junto à CPLP, o apoio aos 
agricultores pode manifestar-se de diversas formas, desde a implementação de mecanismos de acesso ao crédito e seguro agrícola, 
passando por apoios a técnicas para a melhoria do processamento de alimentos, transferência de tecnologias, melhoria do ambiente de 
negócios e na área de comercialização. Segundo Muteia, “sabemos que isso é possível. Temos o exemplo do Brasil, que através de 
políticas públicas específicas está a ter resultados muito positivos. Também temos o caso de Angola e de São Tomé e Príncipe, que 
foram recentemente distinguidos pela FAO pelos avanços significativos já alcançados relativamente ao primeiro Objectivo de 
Desenvolvimento do Milénio. A situação da Segurança Alimentar registou também melhorias significativas nos restantes países da 
CPLP, nos últimos 10 anos, como são os casos de Cabo-Verde, Timor Leste e Moçambique. Se formos capazes de multiplicar esses 
sucessos, partilhar as experiências positivas e a capacidade técnica acumulada, vamos sim cumprir o nosso ideal.” 
A FAO recorda ainda que atualmente existem cerca de 7 mil milhões de pessoas no mundo. Estima que em 2050 o número suba para 9 
mil milhões de pessoas. Um crescimento populacional que vai originar também um aumento na procura de alimentos, o que obrigará a 
um aumento da produção de alimentos em 70%. Um desafio a que se junta também a questão da sustentabilidade ambiental e das 
alterações climáticas. Um alerta que se estende ao facto de os actuais padrões de consumo e produção ameaçarem os recursos 
existentes, num cenário em que a água escasseia cada vez mais, as florestas são desmatadas, a fauna é dizimada, as reservas 
energéticas são esgotadas e os solos sistematicamente degradados. Por isso, o representante da FAO alerta: “quem mais sofre são os 
mais vulneráveis”. Os que vivem no pêndulo da pobreza por inúmeras carências e outros efeitos nefastos como a alta volatilidade dos 
preços dos alimentos, pragas e doenças, catástrofes naturais e escassez de água potável.”

Ângela Chin (Revista Tempo, n° 11, 2014) (adaptado)

1. De acordo com o texto, a campanha “Juntos contra a Fome” visa…
A. ajudar os agricultores dos países da CPLP.
B. apoiar iniciativas que contribuam para erradicar a fome no seio dos agricultores familiares da CPLP.
C. apoiar iniciativas dos agricultores familiares da CPLP na luta contra a fome.
D. reduzir os índices de fome nos países da CPLP.
E. erradicar a pobreza extrema e a fome.
2. Segundo a autora do texto, quem mais passa fome em África são…
A. as crianças. B. são as 28 milhões de pessoas. C. são as 165 milhões de crianças.
D. agricultores familiares da CPLP. E. os agricultores.
3. Carranquinha de Aguilar é pseudónimo usado por:
A. Rui de Noronha B. José Craveirinha C. Orlando Mendes D. Marcelino dos Santos E. Noémia de Sousa
4. PASSAR PARA A QUESTÃO SEGUINTE
5. Ainda para a FAO, a causa principal da fome é…
A. a prática da agricultura familiar.
B. o facto de os agricultores não conseguirem alimentar as suas próprias famílias.
C. o facto de a agricultura praticada ser ainda elementar.
D. a falta de alimentos.
E. a pobreza dos próprios agricultores.
6. Segundo Murade Marargy, uma das condições básicas de subsistência que deve ser assegurada é…
A. o direito a uma alimentação adequada.
B. A garantia de territórios livres de fome.
C. a consagração de condições básicas de segurança alimentar.
D. a aprovação de condições de segurança alimentar nutricional.
E. a aprovação de condições mínimas de segurança alimentar nutricional.
7. Uma das diferenças entre a síntese e o resumo é:
A. O número de palavras é indicado na síntese enquanto no resumo não.
B. Há fidelidade e neutralidade na reconstituição das ideias na síntese enquanto no resumo não. 
C. Há tolerância do número de palavras no resumo (10%) enquanto na síntese não.
D. A síntese é sempre redigida na terceira pessoa gramatical enquanto o resumo não.
E. E. Há correcção formal e sintáctica no resumo enquanto na síntese não.
8. Qual das seguintes frases não é gramaticalmente correcta?
A. O director escreveu uma carta aos alunos.
B. Os doadores internacionais ofereceram roupa ao hospital.
C. Temos de obedecer o regulamento.
D. O Pedro nunca telefona ao pai.
E. E. Os patrões exigem ao jovem experiência de trabalho.
9. Na frase, “Mais logo decidiremos se vamos convosco à festa.”, a oração sublinhada é… 
A. completiva B. condicional C. comparativa D. temporal E. concessiva
10. Uma das seguintes frases não é gramaticalmente correcta. Identifique-a.
A. Saímos da faculdade muito tarde B. A Maria voltou do serviço de táxi.
C. Os assaltantes saíram de lá na loja com muitos produtos alimentares. D. Passei pelo mercado para comprar arroz
E. Ingressei na faculdade para aprender.
11. Na frase “O povo manifesta-se contra o custo de vida no país”, a expressão sublinhada é: 
A. Sujeito B. Objecto directo C. Objecto indirecto D. Adjunto E. Oblíquo
12. Qual das seguintes frases é gramaticalmente correcta?
A. Os agricultores parece que estão contentes. B. Os agricultores parecem que estão contentes. 
C. Os agricultores parecem estarem contentes. D. Os agricultores parecem eles estão contentes. 
E. Os agricultores parece que eles estão contentes. 
13. Qual das seguintes frases não é gramaticalmente correcta?
A. Há pessoas que opõem-se ao plano quinquenal do governo.
B. Há munícipes que se sentem satisfeitos com o trabalho do governo.
C. Tudo se revolve.
D. Alguém me falou de ti.
E. Ninguém te falou do projecto de construção de casas para jovens.
14. Na frase “Ontem ________ com o director sobre várias matérias”, a forma verbal que preenche adequadamente o espaço em 
branco é: 
A. falamos B. falámos C. falaremos D. falarei E. falarás
15. “Atualmente existem cerca de 7 mil milhões de pessoas no mundo.” Como se classifica o verbo desta frase?
A. Impessoal B. Transitivo indirecto C. Copulativo
D. Intransitivo E. Transitivo directo
16. Na frase “Os cientistas _____ o aquecimento global há anos”, a forma verbal correcta que preenche adequadamente o espaço em 
branco é: 
A. anteveram B. anteverão C. anteviram D. antevinham E. antevêm
17. Na frase «Eu sou muito rica», a expressão sublinhada está no grau: 
A. Normal B. Superlativo absoluto analítico
C. Comparativo de inferioridade D. Comparativo de superioridade
E. Superlativo absoluto sintético
18. Na frase “Aqui estuda-se, não se brinca” ”, se é…
A. um pronome pessoal reflexo B. um pronome pessoal recíproco
C. uma conjunção subordinativa D. um pronome pessoal
E. uma partícula apassivante