Por: Delfina Estevão Bambo
Flor e fruto
Flor É a estrutura reprodutiva das fanerógamas.
Podem ser destituídas de atractivos (coloração, nectário e perfumes nas gimnospermas, cujas flores são unissexuadas e reunidas em inflorescências denominadas estróbilos ou cones, polinizadas pelo vento) ou muito atraentes como as angiospermas.
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Flor de angiosperma
Constituição
Pedúnculo
Ramo curto, geralmente sem folhas, em cuja extremidade a flor se localiza.
Quando falta, é denominada séssil. Ex.: cactus.
Receptáculo
Extremidade do pedúnculo, geralmente alargada, de onde partem os demais verticilos florais.
Verticilos Florais
- Cálice: conjunto de folhas modificadas denominadas sépalas. As sépalas são geralmente verdes. Quando possuem cor diferente de verde, diz-se que o cálice é petalóide.
- Corola: formada por folhas modificadas denominadas pétalas. As pétalas são geralmente coloridas; quando são verdes, a corola é chamada sepalóide, como na orquídea.
Geralmente diferem das sépalas pela posição, forma e tamanho.
- Androceu: aparelho reprodutor masculino, formado por folhas modificadas denominadas estames. Cada um é dividido em filete, conectivo e antera.
- Gineceu ou pistilo: aparelho reprodutor feminino, formado por folhas modificadas denominadas carpelos. Produz óvulos e oosferas. Diz-se ovário (carpelo) apocárpico se os carpelos são livres, e se concrescidos (fundidos), sincárpicos.
Classificação da flor
As flores classificam-se quanto à presença de:
- Perianto: conjunto de cálice + corola em:
Diperiantada ou diclamídea: apresenta cálice e corola. Ex.: rosa.
Monoperiantada ou monoclamídea: apresenta só cálice ou só corola. Ex.: mamona
(só o cálice).
Aperiantada ou aclamídea: não possui perianto. Ex.: gramíneas.
Heteroclamídea: cálice e corola possuem cores diferentes, cada elemento do cálice é denominado sépala e da corola é denominado Pétala. Ex.: cravo, rosa.
Homoclamídea: cálice e corola possuem cores iguais. Assim sendo, os elementos que compõem esses verticilos são denominados tépalas; o conjunto de tépalas é o perigônio.
- Cálice
Gamossépala ou sinsépala: sépalas fundidas entre si. Exs.: cravo, fumo.
Dialissépala: sépalas não fundidas (separadas). Ex.: rosa.
Gamo = unido, fundido.
Diali = livre, separados.
Os prefixos são usados para todas as estruturas de uma flor: sépalas, pétalas, estames e carpelos.
- Corola
Gamopétala ou simpétala: pétalas fundidas entre si. Exs.: fumo, girassol, ipê.
Dialipétala: pétalas não fundidas (separadas). Exs.: cravo, rosa
- Número de peças que compõem a flor
Flor Trímera: São flores que têm 3 peças (ou múltiplos de 3) em cada ciclo. Ex.: 6 tépalas, 3 estames. Caracterizam as Monocotiledôneas.
Flor Tetrâmera: Flores com 4 peças (ou múltiplos de 4) em cada ciclo. Ex.: 4 sépalas, 4 pétalas, 8 estames.
Flor Pentâmera: Flores com 5 peças (ou múltiplos de 5) por ciclo. Ex.: 10 sépalas, 5 pétalas. Caracterizam as Dicotiledôneas.
- Elementos reprodutores (gineceu e androceu)
Monóclina ou hermafrodita: possui andoceu e ginecer. É o tipo mais comum. Exs.: cravo, pepino.
Díclina ou unissexuada: possui apenas androceu (flor estaminada) ou apenas gineceu (flor pistilada). Exs.: abóbora, mamão.
Estéril: é aquela que não possui androceu nem gineceu ou aquela em que estes órgãos, embora presentes, não são fecundados. Ex.: as flores externas brancas de uma margarida; essas flores são pistiladas; como também as da camélia.
- Em relação à espécie (vertivilos florais)
Monóica: é aquela que produz flores masculinas e femininas no mesmo pé. Essas flores são unissexuadas - díclinas. Exs.: abóbora, mamona.
Dióica: é aquela que produz flores masculinas num pé e femininas em outro.
Essas flores também são unissexuadas. Exs.: mamoeiro e tamareira.
Poligâmica: é aquela que apresenta flores monóclinas e díclinas na mesma espécie. Ex: margarida.
Hermafrodita: é aquela que apresenta flores monóclinas. Ex.: rosa.
Fig: Representação esquemática do aparelho reprodutor das plantas, flor masculina; flor feminina; flor hermafrodita.
Estrutura do gineceu
Consiste no conjunto de carpelos ou pistilo.
