Esta corrente surge por volta do  1848, como fruto da conjura Europeia que então se vivia. Numa época da expansão industrial   e do capitalismo que originou a  concorrência da mão de obra, que levou a degradação das condições de vida do proletariado e o consequente distanciamento entre as classes ( trabalhadora e patronal).

Esta é também uma época do triunfo dos movimentos nacionalistas, dos ideais autonomistas dos povos, do sindicalismo.

Esta corrente filosófica foi criada por Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) que pretende adoptar a análise da realidade histórica a dialéctica Hegeliana expressa no trinómio  Tese-Antítese-Síntese por esta razão esta corrente é também apelidado de Materialismo Dialéctico.

Mas, a dialéctica de Hegel não é uma concepção da historia na medida em que ele prima o mundo das ideias expressa no trinómio. É na base da dialéctica hegeliana que Marx fez a analise da história da humanidade, materializado-o.

Quando se fala  do materialismo histórico deve se ter em conta os modos de produção. Para Marx o modo de produção é constituído por dois elementos fundamentais: A infra-estrutura e a superestrutura.

A infra-estrutura diz respeito as forças de produção que integra a força de trabalho o elemento que entra com a energia física e mental necessária a execução da produtividade (o trabalhador) e os meios de produção tudo que o trabalhador  necessita para produzir (terra , alfaias agrícolas, as sementes, os animais de tracção, …) e as relações de produção que segundo Marx seriam as seguintes:

Primeiro, em que os meios de produção pertenciam aos trabalhadores, teria sido o modo de produção primitivo caracterizado pela propriedade colectiva da terra e pela divisão do trabalho na base de sexo e idade e as relações eram na base da igualdade e solidariedade ao que Marx apelidou de, Comunismo primitivo;

Segundo formas de relação em que os trabalhadores e os proprietários de modos de produção são entidades distintas, em que a relação de produção é feita entre trabalhadores e os proprietários dos meios de produção tomam o seguinte caracter:

a)  Em que relação de produção toma a forma de relação senhor-escravo, como resultado de guerras destinadas a conquistas de terras férteis nas quais os vencedores transformam os vencidos   em escravos, dando origem a uma sociedade diferenciada  em classes distintas e de interesses antagónicos- Sociedade escravagista.

b) Em que a relação de produção toma a forma de relação senhor-servo. Derivou da forma típica da exploração da grande propriedade feudal, onde o servo tinha que pagar uma renda anual, vários impostos ao longo do ano e prestar serviços gratuitos ao senhor- sociedade feudal.

c) Em que a relação de produção toma a forma de relação patrão-assalariado. Tendo surgido com as transformações económicas provocadas pela revolução comercial que originou maior procura de mão-de-obra e a consequente passagem dos servos a condição de assalariado, situação que acelerou-se com a proletarização e pauperização da mão-de-obra provocada pela revolução industrial – sociedade capitalista.

 A superestrutura que diz respeito a política, a ideologia, a jurisdição ( o mundo de ideais).

Segundo o marxismo a superestrutura é o reflexo da infra-estrutura dai podemos dizer que é a própria dinâmica social de um povo ou de uma nação que dita a sua mentalidade. Já Karl Marx tinha dito que não é a consciência do homem que determina a sua existência social  mas sim a sua existência social determina a sua consciência.

Pelo que o marxismo defende que são as relações de produção a base explicativa da sociedade. Todo aparelho ideológico, todas as tendências culturais, religiosas e políticas são  o reflexo destas estruturas sócio-económicas.

Estes pressupostos conduzem  a uma concepção de evolução histórica cuja as premissas seriam: a historia das sociedades humanas revela uma sucessão de modos de produção:

Comunismo primitivo, produção esclavagita, produção feudal e  produção capitalista; em cada modo de produção a estrutura económica impõe-se a superestrutura  jurídico, político e ideológico.

Embora haja reacção de todos estes factores numa perspectiva materialista a historia é globalizante ( total); a passagem de um modo de produção ao seguinte é suscitada pela oposição, contradição existente na infra-estrutura económica, quando as forças produtivas entram em confronto com as relações de produção. É a dialéctica força motora da história, materializada na luta de classe que Marx considerou de motor da historia; no processo histórico extraem-se leis de evolução que permitem prever o futuro da humanidade, segundo Marx seria a eliminação da burguesia pelo proletariado e o estabelecimento de uma sociedade sem classes, sem estado com a qual o homem alcançaria a liberdade.

O método historiográfico usado foi o método dialéctico herdado de   Hegel e transposto do estudo das ideias para o estudo da realidade social. Para Marx o processo dialéctico não tinha lugar no mundo abstracto das ideais  mas sim no mundo material das coisas dai que considera que nada existe em situação estática tudo esta num processo de evolução pelo que propõem um certo finalismo- a síntese suprema- o comunismo

A Influência do materialismo histórico a historiografia do século XX

Em primeiro lugar, reflectia e simultaneamente estimula uma nova orientação de investigação histórica quer doravante se afastaria da análise descritiva de acontecimentos insolados – na maior parte de ordem política para se consagrar a investigação de processos sociais e económicos complexos de grande amplitude; em segundo lugar, ele ajuda o historiador a tomar consciência da necessidade de estudar as condições matérias da existência dos homens, e a história das técnicas e do desenvolvimento histórico no contexto global das relações industriais e não como meros fenómenos insolados;

Em terceiro lugar, o marxismo convidava a estudar o papel das massas na história, mas particularmente nas épocas da desordem social e política; em quarto lugar, o conceito marxista da estrutura de classe e de investigação de Marx, sob a luta de classe não só viria a exercer uma influência profunda sobre os estudos históricos como também em certos pontos particulares chamariam atenção do historiadores para o estudo da formação de classes na origem da sociedade burguesa ocidental, e para a investigação de processos analógicos noutros sistemas nomeadamente nas sociedades que  baseiam na escravatura   e no feudalismo; em quinto lugar, o marxismo desempenhou um papel importante renovando o interesse desempenhado nas premissas teóricas da investigação histórica   e a teoria da historia em geral.

Para Marx a historia é simultaneamente um processo natural obedecendo a leis definidas e a um drama universal escrito e representado pelo próprio homem. Se Marx e Engels sublinham que o historiador não pode contenta-se em conseguir a sequência cronológica dos acontecimentos. Deve encontrar para eles uma explicação teórica utilizando para isso todo o aparelho conceptual, por outro lado afirma categoricamente: que de modo algum estas abstracções dão uma receita um esquema segundo o qual se possam arrumar as épocas históricas.

Esta historiografia é criticada pelo estabelecimento do primado da economia na explicação histórica, isto, é, a sobrevalorização das estruturas económicas ( infra-estrutura) sobre as restantes; pela tendência de colocar a infra-estrutura as mentalidade como ponto fulcral da evolução histórica e pela crença numa historia de evolução linear na medida que  o marxismo considera que todo o processo histórico se constrói na base de um único modelo de evolução- os modo de produção