CAPÍTULO I: Referencial Teórico
Antes de avançar com o objecto do tema, achamos pertinente debruçarmo-nos sobre o texto expositivo-argumentativo, de modo que vejamos até que ponto o mesmo é uma forte ferramenta para o desenvolvimento do desempenho linguístico por parte dos falantes de qualquer língua.
3.1 Abordagens sobre o expositivo-argumentativo
- No sentido lato – é a objectivação e defesa de um ponto de vista que tende a defender ou refutar uma certa tese e procura persuadir o leitor e ou o alocutário. consiste na apresentação de um ponto de vista, propondo ou refutando uma tese e procurando convencer ou persuadir o alocutário. Assim, toda proposição é susceptível de qualquer categorização como argumentativa.
- No sentido restrito – reflecte uma forma específica de estruturar uma camada, enunciativa distinguindo-se da actividade narrativa, descritiva ou explicativa. (Silva 2012, p.153).
Argumentar: é apresentar as razões que, por um raciocínio lógico, levam a conclusão.
A argumentação é o encadeado de argumentos, o percurso com que o raciocínio clarifica e demonstra a verdade ou falsidade de uma tese, a aceitabilidade, ou não de uma ideia ou ponto de vista, tendo o argumento como instrumento de argumentação. (Koch et al, 2017, p.138).
O argumento é a aptidão de exibição de uma questão, dispondo raciocínios tendo em conta um propósito de convicção, persuasão e de adesão de um auditório a teses que lhe são apresentadas. (Neves & Oliveira, 2001, p.111).
Com base nas definições acima expostas, podemos depreender que o texto expositivo-argumentativo é uma construção que busca, do alocutário, a adesão a uma determinada tese.
O texto argumentativo procura dar evidências de uma interpretação atrelada à análise de apreciação e individual, perspectivada numa forma adequada e uso pertinente em conformidade com o autor, ao produto/obra, ao exercício ou mesmo à época em questão. É importante salientar que esse texto defende uma tese, sublinhando os dados e interpretações que o tornem um texto argumentativo sem questionamentos, optando em exposição da precisão, claridade dos motivos que conduzem ao sustento e ou refutação do tema.
É neste texto onde há valorização da habilidade de apreender, construir e expressar os fundamentos, sedimentado por uma visão central que é corroborada pelos resultados e razoes que defensam a ideia camuflada. É por isso e outros motivos que se torna importante se ter como problema, um assunto envolta da pergunta e de se invocar os outros relativos como sustento da forma de argumento. (Cavalcante, 2017, p. 67).
3.1.1 Objectivo do texto argumentativo
O texto argumentativo procura dar um convencimento, solidificando-se na indução dos leitores à adopção de uma determinada forma de pensamento ou executar os objectivos discutidos pelo autor. Ocorre o processo da validação da tese do autor, se o leitor ficar convicto do que o autor traz como argumento persuasivo.
Outros elementos peculiares neste tipo de texto são: a forma indutiva, dedutiva e dialéctica, sendo que a forma indutiva começa de aspectos objectivos para a sua construção. A forma dedutiva, como se não bastasse, começa do subjectivo ao objectivo, ou seja, do amplo/geral ao restrito/específico. No que dita à forma dialéctica, há um estabelecimento de uma visão/pensamento tendo em conta os princípios contraditórios, isto é, o discurso relata sobre situações opostas e probabilísticas. A essência da dialéctica é esse dialogar, discussão, convencimento e pensamento. enquanto a estratégia dialéctica que estabelece um raciocínio com base nas ideias contrárias, ou seja, o texto fala de questões controversas e prováveis. (Preuss, 2017, p.67).
Dentre as propriedades que definem o entrosamento argumentativo, destacam-se as descritas abaixo:
- Há uma relação argumentativa entre dois enunciados, a exemplo de X que defende o Z e o Y com a informação orientadora argumentativa.
- A relação argumentativa não se verifica necessariamente entre o significado de dois enunciados que ocorrem no texto;
- Mesmo que não seja explicitada, a conclusão e recuperável.
3.1.2 Estrutura/organização da tipologia textual argumentativa
Um texto desta natureza, apresenta a introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução é onde se expõe o ponto de vista a ser discutido no desenvolvimento. Essa discussão pode ser uma forma de refutar uma determinada ideia de uma outra autoria e ou sustentação do ponto de vista trazido por outros autores, seguindo os preceitos linguísticos que o texto requer.
No âmbito da argumentação e ou criação/produção de um texto expositivo-argumentativo, o autor deve observar muitos aspectos que guiarão o seu posicionamento, pois o leitor também deve se basear na sequencia do autor, cabendo ao leitor refutar ou sustentar a tese defendida pelo autor. Assim, podemos ter: tese anterior, dados, ilações e o fim – ideia nova. (Neves & Oliveira, 2001).
