Biografia de Luís XVI da França

Luís XVI da França (1754-1793) foi rei da França e duque de Berry. Foi o último rei da França antes da Revolução Francesa. Durante a revolução o rei e a rainha foram guilhotinados.

Luís XVI da França (Luís Augusto de Bourbon) nasceu em Versalhes, França, no dia 23 de agosto de 1754. Filho de Luís, herdeiro do trono da França e de Maria Josefa da Saxônia, e neto de Luís XV. Em 1765, com a morte de seu pai, tornou-se o herdeiro do trono.

Em 1770, com apenas 15 anos, casou-se com a arquiduquesa austríaca Maria Antonieta de Habsburgo, filha da imperatriz Maria Teresa da Áustria, que lhe deu quatro filhos. Em 1774, após a morte de seu avô, Luís XVI assumiu o trono.

Contexto Histórico

Luís XVI herdou de seu avô Luís XV uma França cheia de problemas, pois ao deixar-se envolver pela nobreza, comprometeu-se em guerras de pouco interesse para a França, como a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), acabando por perder quase todo o império colonial.

Essa política atirou a burguesia contra o trono e a nobreza sentindo-se fortalecida, tentou contra o rei uma rebelião, em 1766, movida pelos parlamentos aristocráticos das cidades de Paris e Rennes.

A perda de poder do rei  Luís XV para o Parlamento, dominado pela aristocracia, contribuiu para diminuir o prestígio de Luís XVI, que apesar de honesto era inepto para realizar as reformas econômicas, administrativas e fiscais em um reino à beira da falência.

Os Privilegiados e o Terceiro Estado

Quando Luís XVI subiu ao trono, a sociedade francesa estava organizada em camadas distintas: os privilegiados – o clero (Primeiro Estado) e a nobreza (Segundo Estado) e os que trabalham - todo o resto da população (Terceiro Estado).

Gerando quase toda a renda da França a burguesia próspera de banqueiros, comerciantes e industriais pretendiam amplas reformas (administrativa, jurídica, fiscal), pois não desejavam continuar sustentando os dois estados privilegiados.

Em 1788, Luís XVI se viu obrigado a tomar uma decisão que há 175 anos vinha sendo esquecida: convoca os Estados Gerais, que deveria discutir as medidas necessárias para tirar o país da crise. Solenemente, é inaugurada em Versalhes os Estados Gerais, que discute-se intensamente o modo de votação tradicional que favorecia os privilegiados.

Sem acordo, o Terceiro Estado parte para uma medida audaciosa: separa-se dos demais e declara-se representante da verdadeira Assembleia Nacional e se autoproclamam únicos depositários da soberania.

A Tomada da Bastilha

No dia 20 de junho, a Assembleia Nacional resolve elaborar uma Constituição, mas o rei Luís XVI manda fechar o salão principal e faz um discurso ameaçador, mas os constituintes permanecem impassíveis.

Quando um mestre de cerimônias repete a ordem real de acabar com a Assembleia, o deputado Mirabeu responde: “Vá e diga a seu senhor que estamos aqui pela vontade do povo e daqui só sairemos pela força das baionetas”.

No dia 14 de julho de 1789 o povo ataca a velha prisão real de Paris, a Bastilha, que depois de um cerco de 4 horas a fortaleza cai.

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão

O passo seguinte vai mais longe: a Assembleia proclama a “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”. Diz a declaração: “Os homens nascem livres e iguais em direitos. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer para a elaboração da Lei, pessoalmente ou por intermédio de delegados. A lei deve ser a mesma para todos”. Dizia que “todos os cidadãos tinham direito à liberdade, à propriedade, à segurança e à resistência à pressão”.

O Que Fez o Rei Luís XVI

Luís XVI, que apesar de submetido à Constituição tinha direito a veto, rejeitou todos os decretos. No dia 10 de junho de 1792 ele foi intimado a retirar o veto, pois se não o fizesse permitia aos franceses supor que o rei estaria conivente com os refugiados e com o inimigo estrangeiro.

Os camponeses envoltos em ambiente de insegurança retardam a colheita. Nascem boatos de que o rei tinha mandado esconder os cereais. As mulheres de Paris marcham em direção a Versalhes e "exigem pão". O palácio real foi cercado e o rei foi obrigado a transferir a sede do governo para Paris.

Enquanto o país volta a uma falsa normalidade, o rei deixou-se dominar pelas facções mais reacionárias da corte, encabeçadas por seu irmão, o conde de Artois e pela rainha Maria Antonieta. Começam a planejar a intervenção dos monarcas estrangeiros da Áustria, Prússia e Rússia, para garantir o trono.

A Nova Constituição e a Fuga de Luís XVI

Em setembro de 1791, a Assembleia promulga a nova Constituição, que transforma o poder absoluto do rei em poder constitucional. O rei deixaria de possuir bens e passaria a receber uma pensão anual.

Luís XVI prepara-se para agir. A família real tenta sair da França, mas é capturada antes de chegar à fronteira. As massas exigem seu julgamento, mas a Assembleia querendo acalmar anuncia que o rei tinha sido raptado.

Desde então, o rei Luís XVI aposta na invasão estrangeira como meio de salvação. Descobertos os seus planos, no dia 10 de agosto de 1792 o povo ataca o palácio real e Luís XVI refugia-se na Assembleia, mas o seu poderio terminou: a monarquia é suspensa. 

O poder executivo é entregue a um conselho provisório. Elege-se pelo sufrágio universal, uma Convenção Nacional e, ao lado dela, a Comuna de Paris, isto é, o conselho municipal que toma a liderança da Revolução Francesa.

Morte

Luís XVI é julgado por traição e condenado à morte na guilhotina na “Place de la Révolution” (depois Praça da Concórdia), em Paris, no dia 21 de janeiro de 1793. No mesmo ano, no dia 16 de outubro, Maria Antonieta também é guilhotinada.