Muhechu Mapopo
Covid_19 e a realidade africana
Aproximadamente 6 meses depois do surgimento da pandemia, África continua sendo o continente e menos afectado pela pandemia, mantendo seus números menos alarmantes em comparação com o ocidente e Ásia, que são os continentes mais afectados pela pandemia, sendo que os Estados Unidos da Améria configuram o epicentro dela a nível mundial. Ademais, as baixas taxas de propagação epidêmica em África vão contra as estimativas outrora previstas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) à quando do início da propagação dessa pandemia. Apesar da África não ter atingido o alto pico previsto pela OMS, a situação continua sendo alarmante e teme-se a eminência de uma chocante propagação comunitária, os números nos últimos meses indicam de maneira geral, um aumento considerável na média de casos positivos diários. A declaração da OMS de que a cifra de mortes por covid-19 em África pode ser de milhões, é muitas vezes tida pelos intelectuais africanos como uma possibilidade que espelha o afropessimismo ocidental, sendo que estes intelectuais reafirmam veementemente que os receios sobre o impacto da covi-19 em África são despidos de factos ou justificações concretas e documentadas. Os observadores fora de “África por sua vez duvidam da fiabilidade dos números anunciados pelas autoridades sanitárias africanas, sob o pretexto de que os países africanos estão a fazer pouco caso do assunto e isso reflecte na realização de poucos testes. Entretanto, essa situação desagua numa total incerteza, visto que sem testes qualquer sugestão de taxas é um acto puramente especulativo.
Os números surpreendentes em África também podem ser vinculados a factores como a demografia, encerramento rápido de fronteiras e baixa actividade turística. A demografia pode ter certa influência uma vez que as taxas etárias do continente são relactivamente baixas quando comparadas com outras partes do globo. O segundo factor reside na dinâmica que boa parte dos países africanos tiveram a quando do início da emergência global, por exemplo muitos países fecharam fronteiras antes mesmo dos Estados Unido da América fazerem-no. O terceiro factor pode ser explicado fazendo uma comparação no número de casos positivos confirmados entre países com maior incidência turística e países com baixa actividade turística, onde pode se notar a diferença desproporcional, em outras palavras, pode se dizer que os países mais visitados são os mais afectados segundo dados até então apresentados. Exemplo disso é a África do Sul que é caracterizada pela abundância turística e com isso acaba por constar no topo da lista dos países afectados.
O problema maior que as especulações e incertezas podem causar em África é a ausência e desistência de investidores externos, que pode acabar por impactar negativamente e sob maneira na economia do continente, fazendo com que o cenário de crise econômica se agrave no continente o que pode comprometer efectivamente o desenvolvimento do continente como um todo e estagnar os países no subdesenvolvimento por longo período. Ademais, os empréstimos financiados pelas superpotências podem configurar um tipo de dependência externa e dívidas que acabam por ser também obstáculos a emancipação e imposição do continente como uma potência autónoma.
A situação é dilemática não só para áfrica mas para todos continentes a fora, a resposta a essa crise global consiste em adoptar medidas aproximadamente adequadas para minimizar os danos causados e que possam surgir, sempre guiados pela ética de responsabilidade que cuida do presente e perspectiva um futuro estável.