3.1.3 Características linguísticas/discursivas
No que tange ao uso da linguagem, podemos ter, dentre muitas, as seguintes características linguísticas:
- Tempos e modos verbais que marcam actualidade e factualidade.
- Marcadores introdutores de conclusões: portanto, por isso, daí que, etc), marcadores introdutores de argumentos: já que, como, pois que, daí que, efectivamente, etc).
- Disposição ordenada dos argumentos (em primeiro lugar, por último, finalmente).
- Articulação lógica dos argumentos (lógica causal, condicional, comparativa, concessiva, etc). (Cavalcante, 2017).
3.2 Contribuição de um texto argumentativo na melhoria do desempenho linguístico.
Depois da descrição relativa ao texto expositivo-argumentativo, vamos reflectir em torno do contributo desta tipologia textual na melhoria do desempenho linguístico. Pois é visto um número crescente de estudantes que não têm o domínio da argumentação.
Podemos partir do pressuposto de que toda posição que qualquer pessoa, seja académica ou não, esteja a defender, é uma argumentação e vai trazer argumentos sólidos para que as pessoas adiram ao seu posicionamento. Nas escolas, há muitos alunos/estudantes que não sabem argumentar. Isso se deve, por um lado, à implementação tardia das metodologias de ensino e, por outro lado, a essência de cada estudante. Há os que não gostam de argumentar, optando por desistir de qualquer conversa, mesmo tendo razão, assim como há os que têm receio de falar em frente de muita gente.
Quanto à implementação tardia das metodologias de ensino, sabe-se que o método usado antigamente era tradicional. Só havia a exposição dos conteúdos e os alunos só deviam imitar, ouvir. Eram muito passivos. É por isso que a realidade dos alunos demorou para se adequar.
Com a implementação de outras metodologias, a exemplo do trabalho independente, elaboração conjunta, em que o aluno é o centro da aula, há muita probabilidade de alguma melhoria no desempenho linguístico. Se os estudantes se esforçarem linguisticamente, esta tipologia textual, pode fazê-los melhorar, pois recorrerão ao uso de muitas entidades gramaticais, a exemplo dos marcadores introdutores de conclusões: portanto, por isso, daí que, etc), marcadores introdutores de argumentos: já que, como, pois que, daí que, efectivamente, etc).
Disposição ordenada dos argumentos (em primeiro lugar, por último, finalmente).
Articulação lógica dos argumentos (lógica causal, condicional, comparativa, concessiva.
Na medida em que os estudantes vão procurar convencer aos ouvintes, mesmo em debates na sala, apresentação dos trabalhos, defesas e mais, vão desenvolvendo essas competências linguísticas, porque este tipo de texto, dá muito espaço ao autor. Mesmo buscando auxílio de outros autores, vai conduzir a sua tese/ponto de vista à persuasão;
Achamos, dessa forma, que os estudos dessa tipologia textual vão ajudar aos estudantes a ter uma postura linguística muito adequada, tanto no que concerne à fala quanto à escrita.
O ensino deste texto, vai ajudar, não só no melhoramento linguístico, como também no uso correcto da condução de uma ideia e na firmeza do que se diz. Respeitando a estrutura desta tipologia textual, os estudantes saberão organizar logicamente a sequência discursiva, conforme dissemos anteriormente qual é a importância dessa sequência num texto argumentativo.
4.0 Conclusão
Após a realização do trabalho e ou ensaio, depreendi que o texto argumentativo tende a defender um raciocínio, uma ideia e o seu processo argumentativo procura dar sustento de forma sequencial, apresentado e, assim, o ponto conduzido desde o introdução, será alcançado de forma cautelosa e precisa. Pude notar, também, que este tipo de texto faz com que tenhamos e ou desenvolvamos habilidades linguísticas, podendo ser orais ou escritas, dado que a produção deste, cria um ambiente de auto-debate, isto é, o autor dialoga sozinho, com o apoio das ideias dos outros autores.
Neste, o autor vai dar até os mínimos detalhes, socorrendo-se do uso de alguns conectores argumentativos para a validação da sua tese e, na medida em que vai argumentando, vai desenvolvendo as habilidades linguísticas gradativamente.
Referências bibliográficas
CAVALCANTE, Mónica Magalhães. (2017), Os sentidos do texto, 1ª edição, São Paulo, Contexto.
KOCH, Ingedore Villaça & Elias, Vanda Maria, (2017) “Escrever e Argumentar”, 1ª ed, São Paulo, Contexto.
NEVES, Maria Helena de Moura, (2016), Texto e gramática, 2ª edição, São Paulo, Contexto.
PREUSS, Lisandra Jörgensen. (2017). Língua portuguesa. 1. ed. – Santa Maria, RS : UFSM, NTE.
SILVA, P.N. (2012). A Expressão do Tempo numa Sequencia Explicativa. Lisboa: Universidade Aberta.
VERGARA, Sylvia C. (2000). Projectos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 3.Ed. Rio de Janeiro: Atlas.