Factores do pioneirismo Asiático

De acordo com Filho (s/d, p. 2), a primeira tem por base as características da própria Ásia, que é um continente com civilizações muito antigas, que não sofrem do complexo de inferioridade do ocidente: os seus povos consideram se mais civilizados do que os europeus que tem por bárbaros.

Não se antecipou a china à Europa num certo número de invenções técnicas: a pólvora, a roda, e o papel. Na superioridade político militar e técnica do ocidente os asiáticos não vêem senão o triunfo momentâneo da força bruta e não tem qualquer consideração pelos dominadores: acima da superioridade material, a sua civilização coloca a sabedoria, a educação e a cortesia nas relações sociais, a sofisticação dos costumes e inteligência.

Japão

Origem do Império Japonês

A origem divina da dinastia imperial é mítica, a sua história remonta a mais de dois mil anos, o que lhe dá uma vantagem singular sobre as nações europeias, das quais as mais antigas não podem se gabar de uma história superior, um milhar de anos. Estes dados culturais históricos ainda hoje exercem grande influência no comportamento dos estados asiáticos, mesmo daqueles que escolheram estabeler fundamentos novos.

As reformas japonesas

Segundo Filho (s/d), o governo de ocupação militar, presidido pelo general Mac Arthur, promulgou em 1946 uma constituição inspirada no modelo norte-americano e impôs a este país asiático uma série de reformas políticas, sociais e económicas. O imperador foi obrigado e teve de renunciar oficialmente à sua origem divina e foi implantada no país uma democracia parlamentar, baseada no sufrágio universal e na pluralidade de partidos políticos a eleições.

Esta nova constituição promoveu também a desmilitarização do Japão, que ficou proibido de possuir forças armadas. O objectivo central destas reformas era, no entnto, fazer do Japão uma vitrina de sucesso do mundo capitalista na Ásia. Graças à Doutrina Yoshida, o Japão focou-se no crescimento económico, deixando de lado os gastos militares, de tal modo que toda a política de segurança passou a depender da ajuda militar norte-americana.

Ainda em 1946 foi realizada uma reforma agrária que promoveu o parcelamento das grandes propriedades rurais, aumentando de 36% para 70% a proporção de lavradores proprietários no país. O governo de ocupação procedeu também ao desmantelamento dos grandes trustes (zaibatsus), que até então monopolizavam a economia e as finanças japonesas.

A partir dos anos 50 à década de 80, a história japonesa é marcada pelo rápido desenvolvimento económico: a consolidação democrática constitucional, o extensivo investimento e intervenção estatal na economia, e a transferência de tecnologia dos EUA impulsionaram a reconstrução do Japão, que retoma, após a destruição da guerra, a força no sector industrial.

O Japão de hoje

Filho (s/d) avanca que, Japao hoje sofreu transformações muito profundas e irreversíveis, renunciou a dominação política e militar, adoptou regime semelhante ao das democracias ocidentais. O imperador foi preservado mas perdeu o essencial dos seus poderes. Fez provas de um admirável dinamismo e atingiu um nível tecnológico em muitos casos superior ao dos países mais avançados: tornou – se pioneiro tanto na miniaturização da electrónica como na robotização.

O iene é uma das moedas mais fortes e mais estáveis, a bolsa de Tóquio ocupa nos mercados financeiros uma posição igual das maiores praças. O primeiro-ministro japonês participa nas reuniões dos chefes do governo dos países mais industrializados, é também referência obrigatória em matérias como a competitividade nos mercados externos e no sistema educativo.

Quarenta anos depois, de uma derrota sem precedentes Japão de hoje, democrático, industrializado não se arriscará a perder a sua alma e a originalidade da sua civilização tradicional, é um país que conseguiu preservar a independência porque em lugar de sofrer indistintamente influências estranhas, soube tomar a iniciativa e controlar a sua modernização.

Economia Japonesa

Filho (s/d,) diz que, a consolidação do capitalismo no Japão deu-se por meio de uma série de reformas, resultado da intervenção dos EUA. O período de ocupação militar norte-americana (1945 – 1952) foi marcado pela política de democratização, desmilitarização e desmonopolização. Em termos de democratização, foram introduzidos instituições liberais e o aumento da intervenção governamental na economia. Em relação à desmilitarização, a nova constituição japonesa renunciava à força militar permanente, permitindo apenas uma força de autodefesa. E, por último, os zaibatsus (grandes conglomerados económicos) foram dissolvidos para evitar a monopolização. Foi a forma de assegurar aos EUA um importante aliado no continente asiático, bem como de evitar, no Japão, a aproximação do comunismo.

O período seguinte é marcado por um avassalador crescimento económico, responsável por tornar o Japão, em poucos anos, a terceira maior potência económica do planeta. O país realizou uma revolução tecnológica através da importação de tecnologia de ponta, que lhe possibilitou acumular crescentes na balança comercial no curto prazo, realizando, assim, o catching up em relação a países como Estados Unidos, União Soviética e Alemanha.

 

Bibliografia

RAMIRES, M. Alves. Escola de  guerra naval. Rio de Janeiro, 1990;

FINLAN, Alastair. Guerra do Golfo 1991. Oxford: Osprey Publishing, Traducão-Google, 2003;

QUIDNOVI, org. Grandes Batalhas da História Universal. Golfo 1991. Matosinhos, QuidNovi, 2003;

FILHO, Geraldo Lesbat Cavagnari. China, Japão e a Segurança no Leste Asiático. Instituto de Estudos Avançados de São Paulo, São Paulo, s/d.