A pessoa é a base da reflexão ética, é o centro e fundamento da ética, o lugar onde os valores éticos se revelam.
Na noção de pessoa estão incluídas as mais dignificantes características do ser humano, que fazem dele o ser supremo, o sujeito, a fonte e o critério de qualquer apreciação valorativa.
Características e sua descrição:
Singularidade / Individualidade - cada ser humano é uma essência individual. O que faz de cada um de nós um ser único, irrepetível e insubstituível, um “eu”.
Unidade - cada ser humano é um microcosmos, um centro de decisão, uma totalidade concreta, uma unidade psicológica e moral.
Autonomia/Liberdade - centro de decisão e de acção, o ser humano tem em si o princípio e a causa do seu agir, apesar de condicionado. Entre as suas manifestações mais elevadas encontra-se a possibilidade de se auto-determinar.
Abertura - singularidade, unidade e autonomia podem esgotar a noção de indivíduo mas não esgotam a de pessoa. Só somos verdadeiramente pessoas na relação com os outros e com o mundo.
Projecto/Possibilidade - não se nasce pessoa. Ser pessoa não é coisa dada; é uma das possibilidades humanas que cada um deve realizar.
Compromisso - a identidade da pessoa forma-se pelos compromissos que assume. Ao comprometer-se, a pessoa age recusando a neutralidade, a indiferença.
Crítica - a pessoa dispõe de uma dimensão crítica com que avalia os diversos aspectos da vida. Esta capacidade crítica faz com que o homem seja capaz de dizer não ao que lhe parece negativo e se empenhe na construção de um mundo diferente.
Dignidade - a pessoa é um valor incomensurável. Ocupa o lugar cimeiro no conjunto dos seres do universo. Neste sentido, a pessoa é a mais elevada forma de existência e tem valor absoluto.