Origens
Problema que tem dado margem a numerosas polémicas é o das origens da religião Grega. Limitar-nos-emos a indicar os elementos básicos que, com certeza contribuíram para a formação do quadro religioso tal como o encontramos na época clássica. Ei-los:
1) Elementos religiosos indo-europeus importados para a península no decorrer das diferentes migrações.
2) Elementos pré-helênicos principalmente Creto-Micenianos.
3) Elementos orientais.
A Religião e Intelectuais Gregos
Não falaremos por enquanto das concepções religiosas que encontramos em Homero e Hesíodo. Quanto ao primeiro, lembremos por enquanto, a censura que lhe dirige Platão, no que tange à maneira de representar os deuses: “É necessário representar sempre Deus tal como é, qualquer que seja o género da poesia, épica, lírica ou trágica em que aparece o mesmo”.
Píndaro em uma de suas Odes, à Glória dos atletas vencedores exalta os nobres aspectos da religião olímpica e alude às ideias órficas do julgamento do espírito após a morte.
Heródoto revela possuir grande veneração pelas representações místicas vigentes em seu meio.
A obra de Ésquilo inspira-se em temas míticos e em ritos sagrados e tendem a implantar nos corações o respeito do divino.
Sófocles e Eurípedes ao tratarem das lutas psíquicas no conflito dos deveres contribuíram para o desenvolvimento de uma profundeza interior que abriria caminho a um espírito de religiosidade superior a o das crenças tradicionais.
Aristófanes soube conciliar através de suas peças a liberdade do poeta cômico e o respeito pela religião tradicional
Qual a atitude dos filósofos em face da religião? Do ponto de vista religioso podemos salientar como os mais importantes entre os pré-socráticos: Xenófanes, Parmênides e Empédocles.
Em Parmênides sentimos que a procura da verdade se assemelha ou até se relaciona à experiência dos místicos,
Empédocles apresenta-nos uma rica personalidade em que se cruzam e se confundem os ideais do orfismo e do naturalismo.
O Pitagorismo inspirou-se em concepções órfica.
Sócrates, espírito essencialmente religioso, poder-se-ia aplicar plenamente a palavra do Apóstolo sobre o Deus desconhecido (Atos 17:23).
Em Platão impõe-se desde logo, uma tríplice distinção:
1) Crença de Platão na religião tradicional
2) Metafísica religiosa
3) Religião astral
De Aristóteles não sabemos que tenha sido particularmente religioso, porém, sua influência como filósofo foi enorme na futura estruturação de uma filosofia cristã que servisse de base racional para as verdades reveladas.
Visão Geral da Religião Grega
Homero – Na época em que foram escritos os poemas homéricos já haviam sido fixados em suas linhas gerais os traços essenciais das lendas concernentes aos deuses.
No culto Homérico encontram-se sacrifícios propiciatórios, se aceita a vida além-túmulo. Não se encontra, porém na Ilíada e na Odisseia a religião primitiva dos helenos.
Hesíodo – Ao estudarmos a religião nas obras de Hesíodo, devem ter presente que as mesmas foram escritas por um camponês.
Do sec. VII ao Sec. V – pode-se anotar as seguintes características:
1) Manutenção do Panteon Antropomorfismo fixado por Homero
2) A par da tolerância doutrinária no que tange a interpretações das lendas referentes às divindades.
3) Desenvolvimento dos cultos dos Heróis.
4) O sec. VI assiste ao desenvolvimento das religiões secretas somente acessíveis aos iniciados.
A Religião na Grécia Clássica – A Grécia Clássica nos oferece, sob o ponto de vista religioso, um panorama curioso e, de certo modo heterogêneo. Os relatos da mitologia tradicional continuam inspirando os artistas e os literários, mas não exercem influência profunda na vida religiosa do povo.
Época Helenista – Os deuses tradicionais perdem o antigo prestígio e são substituídos pelo fatalismo.
Deuses e Heróis
Alguns dos deuses e heróis da religião da época:
Zeus (Júpiter) Era a principal divindade da religião tradicional
Hera (Juno) Era a deusa nacional da Argólida;
Atena (Minerva) Filha privilegiada de Júpiter também chamada Palas:
Apolo (Phoebus Apolo) É o deus da luz, da música, da juventude, da expiação, e da Purificação, da medicina, da adivinhação, e das artes.
Artemis (Diana) Uma das grandes deusas do mundo helénico;
Hermes (Mercúrio) Era o mensageiro dos deuses
Hefestos (Vulcano) Esposo infeliz de Afrodite
Ares (Marte) deus da guerra
Afrodite (Vênus) È uma divindade de origem oriental
Deméter (Ceres) Deusas das terras amanhadas;
Dionísio (Bacchus, Liber) deus do vinho
Santuário e festas
Entre os grandes santuários que atraiam multidões do mundo helénico para celebração do culto de certas divindades podemos citar:
Delos, Delfos, Olímpia, Epidauro e Elêusis
Entre as grandes festas da antiguidade Grega podemos distinguir as festas pan-helênicas e as festas de cada cidade em particular. Das festas particulares vamos mencionar as duas mais famosas de Atenas: As Panatenéias e as Dionísias.
O culto
Mais que um conjunto de crenças, a religião grega era um conjunto de práticas rituais. O ato essencial do culto era o sacrifício, existiam também as orações e antes das orações a purificação, que consistia no lavar das mãos. Para cada divindade havia uma determinada espécie e certo tipo de animal.
Vida além-túmulo
Pode-se resumir este tema dizendo que na concepção da religião grega os bons após a morte passariam a viver nos Campos Elísios, enquanto que os maus seriam precipitados no Tártaro.
Bibliografia:
BURNS, Edwards Mcnall, História da Civilização Ocidental: Do Homem da Caverna até a Bomba atômica – O Drama da Raça Humana. Editora Globo – Porto Alegre – Rio de Janeiro.GIRDANI, Márcio Curtis, História da Grécia: Antiguidade Clássica I. Editora Vozes. LTDA. Petrópolis RJ. 1972.GIRDANI, Mário Curtis, História de Roma: Antiguidade Clássica II. Editora Vozes. LTDA. Petrópolis RJ. 1981.