O Contexto da Formação da Companhia do Niassa

O Norte e a Companhia do Niassa (Majestática) foi formado entre os anos 1891-1993 por alvará régio, nas actuais províncias de Cabo Delgado e Niassa, desde o rio Rovuma ao rio Lúrio e do Oceano Índico ao Lago Niassa, numa extensão de mais de 160 mil km2 (cento sessenta mil quilómetros quadrado), tendo função económica, poderes militares e administrativos. O primeiro administrador gerente foi o George Wilson, que começou por sua iniciativa, a cunhar moedas e a imprimir selos e tentou depois introduzir no mercado filatélico inglês, e teve de ser enviado um telegrama ao governador da Companhia em África, a avisa-lo de que não aceitasse nem as moedas

Formas de exploração da Companhia do Niassa

Cobrança de imposto;

Emissão dos selos;

Exportação da mão-de-obra para as minas sul-africanas (ate pelo menos, 1913), para as minas de cobre de Catanga (actual Shabba, no Zaire), para a construção do porto de Mombaça, para algumas companhias da baixa Zambézia (com a companhia de Boror);

Os principais produtos destinados a exportação são, o milho, o arroz, a mexoeira, o gergelim, o feijão, e a mandioca, que a Companhia exportava para outros territórios de Moçambique reservando uma pequena percentagem no Zanzibar.

Os principais períodos da companhia de Niassa são:

1º Período: 1891-1898,

Verificou-se o nascimento do interesse do capital financeiro Europeu pela criação de uma Companhia no Norte de Moçambique, portanto, a carta de concessão foi dada a um grupo português com poucas disponibilidades financeiras, os termos da carta eram idênticos àqueles atribuídos a Companhia de Moçambique exceptuando o período da sua duração que era, neste caso, somente de 35 anos.

2º Período: 1899-1913

Neste período verificou-se:

Abandono dos projectos de ocupação e desenvolvimento do território;

Em 1905, inicio da exportação de mão-de-obra para África do Sul;

Em 1913, interrupção do trabalho migratório para África do Sul.

3º Período: 1914-1918

O mundo encontrava-se mergulhado na Iª Guerra Mundial, os territórios da Companhia foram invadidos pelas forças alemães, entretanto, em 1913-1914 um consórcio bancário alemão obteve a maioria das acções do Nyassa Consolidated, para apoiar provavelmente um projecto anglo- germânico da partilha de Moçambique, porém, o governo britânico confiscou em 1917 as acções do grupo alemão, tendo-as depois vendido a um grupo financeiro inglês.

4º Período: 1919-1929

Após a Iª Guerra Mundial, a ocupação colonial era praticamente efectiva, mas o desenvolvimento económico permaneceu quase nulo. A pós ter conseguido mais dinheiro, a Companhia organizou uma expedição contra os Macondes, entre 1919-1920, (ultimo foco de resistência no Norte de Moçambique). Durante este período, a Companhia virou-se para o aumento do nível do imposto de palhota, como forma de aumentar os seus rendimentos, expandindo e intensificando os abusos que sempre cometera.

 

Bibliografia

NEWITT, Malyn. História de Moçambique. Mem-Martins, Publicações Europa-América, 1997.

PÉLISSIER, René. História de Moçambique: formação e oposição, 1854-1918, 3ªed, Lisboa. Editorial Estampa. Vol II.