O gineceu é dividido em três partes:
a) Estigma: parte superior do gineceu que aparece dilatada e rica em glândulas que produzem uma substância viscosa, com função de reter e fazer germinar os grãos de pólen (conseqüente formação do tubo polínico).
b) Estilete: tubo alongado que suporta e eleva o estigma e serve de substrato para o crescimento do tubo polínico.
c) Ovário: consiste na porção basal, onde são produzidos os óvulos.
d) Óvulos: num óvulo desenvolvido distinguimos as seguintes partes:
Estrutura do androceu
O androceu é o conjunto de estames de uma flor. Cada estame é formado das seguintes partes:
a) Antera: fabrica e contém os grãos de pólen. Cada antera contém duas tecas. No interior de cada teca há dois sacos polínicos (microsporângios).
b) Conectivo: ponto de fixação da antera ao filete.
c) Filete: haste que sustenta a antera.
Frutos
Os frutos são estruturas auxiliares no ciclo reprodutivo das angiospermas: protegem as sementes e auxiliam em sua disseminação. Eles correspondem ao ovário desenvolvido, o que geralmente ocorre após a fecundação.
No fruto, a parede desenvolvida do ovário passa a ser denominada pericarpo. Este é formado por três camadas: epicarpo, mais externa; mesocarpo, intermediária; e endocarpo, mais interna.
A semente é formada pelo tegumento e pela amêndoa (embrião e endosperma). Em algumas angiospermas, o endosperma é digerido pelo embrião antes de a semente entrar em dormência.
O endosperma digerido é transferido e armazenado geralmente nos cotilédones, que se tornam, assim, ricos em reservas nutritivas. Isso ocorre, por exemplo, em feijões, ervilhas e amendoins.
Os frutos verdadeiros são os originados do desenvolvimento de um só ovário.
Eles podem ser classificados em:
- Carnosos: com pericarpo suculento. Dentre os frutos carnosos, existem dois tipos:
a) Baga: com semente facilmente separável do fruto. Ex.: uva, tomate, laranja, mamão, melancia;
b) Drupa: com o tegumento da semente fundido à epiderme interna do pericarpo do fruto. Ex.: ameixa, azeitona, pêssego.
- Secos: com pericarpo seco. Os frutos secos podem ser:
a) deiscentes: abrem-se quando maduros. Ex.: legume - ocorre nas leguminosas como feijão e ervilha;
b) indeiscentes: não se abrem quando maduros. Entre os indeiscentes, destacam-se os seguintes tipos:
b.1) aquênio: com uma só semente ligada à parede do fruto por um só ponto. Ex.: fruto do girassol;
b.2) cariopse ou grão: com uma só semente ligada à parede do fruto por toda a sua extensão. Ex.: trigo, milho e arroz;
b.3) sâmara: com a parede do ovário formando expansões aladas.
pseudofrutos
Os pseudofrutos são estruturas carnosas, contendo reservas nutritivas de forma semelhante aos frutos.
Desenvolvem-se, no entanto, de outras partes da flor que não o ovário.
Os pseudofrutos podem ser:
- Simples: provenientes do desenvolvimento do pedúnculo ou do receptáculo de uma só flor. Exs.: caju, maçâ.
- Compostos: provenientes do desenvolvimento do receptáculo de uma única flor com muitos ovários. Ex.: morango.
- Múltiplos ou infrutescências: provenientes do desenvolvimento de inflorescência.
Exs.: amora, abacaxi, figo.
Adaptações na polinização e na dispersão
As flores nocturnas, de modo geral, não são muito coloridas, pois, no escuro, é mais fácil atrair seus polinizadores pelo odor. É o caso, por exemplo, da paineira, que ao exalar fortes odores atrai os morcegos, seus polinizadores.
As flores diurnas, ao contrário, são mais vistosas, atraindo os polinizadores pelo colorido, podendo também exalar secreções doces e perfumadas. Algumas flores diurnas, entretanto, não têm colorido vivo. A explicação para esta aparente irregularidade é simples: elas são polinizadas por besouros, que têm o olfato mais desenvolvido que a visão, sendo mais facilmente atraídos pelos odores exalados por esse tipo de flor.
Em alguns frutos e sementes surgem pêlos e espinhos que se prendem aos pêlos dos animais, facilitando a dispersão. Existem sementes que se adaptaram à dispersão pelo vento, transformando-se em grãos bem pequenos ou leves, ou desenvolvendo estruturas aladas que auxiliam a flutuação. Algumas ainda, como o coco-dabaía (fruto do coqueiro), são levadas pelo mar e lançadas à praia.
O agradável sabor dos frutos estimula sua ingestão pelos animais. Contudo, suas sementes não sofrem digestão, sendo eliminadas nas fezes. O animal está involuntariamente ajudando a levar a semente para longe da planta que a produziu, facilitando, assim, sua dispersão.
Completando essa adaptação recíproca, há ainda o fato de que os frutos só se tornam comestíveis quando amadurecem, o que acontece apenas quando a semente está pronta para germinar. A mudança de cor da fruta, de verde para amarelo, por exemplo, facilita tal identificação, pois os animais que se alimentam de frutas têm geralmente a capacidade de distinguir cores.
Bibiografia
AMARAL, L; MENDES, F, Ciências da natureza matemática e suas tecnologias, São Paulo, S/A.